Espiritualizando



Fé Racional

"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

Espiritualize-se...

Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar.

Nenhum mistério resiste à fragilidade da Luz. Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo.



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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sacerdócio Não é Profissão




Não nos agrada abordar assunto de tamanha gravidade, que infelizmente tem tomado proporções perigosas dentro do Movimento Umbandista, por conta de alguns ditos médiuns. No entanto, premidos pela imperiosa necessidade de alertarmos e orientarmos médiuns e assistentes a não serem vítimas de elementos de caráter duvidoso, que ainda contaminam nossa religião de fé, é que passamos a discorrer sobre o presente tema. Sabemos que a mediunidade, seja ela qual for, é uma faculdade neutra ofertada pelo Criador, antes mesmo de reencarnarmos, com os fins específicos de servirmos de instrumentos à missão dos espíritos, para acelerarmos nosso progresso espiritual através da caridade; e também para que nossos amigos Caboclos (as), Pretos (as) - Velhos (as), Crianças (Ibejis), Exus e Bombogiras (Pomba-Gira), possam subir cada vez mais os degraus da escala espírito-evolutiva. Deste modo, a mediunidade constitui-se em um modo de nos redimirmos de faltas pretéritas (mediunidade expiatória); de alcançarmos progresso espiritual (mediunidade evolutiva), e, de igual forma, cumprirmos metas para o progresso espiritual da humanidade (mediunidade missionária). Neste sentido, a faculdade mediúnica tem como um de seus atributos maiores o "dar de graça o que de graça foi recebido", vale dizer, sermos veículos gratuitos de ação dos bons espíritos para auxílio ao próximo, assim como a mediunidade nos foi concebida por Deus para nos auxiliar em nossa jornada. A partir daí, observamos que o médium deve imbuir-se dos mais nobres sentimentos existentes e dedicar-se desinteressadamente a atividade mediúnica, para que a Espiritualidade possa amparar e orientar aqueles que, por razões diversas, não conseguem suplantar suas angústias e sofrimentos. E nada mais salutar do que observarmos um irmão outrora combalido pelas intempéries cotidianas terrenas, levantar-se espiritualmente e retomar seu caminho, de cabeça em pé, seguindo as diretrizes do Plano Astral Superior. Fica claro então que a mediunidade jamais poderá ser exercida como profissão, onde o vil metal (dinheiro) eleva-se como fator preponderante, relegando-se a segundo plano o fim caritativo de tal labor.

 Infelizmente ainda detectamos em alguns Templos pessoas que encaram a mediunidade, não como forma de alimentação espiritual à almas doentes, mas sim como meio de sustento de seus interesses e da sua vida. Estes, devido ao seu desvirtuamento comportamental, ficam preocupados e atentos somente com o que é arrecadado durante uma Gira ou sessão, ou a cobrar por consultas aos espíritos. Certamente quem desta maneira age, atrai para si, consoante a Lei de Afinidades, espíritos avarentos, com cobiça, apegados ainda aos valores materiais. E o resultado é previsível. Longe de nós sermos contra o pagamento de mensalidades e doações para a manutenção das instalações do espaço de caridade. Mas daí a fazerem uso do numerário arrecadado para sustento próprio, vai uma grande diferença, pois todo o cidadão deve prouver o seu sustento com o suor de seu trabalho e não se valer da bondade, da fé e do desespero das pessoas para se sustentar financeiramente, de base imoral e ilegítima.

Umbanda é Caridade,

Reflita Umbandista! Pense Nisso...
 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Preto-Velho" na Cultura Brasileira e na Umbanda



Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.

O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por exemplo.

Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho despersonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico "pretovelho".

Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho" ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do "preto-velho" dentro das mesmas.

Preto é Cor e Negro é Raça, logo o termo "preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na "terceira idade" (a melhor idade).

Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.

Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos" o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.

O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.

No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam " com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo.

Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso contrário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.

São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.

Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parecenos ouvir na língua Yorubá a palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: "silêncio".

Nas culturas antigas o "velho" era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas.

Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.

Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.

Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos escravos eu os saúdo: "Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nanã!".

Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca, tomam café e fumam cachimbo.

Texto extraído do JUS (Jornal da Umbanda Sagrada), maio/2006 e escrito por Alexandre Cumino.

