"Ninguém acende uma lâmpada e a coloca num lugar onde ficará escondida, ou sob uma tigela. Ao invés disso, coloca-se ela de pé, assim aquele que entrar pode enxergar a luz." "O reino de Deus está dentro de vós." "Eu sou o caminho, a verdade e a vida." Mestre Jesus Cristo.
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domingo, 30 de março de 2014
segunda-feira, 10 de março de 2014
Nos Bastidores dos Terreiros: Ser Dirigente Espiritual é Fácil?
Muitas vezes me pego
a refletir sobre isso, e fico observando as
pessoas, dentre elas médiuns e consulentes e eu acho que as pessoas pensam que
ser dirigente é um parquinho de diversão. Pois acreditem não é não, o dirigente
lida com espíritos encarnados e desencarnados, lidar com o ser humano não é
fácil. É as cobranças do dia a dia, a rotina, as responsabilidades da vida
pessoal, família, trabalho mais as responsabilidades espirituais, obrigações,
preceitos, aplicação de disciplina, doutrina e mais e mais.
As
pessoas chegam no terreiro, tudo bem organizadinho, limpinho, não faltando
nada, o dirigente sempre muito cortês e amigável, que maravilha. Mas se ele um
dia estiver de pá virada, ah que dirigente mal educado, o dirigente estava
calado, o pai e a mãe estavam emburrados, mas ninguém parou para pensar do
porque o dirigente aquele dia não estava bem. Muitas pessoas acham que quando
um médium se torna um dirigente espiritual é um término na realidade é um
início uma sina uma missão que apenas está começando, o médium passa por
experiências, desenvolvimentos até que ele consiga chegar numa afinidade e
sintonia com suas entidades plena, até o ponto que é dada essa missão e isso
não se consegue facilmente há muita dedicação, desprendimento, doação, caridade
e fé e isso ao contrário do que muitos pensam não se consegue com um papel na
mão, porque um diploma por exemplo não irá te dar essa bagagem essa afinidade,
hoje em dia vemos pessoas ostentando diplomas de dirigentes e muitas delas na
realidade nem sabem nada sobre suas próprias entidades como saberão lidar com
as entidades de seus filhos?
Certa
vez me perguntaram você tem saudade de quando você era uma filha de santo, eu
disse nunca deixei de ser, mas sinto saudades do tempo em que não tinha tantas
responsabilidades.
Todo
mundo pensa que paciência e tolerância deva ser infinita, confesso que tenho
bastante, para mim como dirigente sempre é muito difícil ter que retirar um
filho de santo da corrente e dizer um NÃO, mas infelizmente alguns médiuns
parecem que gostam de testar essa tolerância de seus dirigentes.
Perdi
a conta de quantas e quantas vezes ouvi médiuns dizerem meu dirigente me tirou
do terreiro, "EU NÃO FIZ NADA", pode ter certeza ele realmente NÃO
FEZ NADA.
Um
dirigente lida constantemente com espíritos e podem ter certeza que os
espíritos não gostam de brincadeiras com eles, e eles cobram dos dirigentes
doutrinas e posturas. Tem médium que chega no terreiro, parece que está numa
pista de corrida, numa competição de quem incorpora primeiro, o espírito está
uns dez metros de distância e ele já está lá na frente do altar, saracoteando,
e o guia fica ali olhando de longe, só observando, extremamente anímico e
muitas vezes chegando ao absurdo de uma mistificação e dá-lhe caras e bocas,
tem horas que chega ao absurdo de esquecerem de interpretar se esquecem que
estão ali com o suposto guia e você olha para o rostinho lindo do médium e ele
desvia o olhar. Nossa para que isso? Muitos perguntarão, A PRESSA É INIMIGA DA
PERFEIÇÃO. Aí muitos dirão o dirigente tem que corrigir, SIM TEM, o GUIA CHEFE
TEM QUE DOUTRINAR, mas muitas vezes essa correção vem justamente em deixar esse
filho ERRAR, principalmente quando esse filho já foi avisado, sabe aquela frase
O SOFRIMENTO ENSINA, pois é ela cabe perfeitamente neste quesito. Mas uma hora
a casa cai L I T E R A L M E N T E. E tipo... ou se conserta ou CONSERTA.
Muitos até mais rigorosos dirão TIRA DO TERREIRO, mas como se diz uma casa
espiritual não é para os SÃOS e essas pessoas precisam de ajuda e amparo, mas
como tudo na vida tem limites.
O
que muitos nem suspeitam é que muitas vezes o dirigente na sua rotina do dia a
dia se depara lá com um guia, e o mesmo lhe diz olha fulano, olha o que está
fazendo, cobra a orientação e a doutrina. Ou vocês pensam que os guias não se
posicionam em relação a certas condutas. Isso é claro quando o zelador tem o
dom da vidência.
