"Ninguém acende uma lâmpada e a coloca num lugar onde ficará escondida, ou sob uma tigela. Ao invés disso, coloca-se ela de pé, assim aquele que entrar pode enxergar a luz." "O reino de Deus está dentro de vós." "Eu sou o caminho, a verdade e a vida." Mestre Jesus Cristo.
Espiritualizando
Fé Racional
"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)
Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar.
Nenhum mistério resiste à fragilidade da Luz. Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo.
Evoluir significa crescer, aprimorar, lapidar, transformar, crescer
mentalmente, passar de um estágio a outro, ascender em uma linha de vida de
forma contínua e estável. Significa uma renovação contínua do ser, uma
reposição constante de valores, deixando para trás conhecimentos ultrapassados,
hábitos e costumes inadequados, atitudes e posturas velhas e decadentes.
Significa procurar continuamente o movimento e a estabilidade em nossas vidas.
Pai Obaluaê é o Orixá que desperta em cada um de nós a vontade irresistível de
seguir adiante, de alcançar um nível de vida superior, para chegar mais perto
de Deus. Ele é o Orixá do bem estar, da busca de melhores dias, de melhores
condições de vida, de sabedoria e de razão. A evolução
costuma ser representada por uma
espiral ascendente de progresso, por onde todos nós
caminhamos. Podemos, por vezes, ficar parados em algum lugar dessa espiral, o
que significa uma perda de tempo precioso. Podemos até escorregar para trás -
perda ainda maior de tempo e trabalho- mas, continuamos sempre. Não há como
escapar ao processo evolutivo. A evolução é uma situação pessoal. Ninguém
evolui no lugar do outro ou pelo outro. E o mais importante é que ninguém
evolui de forma isolada; ninguém evolui sozinho. O próprio universo é um
fantástico entrelaçamento de forças e formas. Todos nós temos em nosso interior
um potencial de incrível poder transformador e, junto da evolução pessoal,
devemos desenvolver ações amorosas e engrandecedoras, apoiadas no sentimento do
verdadeiro perdão. Precisamos eliminar os bloqueios que atrapalham nossa
evolução, dedicando diariamente alguns minutos, para perdoar as pessoas que, de
alguma forma, nos ofenderam, prejudicaram, rejeitaram, odiaram, abandonaram,
traíram, ridicularizaram, humilharam, amedrontaram, iludiram ou causaram
dificuldades. É necessário perdoar, especialmente, aqueles que nos provocaram,
até que perdêssemos a paciência e reagíssemos violentamente, sentindo, depois,
vergonha, remorso e culpa. Sabemos que, por várias vezes, fomos responsáveis
pelas agressões recebidas, pois confiamos em pessoas negativas e permitimos que
elas descarregassem sobre nós o seu mau caráter. Outras vezes, suportamos maus
tratos e humilhações, perdendo tempo e energia na inútil tentativa de conseguir
um bom relacionamento com elas. Devemos, também, pedir perdão a todas as
pessoas a quem, de alguma forma, consciente ou inconscientemente, ofendemos,
injuriamos, prejudicamos ou desagradamos. Só assim poderemos estar livres da
necessidade compulsiva de sofrer e conviver com indivíduos e ambientes
doentios. Vamos, a partir de agora, sob o amparo de nosso pai Obaluaê, iniciar
uma nova etapa de nossas vidas, em companhia de pessoas amigas, sadias e
competentes, compartilhando sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo
progresso e evolução de todos.
Salve Pai Obaluaê, Orixá do perdão, da cura, das passagens e de todas as
transformações!
Obaluaê é o Orixá que atua na evolução dos seres. "Pai Olorum, que
tudo cria e tudo gera, criou as qualidades de estabilidade e
evolução. Sem estabilidade nada se sustenta e sem transmutação tudo fica
parado. A estabilidade proporciona o meio ideal para os seres viverem e na
mobilidade são gerados os recursos para que eles evoluam.
