Possuir a
faculdade da visão espiritual é desejo de muitos e, sob certas condições, ela
pode ser desenvolvida. Nessa matéria, que termina com instruções de Anfaten, de
Andrômeda, você conhecerá todas as implicações do assunto.
A
clarividência é a capacidade de ver com clareza. É a visão da própria alma, que
percebe a realidade num nível mais amplo e elevado. Seu surgimento é
consequência natural do desenvolvimento espiritual humano na medida em que a
pessoa devota-se ao crescimento interior e aproxima-se de estados de
consciência sutis.
Há uma grande
diferença entre clarividência e vidência. O vidente capta lampejos e impressões
do que se passa no plano astral, sejam fatos que estão acontecendo nesse plano,
formas-pensamentos de outros seres, projeções criadas pelas forças negativas
para atrapalhá-lo em seu desenvolvimento espiritual ou, muitas vezes, os
próprios desejos na forma de alegorias, às vezes, de difícil compreensão para
ele mesmo. A vidência é muito sujeita a distorções. É um sentido extra físico
que não conduz, necessariamente, a uma compreensão elevada da realidade.
Muitas vezes,
a pessoa que tem o dom vidência não o percebe por um longo tempo e normalmente
o tem desde pequena. Isso faz com que ela acredite que a visão astral
corresponde à realidade. Por tê-la como algo natural, ela não se esforça para
melhorar seu desempenho ou compreender como a vidência se processa para melhor
interpretá-la. Somente o trabalho interior e o desenvolvimento espiritual podem
conduzir à percepção da realidade.
Abertura da
visão astral - Descrevemos um exercício que poderá auxiliá-lo no
desenvolvimento de habilidades que propiciem a abertura da visão astral - a
qual pode ser direcionada, posteriormente, para a clarividência.
Escolha um
local e horário (de preferência, à noite) em que possa ficar sozinho e não ser
perturbado. Durante 15 minutos, você vai olhar para a sua imagem refletida no
espelho. Ele não precisa ser muito grande - apenas o suficiente para refletir o
rosto - e estar a 70 ou 80 cm. de distância de você. Cuide para que o rosto
seja completamente iluminado, sem a presença de sombras. Se você usa óculos,
não é preciso tirá-los.
Relaxe o
máximo possível e inicie o exercício apelando ao seu Eu Superior algo como
"despojo-me do meu ego e entrego-me à Sua sabedoria para que conduza todas
as minhas ações e a minha vidência". Repita o apelo mentalmente no mínimo
sete vezes para obter o efeito do despertamento da sua visão. Concentre toda
sua atenção na imagem refletida no espelho, como se quisesse penetrá-la. Sua
concentração deve ser tão intensa que você não possa evitar de murmurar
"minha alma, quero vê-la".
Sua introdução
no mundo astral por meio da vidência pode surgir de diversas formas: tornar-se
intermitentemente consciente das cores brilhantes da aura humana; ver rostos,
paisagens ou nuvens coloridas diante dos olhos, no escuro, antes de dormir ou
em estados expandidos de consciência; sentir uma presença invisível ao seu
lado; ver ou ouvir coisas para as quais os outros são cegos e surdos; ter
recordações cada vez mais nítidas das experiências vividas em outros planos
durante o sono.
Quando uma
pessoa está começando a sensibilizar-se para a vidência astral, poderá
ocasionalmente ter sensações de medo. Isso advém da hostilidade de forças
vibracionais que agem no astral e, em parte, dos muitos elementais artificiais
(formas-pensamento negativas) nutridos pela mente humana. Por isso, ela deve sempre
solicitar a ajuda de seu Mentor ou Guia Espiritual, quando empreender uma
atividade de vidência.
Preparando a
clarividência- É necessário ter prática para liberar-se da distorção produzida
por seus próprios pontos de vista, de forma a poder observar claramente os
episódios etéricos. Mesmo aqueles que vêem nitidamente no astral, ficam às
vezes confusos e estonteados para compreender ou recordar as visões e poucos
conseguem traduzir suas lembranças para a linguagem do plano físico.
Portanto, o
melhor é trabalhar para expandir sua capacidade perceptiva de forma
espiritualmente elevada, procurando movimentar as energias de seus chacras
frontal e laríngeo até o cardíaco para obter a qualidade da clarividência.
Um método
seguro para desenvolver a clarividência é a meditação. Por meio dela, pode-se
adquirir extrema sensitividade, equilíbrio, sanidade e saúde. A prática de
determinados tipos de meditação constrói níveis superiores de matéria nos
corpos sutis.
