ESTUDO ESPÍRITA SOBRE O ESPÍRITO SANTO
“Que
o Espírito Santo me ilumine e ajude a tornar compreensível a minha palavra,
outorgando-me o favor de pô-la ao alcance de todos!”
São
raras as citações, como a em epígrafe, nas Obras Básicas ou Introdutórias da
Doutrina Espírita e pouco freqüentes nas Obras complementares ou Confluentes,
mas bem abundantes na Bíblia, Novo e Velho Testamentos, designando-se nelas o
Espírito Santo, ora como uma entidade coletiva ora individual, um Espírito
puro, o Revelador, uma consciência moral ou uma inspiração mediúnica.
Em
algumas traduções bíblicas o dito “do Espírito” foi substituído por “do
Espírito Santo”, alterando substancialmente o sentido, o que vem dificultar a
análise de toda acepção do termo, com estas inserções, sem contudo
constituir-se num impedimento. Outra não foi a intenção tendenciosa de algumas
traduções.
Assim,
a tradução do texto original – “Se um homem não renasce da água e do Espírito”
– sofreu alteração com a referida interpolação para “da água e do Santo
Espírito” e em outras para “da água e do Espírito Santo”.
Nas
obras espíritas e não espíritas, vemos citações em que as ações do Espírito
Santo são definidas como uma manifestação coletiva a exemplo da que se segue:
“
Falange de Emissários da Providência que superintende os grandes movimentos da
Humanidade na Terra e no Plano Espiritual.”
Na
Bíblia, Novo Testamento, as citações são inúmeras e com sentidos vários. “Ide
pois, e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, instruindo-os na observação de todas as coisas que vos tenho
prescrito e ficai certos de que estarei convosco até a consumação dos séculos.”
(Mateus, 28:19-20.)
Equivale
dizer:
Evangelizar
a todos, sem distinção ou privilégio, nesse mergulho nos desígnios de Deus, de
Jesus e dos Espíritos Superiores, porque Jesus jamais batizou alguém com a água
(João, 4:2), nem os apóstolos o fizeram, enquanto Jesus estava entre eles, e
nem recomendava esta prática, como refere Paulo de Tarso, o Apóstolo dos
Gentios:
"Cristo
me enviou, não para batizar, mas para evangelizar." (I Coríntios, 1:17.)
Assim,
podemos "ignorar" o batismo da água, e a ele não devemos nos submeter, nem
sujeitar nossas crianças, (pelo menos, não com tanta veemencia) mas não o do fogo, que representa simbolicamente a
purificação, a nossa transformação moral. Estaremos faceando, no Evangelho de
Jesus, o sábio roteiro da nossa reforma íntima, cabendo-nos vivenciar os
ensinamentos do nosso Mestre, que veio para nos exemplificar e não nos salvar,
porque “não foi a sua morte que nos salvou, mas sua doutrina”, sendo cada um
responsável pela sua própria salvação, no sentido de remissão, resgate, e não
de remissão, anulação de nossas faltas. Estaremos realmente batizados pelo
Espírito, quando estivermos em sintonia com Ele, na senda do progresso
espiritual.
Referindo-se
a Pedro e João assim está escrito no Novo Testamento:
“Vendo,
porém Simão que, pelo fato de imporem as mãos [Pedro e João] era-lhes concedido
o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me também este
poder, para aquele que sobre quem eu impuser as mãos, receba o Espírito Santo.
Pedro, porém lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois
julgaste adquirir por meio dele o dom de Deus.” (Atos, 8:18-20.)
Então
o que significa o Espírito Santo para nós, espíritas?
O
Espírito Santo não representa Deus, nem é uma figura dogmática da “Santíssima
Trindade”, “que não tem fundamento no espírito e na verdade dos Evangelhos”,
tendo sido uma criação da Igreja e surgindo após os Concílios de Nicéia (325) e
Constantinopla (381).
“Temos
sempre nos originais gregos no Novo Testamento, ‘Pneuma Hagion’ (Espírito Santo),
sem o artigo definido ‘ho’ (o) diante dele. Neles também não há o artigo
indefinido (um), porque este não existe no Grego. No Velho Testamento só
aparece o Espírito Santo como sendo um espírito humano evoluído, santo. Em
Isaias (63:11), lê-se: ‘Onde está o que pôs nele o seu Espírito Santo?’ ”
Mais
além, no Novo Testamento, na predição do nascimento de Jesus, respondendo a
Maria, o anjo Gabriel assim se pronunciou:
“Descerá
sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra;
por isso também o ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus.”
(Lucas 1:35.)
Bem
mais adiante, o Espírito Santo foi referido por Jesus como o Revelador, o
Consolador Prometido, a sua própria presença na Terra:
“E
eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja sempre
convosco, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê
nem o conhece, mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará, em meu
nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos
tenho dito.” (João, 14:16-17 e 26.)