Pai Obaluaê é a divindade que representa essa qualidade dupla,
pois tanto sustenta cada coisa no seu lugar como conduz cada uma a ele. Ele
está no próprio Universo, na sustentação dos astros e no movimento da mecânica
celeste. Sua irradiação, aceleradora da vida, dos níveis e dos processos
genéticos, desperta nos seres a vontade de seguir em frente e evoluir. Obaluaê
é o Pai que, juntamente com Mãe Nanã, sinaliza as passagens de um estágio de
evolução a outro. Ambos são Orixás terra-água; têm magnetismo misto, pois na
terra está a estabilidade e na água a mobilidade. Enquanto Mãe Nanã decanta os
espíritos que irão reencarnar, Pai Obaluaê estabelece o cordão energético que
une o espírito ao corpo (feto) e reduz o corpo plasmático do espírito, até que
fique do tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. Pai Obaluaê é o
"Senhor das Passagens" de um plano a outro, de uma dimensão a outra,
do espírito para a carne e vice-versa. É o Orixá da cura, do bem-estar e da
busca de melhores condições de vida. Na Umbanda, esse Pai é evocado como senhor
das almas, dos meios aceleradores de sua evolução. Quando um ser natural de
Obaluaê baixa num médium e gira no Templo, todos sentem uma serenidade e um bem
estar imenso, pois ele traz em si a estabilidade, a calmaria e a vontade de
avançar, de ir para mais perto de Deus. Esse Pai rege a linha das almas ou
corrente dos pretos velhos, que traz a natureza medicinal de Obaluaê, Orixá
curador. Muitos têm sido curados, após clamarem por sua interseção. Os pretos
velhos nos transmitem paz, confiança, esperança e bem-estar.Os pontos de forças
regidos por Pai Obaluaê, no acima, são os cemitérios ou campos santos, lugares
sagrados para os povos de todas as culturas. São os pontos de transição do
espírito, quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.
Fonte: Manual Doutrinário,
Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) –
Madras Ed.
Hoje é dia de São Lázaro
Conhecidíssimo é o
nome deste Santo, de quem os santos Evangelhos relatam coisas extraordinárias,
das quais a mais estupenda é ele ter sido ressuscitado, por Nosso Senhor Jesus
Cristo, quatro dias depois da sua morte. Lázaro, natural de Betânia, era irmão
de Marta e Maria. Há quem pretenda identificar esta Maria com Maria Madalena,
ou aquela pecadora do que São Lucas (7, 36-50) conta o episódio havido na casa
de Simão fariseu, e o nome da qual ele não diz. Em capítulo 10, 38-39 o mesmo
Evangelista faz uma descrição minuciosa de uma cena na casa de Lázaro, mas não
faz menção daquela pecadora desconhecida. Justamente de São Lucas deve-se
supor, que conheceu ambas. Marcos e Mateus também relatam a unção dos pés de
Jesus por uma mulher na casa de Lázaro sem declarar-lhe o nome. São João, diz
claramente porém, que foi Maria, Irmã de Lázaro. A pecadora pública, que
apareceu na casa de Simão, parece, pois, ser pessoa bem diferente e nada ter
com a família de Lázaro. Maria Madalena também não pode ser, porque São Lucas,
depois de ter contado o fato havido com o fariseu, fala (em 8,2) em uma Maria
Madalena, da qual tinham saído 7 demônios. Maria Madalena parece ser pessoa
diferente ainda. Lázaro era estimadíssimo na sociedade hebréia, devido à nobre
origem e às grandes propriedades que possuía em Betânia. Não se sabe de quando
datam as suas relações mais íntimas com o divino Mestre. É provável que tenha
sido um dos primeiros discípulos. As expressões de que os Evangelistas se
servem, para caracterizar as relações de Lázaro com Jesus Cristo, não deixam
dúvida de que eram muito amigos. De outro modo não se compreenderiam as
palavras de Nosso Senhor: “Lázaro, nosso amigo, dorme” e das irmãs: “Senhor,
aquele a quem amais, está doente!” Jesus distinguia esta família com sua
amizade, visitava-a freqüentes vezes, e hospedava-se em sua casa. Os Santos
Padres descobrem o motivo desta amizade, que não foi outro senão o mesmo que
ligava Jesus a São João Evangelista: a vida santa e virginal.
