Eu gostaria de
primeiramente definir a palavra "espiritualidade" no sentido que
almejamos dar para este artigo. Quando falamos de espiritualidade falamos de
certas expressões de nossa vida espiritual, tal como a oração, meditação e, no
caso da Umbanda que praticamos, na busca da educação da mediunidade e de se
conhecer e perceber os espíritos que vão nos guiar. Importante reforçar que a
espiritualidade consiste na realização da ação espiritual em nós. Ou
seja, espiritualidade não é o que designamos habitualmente por esta
palavra, mas antes a manifestação interna de um processo que nos leva a
espiritualização, a uma vivência mais fraterna e amorosa.
E isto nos coloca
imediatamente em uma posição muito nítida em relação à paternidade espiritual,
pois se trata de auxiliar na formação de um médium – filho de fé - seguindo certos
princípios morais e éticos para educar e desenvolver sua mediunidade para
manifestar os espíritos segundo alguns padrões rituais. Há de ficar claro que a
manifestação mediúnica é tarefa do médium e é independente do Pai espiritual.
Ou seja, a paternidade
espiritual consistiria então, para o Pai espiritual, qualquer que seja o seu
próprio nível de espiritualidade, em zelar com olhos vigilantes e humildes o
que faz e como faz o médium no templo; ele (Pai espiritual) estimulará sua ação
e o protegerá contra as dúvidas, inseguranças e antecipará amorosamente
possíveis quedas morais que abrirão as portas para os assédios e obsessões. Em
conseqüência, a função do Pai espiritual de certa forma é mais considerável do
que pensamos geralmente. Obviamente, todo o zelo, apoio e proteção do Pai
espiritual não isentam seu filho de fé do esforço próprio, pois o caminho é do
caminhante e não de quem planeja o roteiro.
E dos dois lados pede-se
humildade. Nós esperamos a humildade da parte do discípulo ou filho espiritual;
mas quanto não é necessário a um sacerdote, um Pai espiritual, para jamais
invadir o domínio do livre arbítrio e merecimento do outro, para tratar a alma
do discípulo com total respeito. Uma das tarefas do Pai espiritual é a de
educar seu filho na liberdade sem obrigações descabidas que o aprisionem num
sistema punitivo, de medo. Isto impõe a não mais o manter em um estado de
infantilismo aprisionado à opinião e vontade do sacerdote, onde seu discípulo
sempre o busque sem cessar, as vezes por motivos banais, fúteis, ou em vão, mas
para que ele cresça na medida tal que, seja capaz de aprender, ele mesmo, a
ouvir as palavras “indizíveis” dos seus Guias espirituais, vigiando e colocando
sob o crivo da sua razão como interpretá-las. Ninguém faz pelo outro o que é de
inteira responsabilidade de sua consciência, nem o Pai na Terra nem o Pai do
lado de lá. Assim se evolui espiritualmente e, como dizia o Mestre dos Mestre
para os seus apóstolos, ele sendo Um com o Pai Celestial: "Vós Sois Deuses"
-- "podeis fazer o que eu faço e muito mais."
Fonte http://www.triangulodafraternidade.com/
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