Meu Bondoso Preto Velho


Aqui estou de joelhos, agradecido, contrito, aguardando sua benção.
Quantas vezes com a alma ferida, com o coração irado, com a mente entorpecida pela dor da injustiça eu clamava por vingança, e Tu, oculto lá no fundo do meu Eu, com bondade compassiva me sussurravas: "ESPERANÇA".
Quantas vezes desejei romper com a humanidade, enfrentar o mal com maldade, olho por olho, dente por dente, e Tu, escondido em minha mente, me dizias simplesmente:
"Sei que a maldade e a traição ferem o coração, mas, responder com ofensas, não lhe trará a solução. Pára, pensa, medita e ofereça-lhe o perdão. Eu também sofri bastante, eu também fui humilhado, eu também me revoltei, também fui injustiçado. 
Das savanas africanas, moço, forte, livre, num instante transformado em escravo acorrentado, nenhuma oportunidade eu tive. Uma revolta crescente me envolvia intensamente, porque algo me dizia que eu nunca mais veria minha Aruanda de então, não ouviria a passarada, o bramir dos elefantes, o rugido do leão; minha raça de gigantes de que tanto orgulho tivera, jazia despedaçada, nua, fria, acorrentada num infecto porão.
Um ódio intenso o meu peito atormentava, porque Oyá não mandava uma grande tempestade? Que Xangô com seus raios partisse aquela nave amaldiçoada, que matasse aquela gente, que tão cruel se mostrara, que até minha pobre mãezinha, tão frágil, já tão velhinha, por maldade acorrentara. E Iemanjá, onde estava que nossa desgraça não via, nossa dor não sentia, o seu peito não sangrava? Seus ouvidos não ouviam a súplica que eu lhe fazia? Se Iemanjá ordenasse, o mar se abriria, as ondas nos envolveriam; ao meu povo ela daria a desejada esperança, e aos que nos escravizavam, a necessária vingança. 
Porém, nada aconteceu, minha mãezinha não resistiu e morreu; seu corpo ao mar foi lançado, o meu povo amedrontado, no mercado foi vendido, uns pra cá, outros pra lá e, como gado, com ferro em brasa marcado. Onde é que estava Ogum? Que aquela gente não vencia? Onde estavam as suas armas, as suas lanças de guerra? Porém, nada acontecia, e a toda parte que olhava, somente uma coisa via: terra.
Terra que sempre exigia mais de nossos corpos suados, de nossos corpos cansados.
Era a senzala, era o tronco, o gato de sete rabos que nos arrancava o couro; era a lida, era a colheita que para nós era estafa, para o senhor era ouro. Quantas vezes, depois que o sol se escondia, lá no fundo da senzala, com os mais velhos, aprendia que no nosso destino no fim não seria sempre assim, quantas vezes me disseram que Zambi olhava por mim.
Bem me lembro uma manhã, que o rancor era grande, vi sair da casa grande a filha do meu patrão. Ingênua, desprotegida, meu pensamento voou: eis a hora da vingança, vou matar essa criança, vou vingar a minha gente, e se por isso morrer, sei que vou morrer contente.
E a pequena caminhava alegre, despreocupada, vinha em minha direção; como a fera aguarda a caça, eu esperava ansioso, minha hora era chegada. Eu trazia as mãos suadas, nesse momento odioso, meu coração disparava, vi o tronco, vi o chicote, vi meu povo sofrendo, apodrecendo, morrendo e nada mais vi então. Correndo como um possesso, agarrei-a por um braço e levantei-a do chão. Porém, para minha surpresa, mal ergui a menina uma serpente ferina, como se fora o próprio vento que fere o espaço, errando por minha causa; o seu bote foi tão fatal, tudo ocorreu tão de repente, tudo foi de forma tal, que ali parado eu ficara, olhando a serpente que sumia no matagal.
Depois, com a criança em meus braços, olhei meus punhos de aço que a deviam matar... olhei seus lindos olhinhos que insistiam em me fitar. Fez-me um gesto de carinho, eu estava emocionado, não sabia o que falar, não sabia o que pensar. Meus pensamentos estavam numa grande confusão, vi a corrente, o tronco, as minhas mãos que vingavam, vi o chicote, a serpente errando o bote... senti um aperto no coração, as minhas mãos calejadas pelo machado, pela enxada, minhas mãos não matariam, não haveria vingança, pois meu Deus não permitira que morresse essa criança.
Assim o tempo passou, de rapaz forte de antes, bem pouca coisa restou, até que um dia chegou e Benedito acabou...
Mas, do outro lado da morte eu encontrei nova vida, mais longa, muito mais forte, mais de amor e de perdão, os sofrimentos de outrora já não importam agora, por que nada foi em vão...
Fomos mártires nessa vida, desta Umbanda tão querida, religião do coração, da paz, do amor, do perdão".
Escrito por Pai Ronaldo Linares em 20 de Outubro de 1964; entregue em mãos, por ele, ao JUS (Jornal de Umbanda Sagrada) e publicado em Maio de 2005.
Muita Proteção e Luz a todos os Irmãos de Fé!

