Dia
13 de Dezembro Dia dos Marinheiros Encarnados, aproveitamos para homenagear os
nossos amigos da Linha de Marinheiros, amigos espirituais que sempre estão
dispostos a nos ajudar! Salve a Marujada!
A Linha dos
Marinheiros da Umbanda engloba espíritos que trabalham no auxílio a encarnados
e desencarnados, a partir do seu magnetismo
aquático e de seus conhecimentos sobre a manipulação do Mistério das Águas. Nela
se apresentam espíritos que em últimas encarnações foram marinheiros de fato,
navegadores, oficiais, pescadores, povos ribeirinhos, canoeiros, ex-piratas
etc. É o arquétipo do homem litorâneo, daquele que sobrevive do mar e dos rios.
A
Linha dos Marinheiros tem a Regência direta dos Orixás Yemanjá e Omolu. Yemanjá
rege “a parte de cima” do mar e Omolu rege “a parte de baixo”. Yemanjá rege o
mar (“calunga grande”) e dá sustentação e amparo aos espíritos que nele viveram
de forma positiva, extraindo de suas águas recursos para alimentar vidas. Omolu
rege a terra (“calunga pequena”) e sustenta o eterno vai-e-vem das águas. Mas
também atrai para os seus domínios os espíritos que se utilizaram do mar de
forma negativa, alimentando apenas seus instintos inferiores.
Esta
Linha de Trabalho é também chamada de “Povo da Água” e está relacionada a
outras Mães das Águas: Oxum (águas doces), Nanã (lagos e lagoas), Yansã (água
da chuva). Mas sua principal Regente é Yemanjá.
Os
Marinheiros trabalham ainda sob influência das Forças Naturais que enfrentam no
mar, tais como: as calmarias (Mistério de Oxalá); os raios (Mistério de Xangô);
os tufões (Mistério de Yansã); os bancos de areia (Mistério de Omolu); os
sargaços (Mistério de Oxóssi); as correntes marinhas (Mistério de Ogum) etc.
Para lidar com essas energias, os Marinheiros precisam do conhecimento e da
licença dos Orixás Regentes. Portanto, ser um Marinheiro de Umbanda requer
“preparo”!...
Nos
Terreiros, a chegada dos Marinheiros traz uma alegria contagiante. Abraçam a
todos, brincam com um jeito maroto, gingando pra lá e pra cá, PARECENDO
embriagados. Mas NÃO estão embriagados, como se poderia pensar. É o seu magnetismo
aquático que os faz ficar “balançando”. Cada elemento tem o seu magnetismo. E
os espíritos que se manifestam naquela Irradiação têm magnetismo idêntico. O
que faz o mar ondular é o magnetismo característico de Mãe Yemanjá, Regente
Divina dessas águas e da Linha dos Marinheiros. Logo, os Marinheiros têm esse
magnetismo “ondulante”. Ao incorporar em seu médium, o Marinheiro “bambeia”,
ele se movimenta como quem se equilibra no tombadilho de um navio ou de um
barco em alto mar. Desta forma, ele libera energias em formas onduladas, é
através dos seus “balanços” que lembram os movimentos de uma pessoa embriagada.
(Se ficarmos algum tempo no mar, vamos entender melhor isso: ao voltar para
terra firme, sentiremos estar “balançando”, “bambeando”, ainda sob o efeito do
movimento ondulante do mar.) Os “balanços” dos Marinheiros liberam ondas de
forte magnetismo aquático que desagregam acúmulos negativos de origem externa e
interna, equilibram nosso emocional e mental e nos dão condições de gerar
coisas positivas em nossas vidas. Vale lembrar que as águas simbolizam as
nossas emoções e estão ligadas à origem da vida. Nas Giras de desenvolvimento o
magnetismo dos Marinheiros é um potente equilibrador emocional do médium,
colaborando de forma essencial no processo.
A
Linha atua preferencialmente na diluição de cargas trevosas e em trabalhos
voltados para a cura emocional do consulente, muitas vezes com a ajuda de seres
Elementais da Água que são atraídos com tal propósito. O contato com esses
seres realiza uma potente limpeza em nosso campo magnético, uma verdadeira
“explosão” de energia equilibradora.