De
Bezerra de Menezes – culto, virtuoso e simples, o “médico dos pobres” e das
nossas almas, “agente das luzes do Consolador”, um fenômeno só compreensível
por quem possua a noção da infinitude do bem do ser espiritual, pinçamos um
trecho de seu pronunciamento, respondendo sobre os méritos e o valimento do
Espiritismo:
“Allan
Kardec, Espírito preposto por Jesus para reunir em um corpo de doutrina ensinos
confiados, pelo mesmo Jesus, ao Espírito de Verdade, constituído por uma legião
de Altíssimos Espíritos, só apanhou o que estes deram, e estes só deram o que
era compatível com a compreensão atual do homem terreno.”
O
Espiritismo é uma doutrina eminentemente consoladora, representando o
Consolador Prometido por Jesus, a Terceira Revelação, fruto do ensino coletivo
dos Espíritos, que pontificaram em vários pontos do Planeta, sendo reunidas por
Kardec, após análise da razão, na Codificação Espírita.
“Razão,
ciência e fé – Tal a trindade de que se compõe a Terceira Revelação.” A
Doutrina Espírita veio completar suas instruções e ensinar todas as coisas, que
o mundo pode agora receber, relembrando e renovando todos os seus ensinamentos
sendo ela extremamente dinâmica, mantendo-se, por isso mesmo, sempre atualizada
e em conformidade com a Ciência, como sempre foi.
“Desvirtuada
por completo de sua verdadeira significação, a promessa de Jesus não representa
para a Igreja Romana e Protestante a difusão do Espírito, ou antes dos
Espíritos, que, por ordem de Deus e enviados por Jesus, viriam estabelecer
todas as coisas, mas sim um dom sobrenatural, um movimento do cérebro e do
coração que Deus operou unicamente nos Apóstolos, no dia de Pentecostes.”
Allan
Kardec fornece as explicações necessárias, sobre estas manifestações
mediúnicas, esclarecendo sobre a natureza sua e situando-as no contexto do
entendimento da Terceira Revelação.
“Se
disserem que esta promessa se cumpriu no dia de Pentecostes, por meio da
descida do Espírito Santo, poder-se-á responder que o Espírito Santo os
inspirou, que lhes desanuviou a inteligência, que desenvolveu neles as aptidões
mediúnicas destinadas a facilitar-lhes a missão, porém que nada lhes ensinou
além do que Jesus já ensinara, porquanto, no que deixaram, nenhum vestígio se
encontra de um ensinamento especial".
Vendo
por outro dos inúmeros prismas, esclarece-nos Emmanuel, que ora Espírito Santo
“designa a legião dos Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com
o Cristo desde os primeiros tempos da Humanidade”.
Ora,
como no Novo Testamento, foi usado noutro sentido, como em:
“Todos
os pecados lhe serão perdoados, menos os cometidos contra o Espírito Santo.
Aqui, representa “ a falta cometida com a plena consciência do dever, depois da
bênção do conhecimento interior despertando em nosso íntimo a centelha do
espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas e a alma humana
estará contra si mesma, repudiando as suas divinas possibilidades.”
A
Doutrina Espírita é consoladora, estabelecendo a verdade sobre Deus; não “um
Deus que manda tentar, por seus sequazes, a pobre criatura humana, para ter o
prazer de condená-la para sempre ao fogo eterno”, mas um Deus soberanamente
bom, justo e misericordioso e que, portanto, não deserda seus filhos,
condenando-os a penas eternas, pois não há, para Ele, faltas irremissíveis.
“Não pode ser infinitamente vingativo, nem nos imobiliza no mal.”
# É
consoladora porque explica, pela reencarnação, como age esta Justiça Divina,
única maneira compatível com nosso Pai Amoroso, que nos criou simples e
ignorantes, na certeza de que pela nossa evolução espiritual, através da
pluralidade das existências e dos mundos habitados, todos alcançaremos a
perfeição e a felicidade, porque como prometeu Jesus, “das ovelhas que meu Pai
me confiou, nenhuma se perderá”.
# É
consoladora porque nos remete à fé raciocinada e à nossa reforma íntima, na
certeza de que “a cada um será dado segundo as suas obras”. (Mateus, 16:27.)
# É
consoladora porque restabelece e amplia a evocação e a comunicabilidade dos
Espíritos, tornando-a extremamente dinâmica, tendo suas mensagens enxugado lágrimas
e pacificado corações.
# É
consoladora porque, através do passe e da água fluidificada, transfere energia
benfazeja aos necessitados, promovendo, sempre que possível, sua reestruturação
física e mental.
# É
consoladora porque nos faz aceitar a dor com resignação, na certeza de que se
reverterá no nosso burilamento espiritual e, por isso, na nossa evolução, num
processo, não punitivo, mas educativo, concedido por Deus, nosso Pai Amoroso.