O mais extraordinário
que aconteceu com Lázaro, foi sua morte e ressurreição, em condições tão
singulares. São João Evangelista relata este fato, com todos os pormenores, no
Cap. 11 do seu Evangelho. Eis a narração evangélica: “Lázaro, irmão de Maria e
Marta, caiu doente em Betânia. As duas irmãs mandaram dizer a Jesus: “Senhor,
aquele a quem amais está doente”. Jesus disse: “Esta doença não é de morte, mas
para glória de Deus: pois que o Filho será glorificado por ela”. E ficou ainda
dois dias lá, isto é, na margem do outro lado do Jordão. Foi só então, que
disse aos discípulos: “Lázaro, nosso amigo, dorme, vou despertá-lo do sono”. Os
discípulos disseram-lhe: “Senhor, se dorme, está bem”. Jesus, porém, falava da
morte e disse-lhes então claramente: “Lázaro morreu e eu me alegro por vossa
causa de não estar presente, a fim de que acrediteis. Vamos vê-lo!”
Quando Jesus chegou,
Lázaro estava sepultado, havia quatro dias. Logo que Marta soube da vinda de
Jesus, foi-lhe ao encontro e disse-lhe: “Senhor, se tivésseis estado aqui, meu
irmão não teria morrido. No entanto, sei que tudo que quiserdes pedir a Deus,
ele vô-lo concederá”. Jesus disse-lhe: “Teu irmão ressuscitará”. Maria
respondeu: “Sim, sei que ressuscitará na ressurreição do último dia”. Jesus
disse-lhe: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda mesmo morto,
viverá: e quem vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isso?” Ela
respondeu: “Sim, Senhor, creio que sois o Cristo, o Filho de Deus vivo, que
viestes a este mundo”. Dizendo estas palavras, Marta entrou e disse a Maria,
sua irmã: “O Mestre está cá e chama-te”. Maria levantou-se e pressurosa foi ao
encontro de Jesus. Os Judeus, que, com ela estavam em casa, disseram: “Ela vai
ao sepulcro para chorar”. Chegado perto de Jesus, prostrou-se-lhe aos pés e
disse-lhe: “Senhor, se tivésseis estado aqui, meu irmão não teria morrido”.
Quando Jesus lhe viu o pranto e o dos Judeus que a acompanhavam, perguntou:
“Onde o sepultastes?” Disseram-lhe: “Vinde e vede”. E Jesus chorou. Então os
Judeus disseram: “Vede, como o amava!” Jesus chegou em face do túmulo: era uma
gruta e uma pedra tapava a abertura. Jesus disse-lhes: “Tirai a pedra”. Marta,
a irmã do morto, disse-lhe: Senhor, já exala mau cheiro; pois já lá se vão
quatro dias, que está aí”. Jesus disse-lhe: “Não te disse já, que se creres,
verás a glória de Deus?” Tiraram a pedra. Jesus levantou os olhos ao céu e
disse: “Pai, dou-vos graças por me terdes escutado. Quanto a mim, sabia, que me
ouves sempre; mas digo-o por causa da multidão que me cerca, a fim de que creia
que sois vós, que me haveis enviado”. Depois de ter assim falado, bradou com
voz forte: “Lázaro sai para fora” No mesmo instante o morto saiu, pés e mãos
atadas com faixas estreitas, o rosto coberto de um sudário. Jesus disse-lhes:
“Desatai-o e deixai-o andar.”
Temor e admiração
apoderaram-se dos assistentes e muitos creram em Jesus. A notícia deste milagre
estupendo correu de boca em boca e formou duas correntes entre os Judeus: de
uns, que francamente reconheceram a divindade de Jesus Cristo, e de outros,
principalmente dos fariseus e escribas, que ainda mais se encheram de ódio
contra aquele, cuja morte já tinham decretado, ódio igual votaram a Lázaro.
Tendo levado a efeito o plano tenebroso contra a vida do grande Mestre,
trataram também de livrar-se do amigo do mesmo, cuja presença os incomodava, e
por ser uma testemunha irrefutável do poder onipotente de Jesus Cristo.
Faltava-lhes a coragem de condená-lo à morte, porque Lázaro era estimadíssimo e
de grande influência no meio social de Jerusalém. Ocasião propícia ofereceu-se
para afastá-lo da Judéia, quando, depois da morte de Santo Estevão, uma
perseguição obrigou os cristãos a saírem da Palestina, assim diz a lenda. Do
resto da vida de Lázaro nada se sabe. Ter ele saído da Palestina e chegado a
Marseille, onde teria como Bispo, pregado o Evangelho, é lenda que apareceu nos
séculos 11 e 12, e que confunde Lázaro de Betânia com um personagem do mesmo
nome e Bispo de Aix; ou com Nazário, Bispo de Autun. Mais fidedignos são os
testemunhos orientais, que falam do túmulo de Lázaro existente em Cition, na
ilha de Chipre.
