Através da palavra Paranormalidade
estamos evitando, neste contexto, falar em
MEDIUNIDADE, termo que se tornou demasiado comum e que tem sido explorado de modo pouco elegante
pelos que contra ela se voltam e até negam a sua existência. Há também um outro motivo: a mediunidade é, apenas, uma das
formas da Paranormalidade humana.
Médiuns ou
Paranormais todos somos em diferentes graus, mas nem sempre nos damos
conta disso ou disso não cuidamos com o devido zelo.
A razão deste artigo é justamente alertar os que se debatem num mar de
dúvidas ou que pouca informação possuem sobre esta faculdade de intermediários
entre o Céu e a Terra ou de canais de recepção e transmissão de recados
ou de exteriorização de fenômenos que causam espanto ou conduzem a
bate-bocas inúteis.
CUIDADOS BÁSICOS:
Seja qual for o seu tipo de
paranormalidade é de todo sábio informar-se
sobre o que está realmente
acontecendo com você. Não vá atrás de palpites (seus ou dos outros) nem
se deixe levar pelo que os livros dizem,
pois há bons e maus livros no mercado. Tenha sempre presente o ensinamento que preconiza que "pior do que uma mentira
é uma verdade mal compreendida".
A sua paranormalidade pode
manifestar-se de uma infinidade de formas e
elas variam de zero a infinito, com inúmeras peculiaridades que são como
variações sobre o mesmo tema. Um
paranormal jamais será exatamente igual ao
outro. Haverá sempre uma pesada ou Tênue diferença entre um canal
e outro.
Em primeiro lugar o que
você precisa saber é se é, de fato, um(a) paranormal ou, apenas, uma pessoa que
deseja muito isso, mas nunca consegue
sentir nada que demonstre pertencer ao rol dos paranormais. Se você for
uma pessoa impressionável é mais do que certo que acabará pensando que é médium
de incorporação e que alguma "entidade" está se aproximando de
você. Caso você insista, sem fazer as devidas indagações ou verificações,
acabará gerando um conhecido fenômeno chamado "animismo", que, na
melhor das hipóteses, tanto pode ser uma farsa consciente quanto uma
mistificação inconsciente. O mundo está cheio de pessoas assim! Pensam
estar sendo comandadas por algum espírito, mas, na verdade, estão apenas sendo
vítimas de uma forte ilusão que poderá, até, no devido tempo, levá-las primeiramente
a um analista, se tiverem dinheiro, ou a um manicômio, que também não é coisa barata.
Há paranormalidades que
podem ficar em estado latente (quase sem uso), enquanto outras há que exigem o
seu exercício de modo mais pleno. Isso vai depender da missão de cada um
no planeta.
Se a sua paranormalidade
lhe tiver acompanhado desde o berço como karma de trabalho você dela nunca
poderá fugir, por mais esforços que faça, a não ser que deseje levar uma vida
de muito sofrimento e diversificadas dificuldades.
Se a sua paranormalidade
for o Dom da cura pela imposição das mãos ou do passe magnético, o seu não uso
provoca um choque de retorno das
forças ódicas que emanam da ponta dos dedos e esse retorno desencadeia diversas
doenças de cunho neurológico.
As conclusões sobre a
regressão da memória para a cura de traumas da infância ou, mais
ambiciosamente, para escarafunchar vidas pregressas é um mau hábito quando, por
insistência do consulente, os hipnotizadores tentam ultrapassar a barreira do
útero. Disso pode resultar, por vezes, um conhecimento positivo para
conduzirmos nossa atual vida ou pode trazer-nos as mais idiotas ilusões, principalmente
se tivermos ido parar nas mãos de um charlatão.
No entanto, o que é
paranormalidade? O que é mediunidade no seu sentido mais amplo e profundo? O
médium ou paranormal é um mero
intermediário entre o Mundo Visível e o Invisível. Como, porém, o assim
chamado Mundo Invisível compreende diversificados planos de existência, tanto
em cima como em baixo, você, caso não tenha cuidado, poderá se tornar um canal
ou um intermediário do Astral Inferior, cujos habitantes se acham bastante
interessados na posse da sua mente, só que para objetivos diferentes daqueles preconizados
pelo que chamamos de BEM...
