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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Meditação Contemporânea e Reaprendizagem Emocional


Depende do Referencial
......Um carro viaja à velocidade de 80km por hora de São Paulo ao Rio de Janeiro.    “Esse carro está em repouso ou em movimento?” perguntava o professor.

......Todos respondiam em coro: “Em movimento, professor!”.

......E o professor nos surpreendia com a revelação: “Depende do referencial!”
......Quem não se lembra das aulas de física elementar?
......Pois é verdade! Para sabermos se um objeto está em movimento ou repouso precisamos de um referencial.

......O hipotético carro viajando à velocidade de 80km por hora de São Paulo ao Rio de Janeiro estaria em movimento se o referencial fosse, por exemplo, o poste de luz à beira da rodovia. Porém ele estaria em repouso se o referencial fosse você, caso viajasse no veículo, ou seja, ele estará em repouso em relação aos seus ocupantes. Se fosse possível você se projetar para fora do carro e agarrar o poste levando-o consigo, então esse veículo passaria do estado de movimento para o de repouso em relação ao poste assim que este fosse agarrado.

 
......Outro exemplo: a Terra está em movimento ou repouso?

......Espero que já tenha entendido a pegadinha e responda “depende do referencial”. O nosso planeta está em movimento em relação aos outros astros do Universo e ao seu eixo, mas em repouso em relação a nós, às montanhas, oceanos...


......Imaginemos um pequeno motor sobre uma mesa. No seu eixo está fixada uma manivela. Ao colocarmos o motor em funcionamento, a manivela girará fazendo com que sua extremidade orbite ao redor do seu eixo, o ponto de repouso (a .manivela .está ..em..movimento em relação ao motor). No entanto, se repentinamente levantarmos esse dispositivo pela extremidade da manivela, veremos o motor girar ao redor do seu próprio eixo fazendo com que o ponto de repouso seja transferido para a manivela (o motor está em movimento em relação à manivela).


......Não ficou claro?




......Tomaremos novamente como exemplo o nosso sistema solar. A Terra gira em torno do Sol e do seu próprio eixo, assim como o Sol tem também o seu próprio movimento no Universo através qual é acompanhado pela Terra. Mas se tomarmos a Terra como centro, poderemos afirmar que todo Universo se movimenta em relação a ela. Portanto, se adotarmos você como centro, do mesmo modo, todo Universo girará ao seu redor (compreenda que isso é apenas uma analogia. Não queremos, de modo algum, convencê-lo de que você é o centro do Universo. Isso seria absolutamente egocêntrico).

......Portanto há sempre um ponto de repouso em tudo o que existe, digamos, um centro, igualmente relativo. 

       Pois assim também é com a nossa mente.
......Há um centro, um ponto de repouso de onde podemos ver a agitação em volta sem, contudo, nos movimentarmos com ela. É o ponto de rendição onde nada fazemos e mesmo assim toda a vida se realiza em nós. Um “lugar” ao redor do qual tudo orbita.
 
......No entanto, esse ponto pode ser perdido quando mudamos nosso referencial e projetamos “para fora” a .nossa .posição .... há uma expressão popular que diz “perder o eixo” – como no caso da manivela e do motor em que o ponto de repouso salta de um lugar para outro, deixando de ser repouso para se tornar agitação e na agitação toda visão se embota, todo raciocínio se perde, toda emoção se confunde.
......Compreendendo essa analogia podemos entender o conceito principal da meditação. O centro é paz e repouso, o periférico é apenas agitação. Este é o seu ponto de contato com o Todo. O único possível e verdadeiro.
Parar a mente?
......Não! Isso é impossível!

......Esse conceito surgiu, provavelmente, das dificuldades geradas pelas barreiras idiomáticas entre oriente e ocidente e foi fartamente difundido e erroneamente estabelecido.

......O Zen diz que a mente é semelhante a uma serpente que, quando dentro de uma cana de bambu, permanece reta, no entanto começa a serpear ao sair e se movimentar. Estar dentro do bambu é estar no ponto de repouso (não em clausura, é apenas uma analogia), mas calmo e relaxado. 
 
      Serpear corresponde à mente em movimento.
 

......Não tente prender os pensamentos ou bloquear seu fluxo. É como a água, se não der vazão, uma hora transborda ou, pior, rompe a represa causando inundações emocionais. É preciso deixar fluir.


Meditar é encontrar esse ponto de repouso e nele permanecer.
......Com o tempo e prática começamos a perceber como nossa mente se projeta para fora na direção de acontecimentos, exigências e solicitações fazendo-nos perder o centro, sobretudo quando essa ação se automatiza.

......A mente é comparada a uma borboleta que pousa de flor em flor ou ainda a um macaco louco e bêbado saltando de galho em galho desvairadamente. As flores da borboleta e os galhos do macaco são tudo aquilo que chama a nossa atenção...desejos, .apegos. e. ilusões..arrastando para longe o nosso centro, cada momento em um lugar... e a embriaguez do macaco corresponde à forma inconsciente com que saltamos de assunto em assunto. 

......Tudo isso é agitação. É periférico. Há um centro ao redor do qual a agitação orbita. É como lançar uma pedra em um lago: sua superfície se agita em ondas enquanto a pedra já repousa tranqüila na profundidade.
......Coloque uma música calma, sente-se e apenas contemple. Encontre em si mesmo o centro sobre o qual tudo orbita, o ponto de repouso. Veja as ondas de pensamentos que se propagam pela superfície, mas mantenha-se, tal qual a pedra, tranqüilo na profundidade.


......Renda-se e deixe a vida acontecer através de você.


      Por Henrique Terra. 

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