>>> REFLEXÕES
<<<
“Senhor, quem vós
amais, está doente”, diziam as irmãs a Jesus Cristo. Nosso Senhor mesmo chama-o
amigo. “Lázaro, nosso amigo dorme”. Com que e como mereceu Lázaro a amizade de
Jesus Cristo? Segundo a opinião de muitos Santos Padres, foi a vida pura a
causa do afeto, que lhe tinha Nosso Senhor. “Quem ama a pureza do coração...
terá o Rei por amigo”, (Pr 22,11), dizia o Espírito Santo, já no Antigo
Testamento. — De quem és amigo: de Cristo ou de Lúcifer? a resposta só teu
coração dará conforme for puro eu se desprezar a pureza. “Não há manjar mais
saboroso para o demônio — diz Santo Ambrósio, que o corpo e a alma do impuro.”
Eusébio Emisseno, tratando deste assunto e referindo-se à palavra do filho
pródigo, que desejava matar à fome com as bolotas atiradas aos porcos, escreve:
“Os porcos são os maus espíritos, que se sentem bem no meio da podridão e na
lama dos vícios. Os guardas dos porcos são aqueles que lhes dão tudo que
desejam. As impurezas, as obscenidades são as bolotas, com que os espíritos se
satisfazem. É com as bolotas que os pecadores querem matar a fome; e quanto
mais consomem, mais fome sentem; quanto mais pecam, mais querem pecar. De quem
és, pois, amigo: de Cristo ou de Lúcifer?
PAI OBALUAYÊ, Orixá da
transmutação cujo nome significa (REI SENHOR DAS TERRAS) e com base nos muitos
mistérios deste grande e amoroso Orixá abordaremos um tema pouco compreendido
dentro da Umbanda o CRUZEIRO DAS ALMAS.
Geralmente encontrado
dentro dos cemitérios que na Umbanda conhecemos como CAMPO SANTO ou ainda
CALUNGA PEQUENA (Espaço Sagrado), o CRUZEIRO DAS ALMAS ficou conhecido como
ponto de referência para que velas sejam acesas em lembrança e homenagem das
pessoas que ali foram enterradas em um ritual para que suas almas sejam levadas
a DEUS. Deixamos claro aqui que não levantamos em hipótese alguma criticas para
os irmãos de outras denominações religiosas que lá se dirigem no Cruzeiro
(termo mais conhecido e usado) tomando o fato citado acima somente como
exemplo.
Infelizmente também
presenciamos em determinados cruzeiros trabalhos de ordem negativa que fogem do
conhecimento de quem o fez do sentido religioso que este ponto de forças tem
dentro da Umbanda e ainda vale lembrar que em outras situações encontramos
sujeira que também é um fator de desrespeito para com Obaluayê e para com os
que lá se dirigem.
Um CRUZEIRO DAS ALMAS é
uma passagem, ou ainda, um portal onde o espírito passa de um plano vibratório
para outro e o Orixá que rege este campo de ação é Obaluayê, mas o cruzeiro
serve somente para isso? Podemos interpretar "plano vibratório" como
campo de energias, isso pode se aplicar a diversas situações que estejamos
passando em nossas vidas como por exemplo: Uma doença física, emocional, uma
obsessão complexa ou mesmo simples, magoas, ódios, rancores e todo sentimento
de ordem negativa e quando falamos em TRANSMUTAÇÃO nos referimos também a
modificação de vibração que nos problemas citados acima seria o oposto ou seja
o lado positivo.
Se nos referimos a
"planos" podemos ainda simplificar por "passagens" para que
de forma simples nos tornemos mais compreendidos que da o título muito
conhecido de Pai Obaluayê como também "SENHOR DAS PASSAGENS".
Direcionamo-nos agora
para uma casa, centro, tenda de Umbanda onde encontramos nos terreiro sempre um
"cantinho" das almas" ou o CRUZEIRO DAS ALMAS. Muitas vezes um
determinado guia nos da uma vela branca e nos pede para firmá-la no mesmo, logo
interpretamos que estamos com eguns, quiumbas ou algum sofredor, mas nos
esquecemos que tal qual no campo santo, ali também é um ponto natural e sagrado
de Obaluayê e muitas vezes a "vela" não para os outros, mas sim para
nós mesmos, para podermos com a ajuda do Pai Transmutarmos algo de ruim ainda
que não estamos conseguindo sozinhos resolver dentro de nós. Lembramos ainda
que o Cruzeiro de um centro tem a função de proteger também a casa de ataques
de seres infelizes vampiros espirituais, etc. Como no campo santo é feito.