Umbandistas, Preto Velho é Piegas?



No dicionário Priberam on line definição de Piegas:
piegas
1. Que ou a pessoa que é amimada, niquenta, ridiculamente sensível ou assustadiça.
2. Pessoa que se prende com pequenas coisas.
Recentemente tive a oportunidade de lêr um ensaio do médium espírita Divaldo Franco, onde em um de seus tópicos ("Consciência") referentes à educação mediúnica, se refere ao espírito do Preto Velho como algo PIEGAS, remanescente também do pieguismo oriundo da cultura africanista:

"... Na cultura brasileira, remanescente do africanismo, há uma postura muito pieguista, que é a do preto velho. E muitas pessoas acham que é sintoma de boa mediunidade ser intrumento de preto velho. Quando lhe explicamos que não há pretos velhos, nem brancos velhos, que todos são Espíritos, ficam muito magoadas, dizendo que nós, espíritas, não gostamos de pretos velhos. E lhes explicamos que não é o gostar ou não gostar. Se tivessem lido em O Livro dos Médiuns, O Laboratório do Mundo Espiritual, saberiam que se a entidade mantém determinadas características do mundo físico, é porque se trata de um ser atrasado. Imagine o Espírito que manquejava na Terra, porque teve uma perna amputada, ter de aparecer somente com a perna amputada. Ele pode aparecer conforme queira, para fazer-se identificar, não que seja o seu estado espiritual. Quando, ao retornar à Pátria da Verdade, com os conhecimentos das suas múltiplas reencarnações anteriores, pode apresentar-se conforme lhe aprouver.

Então, a questão do preto velho é um fenômeno de natureza animista africanista, de natureza piegas. Porque nós achamos que o fato de ter sido preto e velho, tem que ser Espírito bom, e não é. Pois houve muito preto velho escravo que era mau, tão cruel quanto o branco, insidioso e venal. E também houve e há muito branco velho que é venal, é indigno e corrompido. O fato de ter sido branco ou preto não quer dizer que seja um Espírito bom.

          Cabe ao médium ter cuidado com esses atavismos, e quando esses Espíritos vierem falando errado, ou mantendo os cacoetes característicos das reencarnações passadas, aclarar-lhes quanto à desnecessidade disso. Porque se em verdade, o preto velho quer falar em nagô, que fale em nagô, mas que não fale um enrolado que não é coisa nenhuma. Ou, se a entidade foi alemã na Terra e não logre falar o idioma do médium, que fale alemão, mas que não fale um falso alemão para impressionar. O médium só poderá falar o idioma no qual ele já reencarnou em alguma experiência passada.

Desde que não há milagres nem sobrenatural, o médium é um instrumento. Sendo a mediunidade um fenômeno orgânico, o Espírito desencarnado vai utilizar o que encontre arquivado no psiquismo do médium, para que isto venha à baila. "
Retirado do Livro: Mediuns e Mediunidades pelo espírtio Vianna de Carvalho (medium Divaldo Franco) Parte II - Requisitos para educar a mediunidade.