Para obter
êxito na meditação é fundamental a correta colocação dos olhos, que devem ficar
voltados para dentro (como nas pessoas vesgas) e para cima. Nessa situação,
estamos focalizando um espaço interior da aura, localizado à frente da testa,
chamado de papila ou ponto cego. Trata-se de região não em que não há células
sensíveis à luz, apenas terminais nervosos. Quando os olhos são virados para
dentro e para cima, as papilas emitem suas energias diretamente através do
Chacra Frontal, um exercício muito profundo para agilizar a visão etérica.
Para manter os
olhos nessa posição é preciso exercitar os músculos que o movimentam. Durante
uma semana, duas vezes por dia, gire os olhos 10 vezes em sentido horário e 10
em sentido anti-horário; em seguida, fixe-os por alguns instantes nos extremos
das órbitas (cima, baixo e lados).
Preparo
espiritual - Como frisamos anteriormente, a captação da realidade sutil sem o
devido desenvolvimento espiritual traz uma série de mal-entendidos. Para
torna-se um bom clarividente, é preciso fazer ainda mais do que os exercícios
que nós descrevemos. Rudolf Steiner, na obra O Conhecimento dos Mundos
Superiores, fala das qualidades que o homem terá de adquirir a fim de ascender
ao conhecimento superior: discernimento entre realidade e aparência, verdade e
mera opinião; correta avaliação do verdadeiro em relação à aparência; controle
dos pensamentos e das ações, perseverança, tolerância, fé e equilíbrio; e amor
à liberdade interior.
Nessa prática,
o desenvolvimento espiritual caminhará de maneira que a clarividência se mostre
limpa, objetiva e sem as distorções provenientes de nosso interior ainda
desalinhado.
Perguntamos ao
Mentor Anfaten, como ele vê a questão da visão espiritual e como ela pode ser
desenvolvida.
- É correto
comparar a sensibilidade instintiva dos animais com o sentido humano da
vidência ou percepção da realidade no plano astral?
Mentor: Os
animais possuem, em graduações diversas, a percepção muito aguçada a níveis não
físicos, porém isso se realiza somente no campo da percepção. Possuem, dependendo
da espécie, capacidades auditivas e visuais tanto quanto olfativas muito
aguçadas, portanto percebem a aproximação de seres da quarta dimensão, mas a
níveis bastante inferiores que os dos humanos pois funcionam os seus sentidos
em patamares somente vibracionais. Os animais percebem algo de anormal no campo
sensório, mas não possuem nenhum sentido de visão propriamente dita
suprafísica, ou seja, além da visão física.
A visão
extra-física humana se processa em todo o campo astral tomado pelo corpo espiritual.
É como se todo o corpo espiritual se transformasse em um grande olho acima,
embaixo, na frente, nas costas, dos lados, como se fosse uma grande câmera
móvel de 360 graus. A visão é total da área ocupada pelo espírito. Na audição,
o processo é semelhante, como um grande ouvido voltado para todas as direções.
Quanto ao campo mental, é um pouco mais delicado, pois depende diretamente do
nível evolucional daquele ser. As capacidades supra-físicas no mundo sutil
estão sempre ligadas a condições evolutivas daquele espírito em especial. Por
isso, o campo da visão astral está ligado diretamente ao espírito. Dessa forma,
os animais ficam na percepção vibratória e não espiritual.
A vidência é
um assunto muito complicado e bastante profundo, pois está ligada diretamente à
capacidade evolutiva de cada ser, isto em termos da visão espiritual volitiva,
isto é, que depende da vontade da própria pessoa. Não falamos de vidência como
pequenos flashes, tratamos aqui do domínio completo da visão no mundo sutil.
- A manifestação
dessa faculdade está associada à condição encarnatória dos seres?
Mentor - Todos
os seres do planeta Terra trouxeram em seu bojo a possibilidade da vidência
astral, porque, em primeiro lugar, foram formados no campo espiritual e,
posteriormente, na matéria. Como a vidência está situada no espírito e não no
físico, todos possuem essa capacidade primordial básica, porém o caminho
escolhido por cada ser humano depende da própria vontade e de seu
livre-arbítrio.
Desce o
espírito, adensando-se na matéria, através dos mundos mais densos: minerais,
vegetais e animais. A partir do momento em que a essência espiritual se
individualiza, surge o livre-arbítrio. Então, a escolha de um caminho evolutivo
mais rápido e mais claro proporciona uma colaboração mais presente da parte
espiritual do ser. Alguns escolhem os campos mais baixos da matéria densa e,
trazendo com isso grandes perturbações em sua área emocional, distanciam-se de
sua contraparte espiritual. Por isso, perdem o melhor: permanece escondida a
sua capacidade de vidência astral.
