Jesus e os
Ensinamentos dos Orixás contidos nos Evangelhos
OGUM é a vontade, os
caminhos abertos, a energia propulsora da conquista, o impulso da ação, da
vontade, o poder da fé, a força inicial para que haja a transformação. É o
ponto de partida, aquele que está à frente. É a vida em sua plenitude, a
vitalidade “ferrosa” contida no sangue que corre nas veias, a manutenção da
vida, a generosidade e a docilidade, a franqueza, a elegância e a liderança.
A energia oriunda da
vibração de Ogum pode ser percebida claramente nestas palavras de Jesus:
- “A tua fé te curou” (com a imposição das
mãos, Ele acionou o poder da vontade de mudar de atitudes e pensamentos).
- “Pedi e recebereis! Buscai e achareis! Batei
e abrir-se-vos-á! Porque todo aquele que pede, recebe”, demonstrando que
Deus nos dotou de inteligência e capacidade para que superemos nossas
dificuldades, recomendando-nos o trabalho, a atividade e o esforço próprio.
Precisamos aprender a
pedir, pois costumamos exigir soluções rápidas e eficazes para problemas de
ordem material. Estamos sempre correndo contra o relógio e perdidos entre
compromissos assumidos, os quais muitas vezes extrapolam nossa capacidade de
cumprir. Esquecemos de cuidar de nossos sentimentos, de ir ao encontro do que
nos realiza e nos dá satisfação interior, das coisas simples da vida.
Se acreditamos na
reencarnação, então sabemos que tudo é transitório, que estamos na Terra para
evoluir em espírito, para superar a nós mesmos. O “pedir”, colocado aqui, é no
sentido de “receber” da Providência Divina o ânimo, a coragem, as boas ideias,
a fim de que possamos crescer e adquirir a paciência necessária para lidar com
as nossas imperfeições e com as dos outros.
Cada problema contém
em si mesmo a solução. Tudo está certo como está, pois tudo tem o seu tempo
para mudar, crescer e amadurecer. Aquilo que não nos cabe resolver “agora”,
confiemos em Deus, pois quando estivermos prontos para compreender, tudo se
resolverá. Devemos dar o melhor de nós, com ânimo, entusiasmo e confiança,
agradecendo a oportunidade da vida.
- “Orai e vigiai”,
pois a oração é o alimento do espírito; ela abre portas para a compreensão, é
um bálsamo no momento das dores. A oração abranda nosso coração, nos protege e
nos fortalece. A vigilância é a resposta que vem para aquilo que pedimos em
oração. Ocorre que geralmente pedimos, e depois não prestamos atenção na
“resposta”, porque somos imediatistas. Mas nem sempre a resposta que desejamos
ouvir é a que chega até nós, e sim a que necessitamos naquele determinado
momento.
Por outro lado,
devemos observar que tipo de pensamento estamos alimentando em nossa mente, e o
que estamos atraindo. Vigiar no sentido de prestar atenção a nós mesmos, pois
buscamos auxílio espiritual na casa de Umbanda, mas o que fazemos com a
orientação recebida? Continuamos o tratamento até o final, com [oração], com
passes, banhos, água fluidificada, leituras esclarecedoras? Estamos dispostos a
mudar nossa conduta? Fazemos uma análise e higienizamos nossos pensamentos e
sentimentos? Estamos dispostos a nos desapegar dos sentimentos de culpa, de nos
colocarmos como vítimas das circunstâncias, de não participarmos ativamente da
nossa “própria vida”?
Ninguém fará por nós
o que nós mesmos temos de fazer, assumindo as rédeas da situação e acionando o
“curador” interno, pois a felicidade é um estado de espírito.
- “A fé remove
montanhas. Pois, em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão
de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali, e ela se
transportaria, e nada vos seria impossível”.
Na realidade a fé é
ativa; é inspiração divina que nos auxilia a chegar ao fim desejado; é a
confiança que fortifica e a certeza de vender os obstáculos. A fé se prega pelo
exemplo e precisa ser apoiada na razão, porque é preciso amar e crer sabendo
porque se ama e porque se crê. A fé caminha de mãos dadas com a esperança e com
a caridade; está intimamente ligada ao poder da vontade, à crença interior de
vencer as adversidades pela paciência que traz a compreensão dos fatos.
O Evangelho Segundo o
Espiritismo [apesar de não ser uma obra umbandista], nos diz (capítulo 9) que o
magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que
Jesus curava e produzia aqueles fenômenos singulares, qualificados outrora como
milagres. É a vontade dirigida para o bem.
Tudo quanto a nossa
mente poderosa acreditar e pedir com intensidade se realizará, pois isso Jesus
disse: “Tudo quanto pedirdes em oração,
crede que recebereis”.
Ogum representa,
portanto, o caminho que precisamos percorrer, aquele caminho solitário para
vencer os dragões internos que, na verdade, é o espírito em busca de si mesmo;
percorrer o caminho de volta à unicidade com o Pai.
Somente quando
aprendermos a amar e compreendermos em nosso espírito esse legado de amor,
perdão, compaixão, o não-julgamento, a gratidão pela vida, respeito por nós e
pelo próximo, quando usarmos o livre-arbítrio com responsabilidade, não
viveremos mais presos ao passado, nem tão pouco angustiados e ansiosos com o
futuro, compreenderemos de forma integral que o momento de servir é agora.
Jesus participava, servia, ouvia, compartilhava, instruía e amava a todos sem
distinção.
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