Em
Pentecostes, visualiza-se um outro prisma de enfoque:
“De
repente veio do Céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda casa onde
estavam assentados. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar
em outras línguas, segundo o Espírito, lhes concedia que falassem.” (Atos, 2:2
e 4.)
Foi
uma manifestação mediúnica de xenoglossia coletiva em que eles estavam “cheios
do Espírito Santo”, portanto, em transe mediúnico e falavam idiomas por eles
desconhecidos nesta encarnação, mas cada um os ouvia falar em seu próprio
idioma, como muita vezes acontece até hoje, individualmente, nas específicas e
selecionadas manifestações espíritas.
“Estava,
portanto, cumprida a promessa e, com ela, fundada a igreja viva de Jesus-Cristo
neste mundo.”
Assim,
sejamos plenos do Espírito Santo, para que possamos, crentes na mesma crença,
ser os divulgadores, na mesma seara, da Terceira Revelação, trazida ao nosso
conhecimento pelo Espírito Santo.
Referindo-se
a ela, manifestou-se o Espírito Bezerra de Menezes, na mensagem ao Conselho
Federativo Nacional:
"O
nosso compromisso é com Jesus, o Amor, e com Allan Kardec, a razão, para que a
religião cósmica da verdade domine os corações humanos, restaurando no planeta
a era da legítima fraternidade."
Fernando A. Moreira
Fonte:
Reformador/Julho 2004
Comentário: Só existe uma verdade, uma realidade no
Universo e fora, se é q existe algo mais além do Universo: essa realidade é
aquilo a q as diferentes crenças deram o nome de Deus, Alá, Espírito Santo, Espírito,
o reino dos céus, Cristo, Buda, consciência cósmica, consciência Crística, consciência
budica, consciência universal, consciência una, mente, samadhi, nirvana,
satori, iluminação etc., conforme as diferentes culturas. Essa palavra é tão
somente um rótulo q não representa Deus, pois 'a palavra não é a coisa, mas
apenas o símbolo da coisa'. É a Realidade subjacente a tudo, seres e fenômenos.
Há certas religiões no Oriente q lhe dão 'mil' nomes porque nenhum tem a capacidade
de explicá-lo. É o Vazio, o Zero, o Absoluto, o Nada e o Tudo, o Alfa e o
Ômega. Enfim só Deus existe, infinito e eterno; tudo o mais, você, eu, eles,
animais, vegetais e minerais, os planetas, luas, estrelas, sóis e galáxias,
tudo é apenas efeito de Deus. Deus é a única causa e, sendo infinito, é o único
efeito. Se houvesse no universo algo, por mais insignificante e ínfimo q fosse,
além de Deus, este não seria infinito; haveria Deus e algo mais. Como é
infinito está fora e dentro de tudo, como ensinou Paulo: "Nele vivemos e
respiramos; Ele está à esquerda e à direita, à frente e atrás, acima e
embaixo", dentro e fora, pois o "O Senhor habita vossos
corações" e "Vós sois o templo do Altíssimo", e Jesus: "Não
direis, 'ei-lo aqui' ou 'ei-lo acolá', pois reino de Deus está dentro de
vós". É o Criador, o Mantenedor e o Destruidor de todas as coisas. Tudo
vem de Deus e desaparece novamente em Deus. Essa a concepção das grandes
tradições místicas orientais, de séculos ou milênios antes de Cristo, e é a
concepção dos místicos ocidentais, inclusive do primitivo cristianismo, o
cristianismo de Jesus, não o cristianismo ensinado pelas igrejas, que
modificaram totalmente a antiga concepção. Em fim, não é algo ou um ser que
está lá em cima nos céus, longe de nós, ele lá e nós aqui. Não é algo que
devemos alcançar pois isso seria, como diz o Zen Budismo, "montar no boi
para procurar o boi". Ele já está aqui em nós e em tudo. O que nos falta é
perceber, é ter a experiência mística, isto é, é conhecer essa verdade. Nossa ignorância,
que não é fruto de nada, de nenhuma ação que praticamos, é que nos venda os
olhos (a mente) e impede que vejamos a Realidade. Para vê-la temos de ir além
do ego, além do espaço-tempo, ir para o atemporal, q está aqui e agora, mas que
nos foge à percepção. "É insensatez que vocês desejem entrar no reino de
Deus sem primeiro entrar em vocês mesmas, pois é dentro de cada um de nós que
Deus está e ali é que vamos encontrá-lo e compreendê-lo". Deus é e somente
Deus é.
Jesus eh o caminho, a verdade e a Vida. Somente nele encontramos as respostas. A sua morte nos trouxe vida e essa vida nos faz viver em unidade.
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