A Terra – compreendendo também as esferas espirituais que lhe pertencem –, como mundo de regeneração será habitada por Espíritos encarnados e desencarnados que já superaram as inclinações para o mal.
As gerações atuais serão sucedidas por outras constituídas de seres propensos ao bem, enquanto os rebeldes, inclinados ao mal, serão encaminhados para outros mundos.
Tudo ocorrerá de forma natural, com a diferença de que uma parte dos Espíritos, sujeitos às reencarnações na Terra, transmigrarão para outros mundos, nos quais continuarão suas experiências vivenciais, sujeitas às mesmas leis divinas, justas e perfeitas.
Segundo as revelações dos Espíritos Superiores, já estamos vivendo a época de transição da Terra, de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração.
Esse período estender-se-á pelo tempo necessário ao cumprimento das leis divinas, sem prejuízo para os Espíritos de diferentes condições evolutivas.
Pode ocorrer, por exemplo, que determinado Espírito, que se mostrou rebelde até a atual reencarnação, desperte agora para o bem, movido por novas experiências, ou por um conhecimento que ignorava.
Nesse caso, deixa de ser um elemento de perturbação para incorporar-se ao contingente dos que merecem a oportunidade de viver e progredir em um mundo melhor, e então não necessitará transferir-se para um plano de sofrimentos e provas.
Esse e outros exemplos, que podem ocorrer com muitos Espíritos, mostram a previsão e a sabedoria das leis divinas e a razão da longa duração dos períodos de transição.
O progresso intelectual realizado pelos habitantes deste orbe, até a atualidade, é inegável e está evidente. Passaram-se milhares de anos nos quais as buscas de conhecimento foram compensadas por descobertas de várias naturezas: científicas, tecnológicas, de melhorias nos usos e costumes, na saúde e no bem-estar das criaturas.
Mas todo esse acervo de conhecimentos aplicados à vida humana não evitou que o homem fosse dominado pelo egoísmo, pelo orgulho e pela indiferença com relação aos sofrimentos alheios. A violência e os bolsões de misérias, para só citar dois flagelos espalhados por todo o mundo, comprovam que o progresso intelectual, dirigido e aplicado à vida material, não traz a verdadeira felicidade nem para os indivíduos, nem para as coletividades.
Para a conquista da felicidade faz-se necessário e indispensável o progresso moral da Humanidade, porque é através dele que o homem refreia suas paixões mais variadas, para partilhar com seus semelhantes a paz, a fraternidade, a solidariedade, o amor.
Só com o progresso moral, que o Cristo sintetizou no amor a Deus e ao próximo, os indivíduos e os povos anularão seus preconceitos de raças, de castas, de superioridade, de seitas e de religiões, proscrevendo as guerras e as violências e substituindo-as pelo entendimento, pela compreensão e pela cooperação, na solução dos problemas.
O progresso moral, ao lado das conquistas intelectuais, beneficiará toda a Humanidade, que não mais se dividirá por raças e por crenças variadas que impõem seus interesses, mas se voltará para as verdades eternas, patrimônio que será cultivado e aceito por todos como base e fundamento da fraternidade, sem oposições incentivadas pela ignorância e pela presunção de superioridade.
Para atingir esse ideal, que nos dias atuais parece distante, impossível, já que ele pressupõe uma mudança essencial nos sentimentos das massas humanas, apegadas às mais diferentes religiões, crenças e filosofias de vida, inconciliáveis por tradição, torna-se evidente que há de desaparecer o radicalismo inconseqüente e injustificável.
As gerações que se apegam aos extremismos serão as que deixarão o nosso mundo, para possibilitar o entendimento dos que aspiram ao progresso moral, ao cultivo de idéias e ideais mais justos e à aceitação das verdades eternas.
Deixando a Terra, os radicais levarão consigo seus apegos e erros concepcionais, possibilitando assim a regeneração do nosso mundo pelo trabalho útil e pelo idealismo calcado nos valores verdadeiros derivados do amor fraternal, que possibilitarão a ascensão da Humanidade a uma nova fase, mais feliz.
Quanto mais nos aproximarmos dos novos tempos, maior entendimento e compreensão haverá entre as raças e os povos, como também entre as religiões.
A incredulidade e o materialismo, deparando-se com a realidade do Espírito eterno, com a vida que se desdobra para além da morte do corpo físico, com a prática da caridade e da tolerância por toda parte, terão amplas oportunidades de rever suas idéias e posicionamentos, para se renderem à realidade dos fatos.
As novas gerações vão se deparar cada vez mais com os novos ensinamentos. O Espiritismo, como o Consolador, representando idéias novas em perfeita consonância com a realidade ainda não percebida pela maior parte da Humanidade, encontrará nos tempos novos e nos homens do futuro aqueles Espíritos que estão à procura da verdade.
Por: Juvanir Borges de Souza.
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