Outra
coisa que precisa ser esclarecido porque muitos tem uma visão bem errônea a
respeito, o terreiro É DO PAI DE SANTO, NÃO é SÓ DO PAI DE SANTO, é de TODOS.
Tem filho que acha que o dirigente tem que ficar correndo atrás dele avisando
do que precisa e do que não precisa para o terreiro, vejam isso não é obrigação
do dirigente é OBRIGAÇÃO DOS FILHOS DE SANTO, muitas vezes o dirigente avisa,
para ter mais facilidade na organização, mas vamos deixar claro que isso não
deve ser visto como regra.
Tem
filho de santo que chega para uma confraternização na casa, uma festa de Oxossi,
de Exu eteceteras, se ele chega e não tem nada, sai metendo a língua no
dirigente e dizendo como pode isso, o altar não tinha flor, faltou a fruta do
caboclo, a vela, nossa passei vergonha, levei um amigo e não tinha nada. Mas na
grande maioria das vezes esse mesmo médium que julga e crítica é o mais sovina
da tchurma. Sua geladeira tem cerveja, mas a fruta do Oxóssi, ahh Pai tô duro
sem dinheiro. Mas quando precisa... hahahaha lá vem ele com a cestinha de
frutas. E o zelador vai vendo tudo isso e pensando a cá com seus botões.
Fora
outras mazelas humanas, como a inveja, a fofoca, o ciúme, o puxar de tapete, os
puxa saquismos destrutivos e mais eteceteras.
E
o dirigente de forma alguma pode ficar ABORRECIDO.
Se
ele ficar ele não PRESTA MAIS.
Fora
que existe aqueles filhos POSSESSIVOS, o TERREIRO É SÓ DELE E DE MAIS NINGUÉM,
boicota a própria casa afastando as pessoas da mesma com o mal tratamento e a
descortesia.
Aí
um dia o dirigente está na rua passeando e encontra aquela pessoa que não está
indo mais na casa, e conversa vem e conversa vai, ai sai a PÉROLA, desculpa mas
adorava seu terreiro mas deixei de ir devido a MÁ EDUCAÇÃO DE FULANO, e o
dirigente NÃO PODE FICAR BRAVO, SENÃO ELE NÃO PRESTA. KKK
Gente
as vezes eu acho que deveria haver estágios como há nas empresas para alguns
filhos de santo, deixar certos filhos de santo, como zeladores por uma semana,
só para que eles sintam como é ser um DIRIGENTE, pode ter certeza muitos não
passariam de um dia.
DIRIGENTE
ESPIRITUAL TEM FÉRIAS?
Não.
Não tem. Só se ele desligar o celular, o telefone, e viajar sem dar endereço.
Mas
se ele fizer isso ELE NÃO PRESTA MAIS...
Por
isso pessoal, ser dirigente espiritual exige DOAÇÃO, AMOR, FÉ, CARIDADE E MUITA
VONTADE E PRAZER EM SE CUMPRIR SUA MISSÃO, caso contrário muitos ficam no meio
do caminho, DESISTEM, se desgostam, fraquejam ou simplesmente optam por não
sofrer mais. Conheci dirigente que simplesmente abandonaram a missão devido ao
desgosto de lidar com o ser humano.
Muitos
falarão falta de AMPARO ESPIRITUAL, nem sempre. Muitas vezes as próprios guias
respeitam o livre arbítrio do dirigente percebem que aquele dirigente não está
tendo forças para cumprir essa missão.
A
missão de dirigente é muito bonita, é lindo ver um guia nascendo em suas mãos,
aquele médium que nunca incorporou ter o sopro do guia através dos guias chefes
do seu terreiro, ver aquele caboclo, aquele preto velho chegando e trazendo
suas bênçãos, não tem preço que pague essa sensação e gratificação.
Mas
ser dirigente, pode ter certeza, NÃO É LOUVOR, GLÓRIA, é uma sina, uma missão,
muitos tentaram mas poucos chegarão no final.
Seu
dirigente espiritual é um bom dirigente?
Você
o admira?
Você
tem amor por ele?
Então
faça por merecer sua mão sobre sua cabeça, e tenha respeito, amor e
consideração.
Por Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e
Cabocla Jupira.
domingo, 9 de março de 2014
Decifrando o Pai Nosso
“Pai nosso,…”
Já neste início, Jesus lembra claramente dos laços que nos mantém
ligados a Divindade. Ao ser interrogado no monte das oliveiras, durante o
sermão da montanha sobre a forma certa de se orar. Ora, claro é que Jesus não
quis, com isso, criar uma forma ou um modelo para oração que deveria ser
seguido com uma cartilha. Prova disso temos quando, o próprio Jesus, aconselha
a, quando orarmos, não nos assemelharmos aos hipócritas que se põe de pé e
afetadamente oram aos homens e, ainda, para cuidarmos de não tornarmos nossa
prece em um multiplicado de palavras que pouco dizem ao coração (1). Jesus, em
sua sublime sabedoria e evolução, mostra ao povo da época, ainda muito preso
aos ritos e as exteriorizações, que chegar ao Pai por pensamento é simples.