Como podem ver nada tem a
ver um cruzeiro das almas com azar ou chamamentos da morte, isso é fruto de
crendices populares e gente infelizmente ainda mal informada dentro e fora da
Umbanda. Além de um campo de proteção para a casa, ali ficam direcionadas as
forças do Orixá Obaluayê, para que de forma sagrada e ritualística elas possam
ser evocadas.
“... Olho para direita e vejo: não há
ninguém que cuide de mim. Não existe para mim um refúgio ninguém que se
interesse pela minha vida, eu vos chamo Senhor, vós sois meu refúgio, sois meu
quinhão na terra dos vivos. Atendei o meu clamor...” (Salmo 141, 5-7)
Montpellier, na França, foi no ano de 1295,
cenário e berço do nascimento de um de seus mais ilustres filhos; Roque! O
nobre Fidalgo João e sua esposa Libéria, aguardavam com ansiedade a chegada
dessa criança, era afinal, uma benção desejada.
Roque foi levado a pia Batismal, já nos primeiros
dias de vida; sua mãe Libéria, era mulher virtuosa, mulher de fé e piedosa, que
via naquele frágil bebê, um sinal de amor de Deus.
O pequeno Roque teve uma educação primorosa,
estudou nos melhores colégios e herdou de sua mãe os mais vivos sentimentos de
fé, e vida de oração.
Quando completou vinte anos, foi duramente provado
com a morte repentina de seus pais, vendo-se sozinho e com uma herança
invejável, sentiu em seu coração um forte apelo ao despojamento. Dispos de
todos os seus bens móveis em favor dos mais necessitados e os imóveis foram
entregues aos cuidados de seu tio; Roque em condições de pobre peregrino,
dirigiu-se a Roma.
Quando Roque chegou a Aguapendente, na Toscana, um
terrível epidemia (Peste Negra) se alastrava, e nosso jovem peregrino
ofereceu-se prontamente para tratar dos doentes que lotavam as enfermarias dos
hospitais.
De Aguapendente seguiu para Caesena e Rimini, por
toda parte onde chegava o jovem Roque, via-se desaparecer a terrível epidemia,
como que a fugir do Santo.
Foi em Roma que a caridade de Roque achou um novo
campo de ação, dedicando-se durante 3 anos, ao tratamento dos pobres e
abandonados doentes. Depois voltou aos lugares onde já tinha estado, e seu zêlo
escolhia entre os mais doentes, mais abonados, sempre nutrindo o desejo ardente
de poder oferecer a Deus o sacrifício da vida.
Por vária vezes foi provado pela doença e em todas,
o Senhor conservou-lhe a vida, no que todos reconheceram uma especial proteção
Divina.
Na Itália, Roque conheceu o carisma franciscano e
fez votos na Ordem Terceira, como irmão penitente.
Restabelecidas as forças, Roque seguiu para
Piacenza, onde a Peste dizimava a população. Com uma abnegação, que lhe era
peculiar, dedicou-se ao serviço de enfermeiro no hospital, sendo também
atingido pelo terrível mal. Após um sono profundo, foi acometido duma febre
violenta e atormentado por uma dor fortíssima na perna esquerda, causando-lhe
uma terrivel chaga.
Roque aceitou a doença, como uma Graça Divina, as
dores chegaram, porém, a tal ponto que fizeram chorar e gritar continuamente.
Em pouco tempo, Roque, viu-se abandonado e
desprezado por todos, decidiu em seu coração, não se tornar um peso para
ninguém. Com muito custo arrastou-se até um bosque e lá acomodou-se em uma
cabana abandonada.
Confiando no Senhor e entregando-se a sua Divina
Providência, Roque experimentou o amor de Deus, que todos os dias enviava um
cão para alimentá-lo, trazendo um pão tirado da mesa do Fidalgo Gottardo.
Certa manhã Gottardo, observando as atitudes do
cão, resolveu segui-lo e qual não foi sua surpresa ao encontra-lo na choupana
em companhia de Roque. Assim todos descobriram o paradeiro do Santo.