Para
determinados seres, no entanto, como programação evolutiva, como ajuda, permite
o plano espiritual que venham com parte da vidência astral desvelada. Para
esses, o sentido de ver no mundo supra-físico é uma chamada ao mundo
espiritual, para que se lembrem que são muito mais do que a matéria física.
- Como vê as
diferenças entre clarividência e visão astral?
Mentor - Uma é
complementar à outra. A vidência é como acender e apagar a luz de uma sala. A
visão é rápida e também pode ser de formas-pensamentos. Como acende e apaga a
luz do mundo espiritual muito rapidamente, não tem tempo de perceber o que é a
realidade do mundo sutil ou o que é uma captação de pensamentos dos diversos
seres. A clarividência, no entanto, é o sentido da vidência muito ampliado. É
acender a luz e contemplar todos os detalhes da sala, os móveis, a janela, a
disposição das portas, o chão, as paredes, o teto e também as pessoas que estão
na sala. Como no mundo sutil, em suas diversas dimensões, não existe o
tempo-espaço como vocês o entendem,e o clarividente pode perceber o passado, o
presente e o futuro, tudo junto.
O processo de
vidência e clarividência é similar. A vidência é muito rápida e, na maioria das
vezes, não depende da vontade da pessoa. Na clarividência, porém, o sentido de
ver é muito mais amplo, muito mais longo e está bastante ligado com a vontade
do ser. A clarividência também é acompanhada de uma ampliação dos sentidos
auditivos e mentais. Há uma melhor coordenação dos sentidos da visão, da
audição e da mentalização. Já na vidência, a ampliação da capacidade desses
sentidos é quase inexistente.
- Poderia nos
indicar exercícios para a desenvolver a vidência e a clarividência?
Mentor - Você
terá dois estágios: o primeiro da vidência e depois o da clarividência. Raros
são os seres que já passam direto para a clarividência, é como se ela
precisasse ser aprendida. Vamos iniciar pela vidência. Os exercícios de
relaxamento e meditação irão ajudar bastante para a tranqüilidade e harmonia
interiores exigidas para essa capacidade sensitiva.
Coloque-se em
estado de relaxamento e escolha uma cena sobre a qual trabalhar: pode ser um
trecho da sala onde se encontra, uma foto, um desenho ou o que desejar,
inclusive um objeto. Então, relaxe e ponha-se em harmonia com o seu interior.
Em seguida abra lentamente os olhos, contemple a cena por um ou dois segundos, feche
os olhos e remonte mentalmente tudo o que viu, com a maior riqueza de detalhes
possível. Em seguida, abra os olhos e compare os resultados. Vai perceber que,
no início, esqueceu ou não notou uma série de pormenores. Conforme evolui nos
exercícios, você vai, a cada dia, percebendo mais e mais detalhes. Lembro que
deve usar sempre imagens ou objetos diversos, porque estará treinando a sua
capacidade mental ao perceber cenas ou flashes do astral.
Agora, a
clarividência. Para esse treinamento, deve já estar o ser com a vidência
aflorada, pois começará a trabalhar com os quadros recebidos do astral. Ao
perceber um determinado quadro advindo do mundo supra-físico, pare
imediatamente aquela imagem em sua mente. Se for um quadro seqüencial, deve
escolher o que mais impressionou. Pare a fita naquele exato ponto e inicie a
expansão, principalmente da área de seu chacra frontal; cresça os ouvidos como
duas grandes cornetas e deixe-os assim. Então, comece a olhar o quadro, abrindo
totalmente o seu chacra frontal e, com os ouvidos, "ouça-o"
cuidadosamente.
Então, comece
a movimentar a sua câmera para cima, para baixo, para trás, para frente,
aumente e amplie esse quadro transformando-o em uma tela de cinemascope. O
processo é como pegar a tela da TV e ampliar de tal forma que se torne uma tela
de cinema. Apenas nesse caso, é a mesma cena em ponto grande. Mas na
clarividência, ao ampliar o quadro, vocês irão encontrar campos muito maiores
do que somente a figura em estudo. Você irá ampliar completamente as circunstâncias
que rodeiam a cena. Dessa forma, irá começar a ampliar a sua sensibilidade.
Escrito por Médiuw Isaias Pintto
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