O que verificamos nesse texto um tanto controverso de Divaldo Pereira Franco, é uma visão um tanto prosélita descambando para visões um tanto européias e arcaicas como logravam na era de Allan Kardec. O médium acerta quando diz ser uma visão remanescente de uma cultura africanista, mas graças a Deus o Brasil é um país livre e que abraça uma série de culturas diversificadas, tendo em sua maioria os negros, contribuído essencialmente para a edificação dessa cultura. De certo, a espiritualidade em sua magnitude plena comandada pelo arquiteto Mor, despoja-se de qualquer roupagem racial ou social, mas isso não invalida de forma alguma a natureza das comunicações de espíritos que ainda necessitam, de forma proposital ou não, se apresentarem dessa maneira. Divaldo, pessoa bastante eloqüente e que se faz valer das "rosas" que saem de sua boca, aliado ao seu poder extremo de persuasão, lembra mais um daqueles senhores que ficaram ricos vendendo produtos da "Amway", e que agora pregam seus testemunhos. É vero que sua compreensão e seu conhecimento adquirido após ter devorado as obras de Kardec são suas armas, agora a contestação do legítimo através de combinações de palavras é o que temos de VIGIAR, como tanto ele assim o prega! De maneira não diferente, após ter ouvido e assistido a algumas palestras do médium, a minha impressão é de que o próprio Divaldo carece no conhecimento mais amplo da questão espiritual, sendo ele cercado e encerrado em um pieguismo particular - parafraseando o próprio - bastasse que desse um pouco mais atenção aos fatos históricos que marcaram o surgimento da Umbanda de maneira formal nas plagas brasileiras. De maneira contraditória porém, reage o médium que de tanto se vale de Allan kardec, que no post anterior, reconhece e reavalia seus próprios pensamentos espiritualistas, com base nas palavras de um preto-velho. Em nenhum momento, como tenta desviar Divaldo, dizemos que a priori um espirito dessa natureza é bom ou ruim, da mesma maneira que não pré-julgamos um espírito que dê sua comunicaçõa dentro de um centro kardecista com o bom um ruim.
Em meu entendimento, e pelo conhecimento acumulado através única e exclusivamente da prática mediúnica, vos digo que a vestimenta de "preto velho" é unicamente o morfismo com que o espírito por trás daquele, utiliza-se naquele instante para que possa alcançar a seu objetivo, dando a oportunidade de uma comunicação mais direta, e sem as POMPAS e LUXOS que vemos em alguns lugares que não centros espíritas que praticam a Umbanda preconizada pelo Chefe Caboclo das 7 Encruzilhadas. Atavismos à parte, é preciso que nós médiuns ou não, vigiemos o que nos circunda, e que possamos através de nossa bondade e caridade divina que nós é conferida, aceitarmos a todos os espíritos que vierem a nosso encontro para comunicação ou conforto, como os olhos do coração e da caridade a qual Deus nosso pai assim nos concede. Esse é apenas um alerta. Meu saravá fraterno.
Mestre Azul

Os Pontos Cantados e Seu Significado




Um dos fundamentos de vital importância para harmonização e eficácia dos trabalhos dentro de um templo umbandista é, sem dúvida, o que diz respeito aos Pontos Cantados (curimbas). 