Basta haver sinceridade nas palavras e amor ao chamá-lo de Pai.
“…que estás no céu.”
Sem a ideia do Deus presente, do Deus interno, as pessoas da época O
imaginavam com uma visão antropomórfica, como um ser pontual que, do céu regia
as leis do universo. Mais adiante, Jesus quebra esta distância nos aproximando,
em sua prece, do Pai.
“Santificado seja o Teu nome.”
Jesus não veio destruir a lei. Ao contrário, veio cumpri-la até o último
iota(2). Mais uma prova disto notamos neste trecho da sua prece quando fazemos
a ligação com o segundo mandamento: “Não pronunciareis em vão o nome do
Senhor, vosso Deus”(3). Jesus, cumprindo a lei, glorifica o nome do Senhor
em uma expressão de humildade e servidão.
“Venha a nós o Teu reino.”
Como mencionado acima, Cristo com estas palavras, aproxima o Reino de
Deus do povo. Mostra também que o Reino de Deus, do qual Jesus se proclama Rei,
não se trata de uma nação na Terra, como pensavam alguns da época, mas sim do
reino dos céus, que simboliza a vida espiritual que é, realmente, a real.
“Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no
céu.”
Com estas palavras, Jesus rogava: cumpra-se na Terra as Tuas leis.
Necessitamos ter a consciência de que nada acontece sem estar de acordo com as
leis que regem o universo, que são, como disse Jesus, as vontades de Deus. A
reencarnação e a lei de causa e efeito são exemplos muito demonstrativos do que
o Mestre chamou de a vontade de Deus. Não se trata de uma vontade fútil,
autoritária e mutável. Se trata de um conjunto de leis imutáveis e perfeitas
funcionando segundo uma inteligência maior, em sua perfeita justiça e
sabedoria. Ao elevar nosso pensamento a Deus, devemos ter a consciência de que
tudo que pedirmos será realizado segundo nosso merecimento; cumprindo as lei
irrevogáveis, imutáveis e perfeitas do Pai. Logo, segundo a vontade Dele(4).
“O pão nosso de cada dia nos dê hoje.”
O pão, como elemento sagrado, representa não só o alimento material mas
o alimento espiritual, que podemos entender de várias formas. Assim como o
alimento material nutre o organismo com a energia necessária para seu
funcionamento, recebemos do Alto o alimento fluídico necessário para mantermos
nosso psiquismo equilibrado, para permanecermos com nossos pés firmes no
caminho do bem e mantermo-nos perseverantes frente as dificuldades do dia a
dia.
“Perdoe as nossas dívidas, assim como nós perdoamos
aos nossos devedores.”
Com esta frase Jesus reafirma os ensinamentos que passava ao povo: “Quando
vos apresentardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém,
perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe os
vossos pecados”(5). Como o povo da época tinha a idéia do Deus punidor e
vingativo, atribuíam a Sua ira as conseqüências da lei de causa e efeito.
Ensinando os homens a perdoar, Jesus ensina-os também a amenizar os sofrimentos
futuros que virão como forma de purgar os erros presentes. Ensinava Ele o
caminho do amor, menos penoso que o caminho da dor.
“Não nos deixe cair em tentação, mas sim, livra-nos
do mal.”
Jesus tinha a consciência de que todo o mal que possa nos acontecer, e
uma forma ou de outra é responsabilidade nossa. Desta forma, assim nos ensina
como pedir o pão ao Pai, pedir forças para não nos deixarmos envolver pelas
vicissitudes do mundo. Em nenhuma parte, durante a prece, Cristo nos exime de
responsabilidades ou pede para nos livrarmos delas. Ao contrário, conhecedor
destas dificuldades, nos ensina através da prece, do perdão da humildade e da
adoração a Deus a mantermo-nos fortes para caminhar para frente e para cima em
direção ao Pai nosso.
“Amém.”
Bibliografia
- 1-Mateus, cap. VI, vv. 5-8.
- 2-Mateus, cap. V, vv. 17,18.
- 3-Êxodo, cap. XX, vv.5-15.
- 4-Kardec, A. em O Livro dos Espíritos, cap. I.
- 5-Marcos cap. XI, vv. 25,26.
Por Vitor Hugo Moreau (Publicado no Boletim GEAE Número 296 de 9
de junho de 1998)