Gottardo ficou algum tempo em companhia de Roque e
este, sentindo-se restabelecido de sua forças decidiu voltar para sua terra
natal.
A França, por aquele tempo, estava em guerra, e
assim se explica que Roque, lá chegando fosse tomado por espião.
O sofrimento e a dor tinham deixado marcas
significativas em seu rosto, em seu corpo, que até o próprio Tio, que era o
juiz da cidade, não o reconheceu e condenou-o à prisão.
Toda essa humilhação, Roque aceitou sem protesto
algum, e todas as injustiças sofridas, ofereceu por amor a Jesus e pela
conversão dos pecadores.
Por cinco anos permanceu encarcerado sem que
ninguém o reconhecesse foi acometido por uma grave e terminal enfermidade, lá
no cárcere recebeu os Santos Sacramentos.
Confessou sua identidade ao Sacerdote, exalava de
seu corpo um suave perfume de santidade que se espalhou por todo o presídio,
Roque com seus 32 anos, entregou sua santa alma ao Senhor humilde e silenciosamente,
era o ano de 1327.
(O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuido
foi a cura do seu carceireiro, que se chamava Justino e era manco de uma perna.
Ao tocar no corpo de Roque, para verificar se estaria morto realemente,
sentindo algo estranho percebeu sua perna milagrosamente curada).
Seu sepultamento, foi marcado por muitas honras e
grandes milagres, agora reconhecido com nobre filho de Montpelier. Tempos mais
tarde seus restos mortais foram transladados para Veneza, onde seus devotos lhe
erigiram um belo templo.
Assegura-se que por intercessão de São Roque,
muitas cidades foram poupadas da peste, entre elas Constança, na ocasião em que
dentro dos muros se lhe reunia o grande concílio, em 1414.
Para alcançar a vida eterna é necessária a prática
da virtude. Em São Roque temos o modelo de homem virtuoso de fato.
Os Santos são setas que nos indicam o caminho que
é Jesus, a verdade de Jesus e a vida que está em Jesus.
Oração
a São Roque
São Roque, que vos dedicastes com todo o amor aos doentes contagiados pela
peste, embora também a tenhais contraído, daí-nos paciência no sofrimento e na
dor.
São Roque, protegei não só a mim, mas
também aos meus irmãos e irmãs, livrando-nos das doenças infecciosas.
Enquanto eu estiver em condições de me
dedicar aos meus irmãos, proponho-me ajuda-los em suas reais necessidades,
aliviando um pouco o seu sofrimento.
São Roque, abençoai os médicos,
fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais e defendei a todos da
doenças e do perigos. Amém.
Hoje é Dia do nosso Pai Obaluaê - Evolução
Evoluir
significa crescer, aprimorar, lapidar, transformar, crescer mentalmente, passar
de um estágio a outro, ascender em uma linha de vida de forma contínua e
estável. Significa uma renovação contínua do ser, uma reposição constante de
valores, deixando para trás conhecimentos ultrapassados, hábitos e costumes
inadequados, atitudes e posturas velhas e decadentes. Significa procurar
continuamente o movimento e a estabilidade em nossas vidas. Pai Obaluaê é o
orixá que desperta em cada um de nós a vontade irresistível de seguir adiante,
de alcançar um nível de vida superior, para chegar mais perto de Deus. Ele é o
orixá do bem estar, da busca de melhores dias, de melhores condições de vida,
de sabedoria e de razão. A evolução costuma
ser representada por uma espiral
ascendente de progresso, por onde todos nós caminhamos.