Os
Marinheiros são Magos dos Mistérios Aquáticos. Atuam de forma única dentro da
Umbanda, na manipulação de energias que nos libertam de bloqueios íntimos e nos
dão equilíbrio emocional. Pode parecer pouco, mas hoje a própria ciência
analisa e admite os efeitos dos distúrbios emocionais como geradores de várias
enfermidades. De modo que a cura emocional é o primeiro grande passo para
outras conquistas.
Os
Marujos lidam com os consulentes de forma simpática e extrovertida, “quebrando
o gelo” e deixando o assistido muito à vontade, o que facilita a recepção
dessas energias equilibradoras e curadoras. Sua linguagem é bastante simbólica:
●“o mar”― expressão que usam significando a nossa vida. Quando falam que “o
mar tá bravo”, é porque o médium ou o consulente está com dificuldades na vida
por não saber lidar com as emoções;
●“barco”― maneira pela qual nos designam (é o
próprio médium, é o
consulente);
●“Capitão Maior/Capitão do Navio”― expressões para se referirem
a Deus. Além dos trabalhos de descarrego e quebra de magias negativas, dão
consultas e passes. Costumam ir direto ao ponto, sem rodeios. Mas sabem como
falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo. São amigos,
trazem uma mensagem de esperança e força. Sempre nos alertam para agir com fé e
confiança e desbravar o desconhecido, seja do nosso interior ou do mundo que
nos rodeia. Algumas vezes, ao incorporar, os Marinheiros precisam tomar alguma
bebida alcoólica para não prejudicar o físico do médium. Como se explica isso?
Acontece
que o nosso organismo queima ou consome energia; e o álcool produzido pelos
amidos que ingerimos sustenta essa queima. No caso, sem ingerir a bebida, o
magnetismo da Entidade absorverá muito do álcool do corpo do médium,
prejudicando suas funções. Quando espíritos regidos por magnetismos densos
(água, terra e fogo) incorporam, eles precisam ingerir alguma bebida alcoólica,
para não consumir aquele álcool do corpo do médium. Caso contrário, irão
paralisar o organismo do médium em algumas de suas funções. O uso da bebida dá
fluidez e volatilidade às vibrações desses espíritos, expande seus campos
magnéticos e possibilita a estabilização e o equilíbrio nas incorporações. Como
os Marinheiros vivem na irradiação aquática do mar, quando incorporam,
parece-lhes que é o solo que está se movendo. Daí, com funções inversas, o
álcool lhes dá estabilidade e equilíbrio para ficarem parados e darem
atendimento às pessoas. O álcool tira o equilíbrio de uma pessoa. Mas, assim
como o veneno de cobra é o único antídoto contra picadas de cobras, com os
Marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade. Porém, esse
consumo precisará ser controlado e restrito a uma dose mínima! Dentro de um
trabalho espiritual, o excesso de bebida nunca se justifica.
O
Guia é um espírito que se preparou e obteve a permissão da Lei Divina para vir
nos ajudar; é um mago que sabe como manipular os elementos e usa o mínimo
necessário, pois não precisa de “quantidade”. Quando há excesso, isso se dá
pela ignorância (despreparo), ou então pela vaidade do médium.
(FONTE: “Arquétipos da Umbanda”,
Rubens Saraceni, Madras Editora, 2007, páginas 113/115.)
Nomes
simbólicos: Martim Pescador, Marinheiro das Sete Praias, João das Sete Ondas,
Capitão dos Mares, João da Praia, Zé do Mar, Zé Pescador, João da Marina, Zé da
Maré, Antonio das Águas, Zé da Jangada, Seu Antenor, Seu Jangadeiro, João
Canoeiro, Zé dos Remos, João do Rio etc.
Dia
da semana: A 2ª feira, dia associado à Lua e ao Orixá Yemanjá. Também a 6ª
feira, regida por Netuno, planeta relacionado a Yemanjá.
Campo
de atuação: Quebra de bloqueios emocionais; equilíbrio das emoções; limpeza
energética; quebra de magias negativas.
Ponto
de força: A beira-mar; beira dos rios.
Saudação:
Salve a Marujada!
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