Em tempos imemoriais, o Homem materialista é ligado quase que exclusivamente aos aspectos físicos que o circundavam, tomado de profundo vazio consciencioso, resolveu traçar caminhos que o fizesse resgatar a verdadeira finalidade de sua existência. Alicerçado em princípios aceitáveis, passou a buscar o elo de ligação para com o Criador, a fim de se redimir do tempo perdido e desvirtuado para outras ações. Uma das formas encontradas para a reaproximação com o Divino foi a música, onde se exprimiam o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior. Desta forma, os cânticos tornaram-se um atributo socio-religioso, comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior. A Umbanda, nossa querida religião anunciada no plano físico em 15 de novembro de 1908, em Neves, Niterói – RJ, pelo espírito que se nominou-se Caboclo das Sete Encruzilhadas, também recepcionou este processo místico, mítico e religioso da expressão humana. Nos vários terreiros espalhados pelas Terras de Pindorama (nome indígena do Brasil), observamos com fé, respeito e alegria os vários pontos cantados ou curimbas, como queiram, sendo utilizados em labores de cunho religioso ou magístico. Em realidade os Pontos Cantados são verdadeiros mantras, preces, rogativas, que dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências Espirituais que nos regem. Existe toda uma magia e ciência por trás de um ponto (curimba) que, se entoadas com conhecimento, amor, fé e racionalidade, provoca, através das ondas sonoras, a atração, coesão, harmonização e dinamização de forças astrais sempre presentes em nossas vidas. A Umbanda é capitaneada por sete Forças Cósmicas Inteligentes (Orixás). Todas estas irradiações têm seus pontos cantados próprios, com palavras-chave específicas e a justaposição de termos magísticos, de forma que o responsável pelo ponto cantado (curimba) deve Ter conhecimento do fundamento esotérico (oculto) da canção.Temos visto em algumas ocasiões determinadas pessoas até com boas intenções, mas sem conhecimento, "puxarem" pontos em horas não apropriadas e sem nenhuma afinidade com o trabalho ora realizado. Tal fato pode causar transtornos à eficácia do que está sendo feito, uma vez que podem atrair forças não afetas àquele labor, ou ainda despertar energias contrárias ao trabalho espiritual. Quanto à origem, os pontos cantados dividem-se em Pontos de Raiz (enviados pela espiritualidade), e Pontos terrenos (elaborado por pessoas diretamente) os Pontos de Raiz ou espirituais jamais podem ser modificados, pois constituem-se em termos harmoniometricamente organizados, ou seja, com palavras colocadas em correlação exata, que fazem abrir determinados canais de interação físico-astral, direcionando forças para os mais diversos fins (sempre positivos). No que concerne aos Pontos cantados terrenos, a Espiritualidade os aceita, desde que pautados na razão, bom senso e fé de quem os compõe. Às vezes, porém, nos deparamos com algumas curimbas terrenas que nos causam verdadeiro espanto, quando não tristeza. São composições "sem pé nem cabeça", destituídas de fundamento, com frases ingênuas e sem nenhum nexo, chegando algumas a denegrirem os reais valores umbandistas. Cantam pontos (curimbas) por aí dizendo que Exu tem duas cabeças; que Bombogira (Pombagira) é prostituta e mulher de sete maridos; que Preto-Velho é feiticeiro e mandingueiro; que Ogum é praça de cavalaria, e outras incoerências mais... Quanto à finalidade, os Pontos Cantados podem ser: Pontos de chegada e partida; Pontos de vibração; Pontos de defumação; pontos de descarrego; Pontos de fluidificação; Pontos contra demandas; Ponto de abertura e fechamento de trabalhos; Pontos de firmeza; Pontos de doutrinação; Pontos de segurança ou proteção (são cantados antes dos de firmeza); Pontos de cruzamento de linhas; Pontos de cruzamento de falanges; Pontos de cruzamento de terreiro; Pontos de consagração do Congá; e outros mais, consoante a finalidade a que se destinam. Vimos pelo acima exposto que os pontos (curimbas), por serem de grande importância e fundamento, devem ser alvo de todo o cuidado, respeito e atenção por parte daqueles que as utilizam, sendo ferramenta poderosa de auxílio aos Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças , Exus, e demais espíritos que atuam dentro da Corrente Astral de Umbanda.

Vamos Curimbar!