Podemos, por vezes, ficar parados em algum lugar dessa espiral, o que significa
uma perda de tempo precioso. Podemos até escorregar para trás - perda ainda
maior de tempo e trabalho- mas, continuamos sempre. Não há como escapar ao
processo evolutivo. A evolução é uma situação pessoal. Ninguém evolui no lugar
do outro ou pelo outro. E o mais importante é que ninguém evolui de forma
isolada; ninguém evolui sozinho. O próprio universo é um fantástico
entrelaçamento de forças e formas. Todos nós temos em nosso interior um
potencial de incrível poder transformador e, junto da evolução pessoal, devemos
desenvolver ações amorosas e engrandecedoras, apoiadas no sentimento do
verdadeiro perdão. Precisamos eliminar os bloqueios que atrapalham nossa
evolução, dedicando diariamente alguns minutos, para perdoar as pessoas que, de
alguma forma, nos ofenderam, prejudicaram, rejeitaram, odiaram, abandonaram,
traíram, ridicularizaram, humilharam, amedrontaram, iludiram ou causaram
dificuldades. É necessário perdoar, especialmente, aqueles que nos provocaram,
até que perdêssemos a paciência e reagíssemos violentamente, sentindo, depois,
vergonha, remorso e culpa. Sabemos que, por várias vezes, fomos responsáveis
pelas agressões recebidas, pois confiamos em pessoas negativas e permitimos que
elas descarregassem sobre nós o seu mau caráter. Outras vezes, suportamos maus
tratos e humilhações, perdendo tempo e energia na inútil tentativa de conseguir
um bom relacionamento com elas. Devemos, também, pedir perdão a todas as
pessoas a quem, de alguma forma, consciente ou inconscientemente, ofendemos,
injuriamos, prejudicamos ou desagradamos. Só assim poderemos estar livres da
necessidade compulsiva de sofrer e conviver com indivíduos e ambientes
doentios. Vamos, a partir de agora, sob o amparo de nosso pai Obaluaê, iniciar
uma nova etapa de nossas vidas, em companhia de pessoas amigas, sadias e
competentes, compartilhando sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo progresso
e evolução de todos.
Salve
Pai Obaluaê, orixá do perdão, da cura, das passagens e de todas as transformações!
Obaluaê
é o orixá que atua na evolução dos seres. "Pai Olorum, que tudo cria e
tudo gera, criou as qualidades de estabilidade e evolução. Sem
estabilidade nada se sustenta e sem transmutação tudo fica parado. A
estabilidade proporciona o meio ideal para os seres viverem e na mobilidade são
gerados os recursos para que eles evoluam.
Pai
Obaluaê é a divindade que representa essa qualidade dupla, pois tanto
sustenta cada coisa no seu lugar como conduz cada uma a ele. Ele está no
próprio Universo, na sustentação dos astros e no movimento da mecânica celeste.
Sua irradiação, aceleradora da vida, dos níveis e dos processos genéticos,
desperta nos seres a vontade de seguir em frente e evoluir. Obaluaê é o Pai
que, juntamente com Mãe Nanã, sinaliza as passagens de um estágio de evolução a
outro. Ambos são orixás terra-água; têm magnetismo misto, pois na terra está a
estabilidade e na água a mobilidade. Enquanto Mãe Nanã decanta os espíritos que
irão reencarnar, Pai Obaluaê estabelece o cordão energético que une o espírito
ao corpo (feto) e reduz o corpo plasmático do espírito, até que fique do
tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. Pai Obaluaê é o "Senhor
das Passagens" de um plano a outro, de uma dimensão a outra, do espírito
para a carne e vice-versa. É o orixá da cura, do bem-estar e da busca de
melhores condições de vida. Na Umbanda, esse Pai é evocado como senhor das
almas, dos meios aceleradores de sua evolução. Quando um ser natural de Obaluaê
baixa num médium e gira no Templo, todos sentem uma serenidade e um bem estar
imenso, pois ele traz em si a estabilidade, a calmaria e a vontade de avançar,
de ir para mais perto de Deus. Esse Pai rege a linha das almas ou corrente dos
pretos velhos, que traz a natureza medicinal de Obaluaê, orixá curador. Muitos
têm sido curados, após clamarem por sua interseção. Os pretos velhos nos
transmitem paz, confiança, esperança e bem-estar.Os pontos de forças regidos
por Pai Obaluaê, no acima, são os cemitérios ou campos santos, lugares sagrados
para os povos de todas as culturas. São os pontos de transição do espírito,
quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.
Fonte:
Manual Doutrinário, Ritualístico e
Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.
A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.
Caboclo Índio Tupinambá
"...Onde quer que Você esteja... meu Menino... Estarei Sempre com Você... Anauê!"
Luz Crística
Pense Nisso...
"Estudo, requer meditação. A meditação leva a conclusões. E as conclusões fazem com que as pessoas modifiquem os seus hábitos e suas atitudes" – Dr. Hermann (Espírito) por Altivo Pamphiro (Médium)
Obras Básicas da Doutrina Espírita - Pentateuco Espírita