Depressão, Uma Visão Espiritual


 Desde o passado longínquo autoridades médicas e psicológicas têm buscado explicações para os estados depressivos, considerando apenas como estado mórbido. Será apenas distúrbio somático, decorrente de síndromes nervosas?
            Mais recentemente já se começou a pensar que a depressão, causas e conseqüências poderiam ter outras configurações, a partir de estudos até mesmo do comportamento humano.
            Não haveria também causas espirituais? Dizemos espirituais e não religiosas, pois qualquer nome que se dê, sabemos que o corpo humano é constituído do corpo e alma (espírito), sem contar que a Doutrina Espírita encontra um outro componente: o perispírito.
            Como objeto de estudo dentro da Doutrina Espírita, fomos buscar em renomados autores encarnados, especialistas quanto ao mecanismo da mente e, nos desencarnados, como forma de conhecer a visão Espírita de depressão.
O ponto de partida é um texto extraído do Boletim da Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo, de autoria do médico Dr. Wilson Ayub Lopes, que buscou em obras espíritas, elementos para seu artigo "A Depressão na Visão Espírita".
A leitura desse texto demonstra bem a conceituação médica da depressão, enriquecida com preciosos esclarecimentos de espíritos evoluídos registrados na bibliografia doutrinária, concluindo pelo nexo casual entre moléstia e perturbação do espírito.
Vamos então procurar uma síntese de informações, para se entender como o mundo espiritual pode ter influências no surgimento de depressões, nas suas variadas manifestações.
Claro, óbvio, que a primeira obra seja "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, na tradução de J. Herculano Pires.
Os elementos que coligimos fomos buscar no capítulo V - Bem aventurados os aflitos... o que já nos prenuncia um estado espiritual para um grande número de depressões a que os seres humanos estão sujeitos.
O que são aflições? São alterações do modo de vida que se transformam em vicissitudes que têm uma causa justa e, considerando que Deus é justo, a causa é, por consequência, justa.
Segundo Kardec, essas vicissitudes tem duas causas distintas, podendo ser originária da vida presente ou de outras vidas.
Poque a ligação de vicissitudes com depressão? Simplesmente porque, segundo o Dr. Ayub, a depressão decorre ou é "uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo".
E Kardec complementa que as vicissitudes são as aflições de que a pessoa é tomada, as decepções, as frustrações, enfim, vários acontecimentos que deprimem o estado de espírito, como se costuma dizer em linguagem mais acessível.
A quem cabe a culpa por essas aflições? Kardec responde que "cabem senão a si mesmo", pois por orgulho ou falta de conhecimento, atribuem à falta de sorte, à Providência, sua má estrela, sem pensar que sua má estrela é sua própria falta de compreensão.
Segundo Dr. Ayub, a depressão se apresenta sob três formas, decorrentes de fenômeno casual. Algumas são comportamentais, outra advem de um estado mórbido e ainda as que fogem ao controle do homem, são de caráter imponderável, e ocorrem dentro da misirecórdia divina: a perda de um ente querido, um acidente fatal, reveses da fortuna, flagelos naturais.
Analisando a depressão originária de vidas passadas, se o espírito encarnado volta a deixar de cumprir seus compromissos dentro de seu livre arbítrio, escolhida a ação, depois se arrepende e fica com a consciência culpando-o, talvez até mesmo por vislumbres de lembranças do passado.
Não foi o que ocorreu com Pedro e com Judas? Ambos se arrependeram e caíram num estado depressivo, do qual só a fé e a força de vontade podem tirar desse estado.
Vimos que Pedro se arrependeu, pediu perdão, e se reabilitou perante Cristo, o que não conseguiu Judas Iscariotes.
Este, deprimido e arrependido, viu no suicídio a única forma de se redimir do seu erro.
Aqui vale uma pergunta não propriamente dentro do tema, mas para reflexão: essa sua traição não estaria dentro dos desígnios de Deus, pois com todo Seu poder poderia ter evitado a prisão de Jesus? A nós parece que estava escrito!
Segundo pesquisadores, a depressão se apresenta sob formas diferentes, com intensidade e/ou duração variável. E também que todo depressivo, em regra geral é triste, mas a recíproca não é verdadeira.
Por que estamos defendendo a posição, com certeza com boas companhias, de que a depressão em muitos e muitos casos pode ser consequência de uma causa espiritual?
Não nos disse Jesus "no mundo tereis aflições..."?
Vamos também transcrever um trecho de Kardec:
"O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo".
Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que Ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O ESPIRITISMO É A CHAVE COM O AUXÍLIO DA QUAL TUDO SE EXPLICA DE MODO FÁCIL (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo I).
Por que não buscarmos na luz da Doutrina, o que o Espiritismo e os espíritos evoluídos e benfeitores dos encarnados sob a proteção de Jesus, pode dar a propósito do tema?
Nós, espíritas convictos, sabemos que a reencarnação é a chave que recebemos da Misericórdia Divina, para o aperfeiçoamento do nosso Espírito, e nesse caminho encontramos sempre os Espíritos que nos amam e se preocupam com o nosso estado corpóreo e espiritual. São Bons Espíritos que nos acompanham, nos dão assistência sempre e, principalmente, nos fortalecem intuindo para o caminho do êxito na missão.
Assim, todo encarnado deprimido vai encontrar na Doutrina excelente aliada para a recuperação da sua saúde. Basta querer encontrar o remédio certo, na medida certa, e na hora exata.

           Nery Porchia

Ouça os Pontos da Linha de Esquerda da Umbanda

A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.

Caboclo Índio Tupinambá

Caboclo Índio Tupinambá
"...Onde quer que Você esteja... meu Menino... Estarei Sempre com Você... Anauê!"

Luz Crística

Pense Nisso...

"Estudo, requer meditação. A meditação leva a conclusões. E as conclusões fazem com que as pessoas modifiquem os seus hábitos e suas atitudes" – Dr. Hermann (Espírito) por Altivo Pamphiro (Médium)

Obras Básicas da Doutrina Espírita - Pentateuco Espírita

O Livro dos Espíritos - Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade – segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec. O Livro dos Médiuns - Contendo os ensinamentos dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo. Em continuação de "O Livro dos Espíritos" por Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo - Com a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida por Allan Kardec. Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da Humanidade. Fé raciocinada é o caminho para se entender e vivenciar o Cristo. O Céu e o Inferno - Exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte por Allan Kardec. "Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva". (EZEQUIEL, 33:11). A Gênese - Os milagres e a predições segundo o Espiritismo por Allan Kardec. Na Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.
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