Há na literatura espírita
e/ou parapsicológica toda uma rica paleta de fenômenos espetaculares e ainda em
fase de análise pela Ciência Oficial. Sob esse ponto de vista a Ciência
Oficial nos presta um inestimável ajuda na separação do joio e do trigo.
O bom espiritualista bebe da água haurida de ambos os lados, disso
tirando uma salutar conclusão a meio caminho dos extremos.
Fenômenos como a
telepatia, o hipnotismo, a telecinese, a projeciologia, a psicografia, a
escrita automática e a xenoglossia já estão em fase de adiantados
estudos em laboratório, graças à boa vontade e a proverbial cooperação
espontânea de alguns sensitivos democráticos.
Nem sempre as conclusões, ainda que provisórias, desses estudos vêm a
lume, o que explica saber-se tão pouco sobre o que rotulamos erroneamente de
opiniões antipáticas de nossos "adversários".
Os estudos sobre a assim
chamada regressão da memória, seja para tentar cura de algum trauma da infância
ou simplesmente para escarafunchar quem poderíamos ter sido em uma ou mais de
nossas vidas passadas é uma coisa que devemos receber com muita reserva e
redobrado cuidado. O diagnóstico precisa ser examinado com bastante senso
crítico, a fim de não virarmos caricaturas de príncipes, sultões ou sábias
ciganas especializadas nas artes do baralho.
A xenoglossia é um
fenômeno que recomendamos seja metabolizado com redobrado cuidado, pois nem
sempre o idioma que o médium diz que está falando corresponde à realidade.
O caso de Bridey Murphy, que ficou famoso há muitos anos pela pena de
Morey Bernstein, repercute ainda hoje como uma fraude inconsciente, já que
reúne um misto de ilusão quanto passado e uma falsa xenoglossia, pois o idioma
falado pela médium (o irlandês) era, apenas, a reprodução desordenada de
histórias e frases soltas a ela transmitidas na infância por sua babá
irlandesa. Se, numa suposta incorporação, o médium começar a falar árabe,
alemão ou flamenco conviria procurar alguém que realmente fale esses idiomas, a
fim de bater um papo com o "espírito" comunicante.
Se você ou um(a) amigo(a)
acham que, em transe, estão falando Inglês, Francês ou Alemão convidem, por
favor, uma pessoa dessa nacionalidade e tentem fazer com haja entre eles um
diálogo comum. Esta providência revelará o fenômeno como autêntico, se for o
caso, ou porá a nu uma mistificação consciente ou inconsciente.
Se você adivinha
pensamentos ou tem premonições ou sonhos premonitórios que impressionam a quem
os ouve, procure estudar de que tipo são essas premonições ou de que natureza
são os seus sonhos, porque, antes de mais nada, você precisa saber para que serve
essa faculdade ou se ela só serve para prever desgraças dentro ou fora da sua
família e plantar o horror entre seus amigos ou colegas. A maioria dos
sonhos vem de forma simbólica, de modo que, sem entender o símbolo onírico,
você corre o sério risco de ficar "lelé da cuca". Não tente
interpretar o que não conhece. Isso pode ser muito perigoso, tão perigoso
como viver vendo fantasmas até na hora de usar o toilete.
Vigiando e tendo todo o
cuidado com aquilo que você chama de "sua paranormalidade" você irá
adquirir um salutar senso crítico quanto à" paranormalidade dos
outros". Temos de aprender a ser duros com nós mesmos antes de
ensaiarmos essa dureza com os outros. Nada de dois pesos e duas medidas!
Sejamos sempre autênticos e honestos em nossas pesquisas da paranormalidade.
Projetar o corpo astral é
outra ambição muito ao gosto das pessoas impressionadas e/ou curiosas. Viajar
no Astral passou a ser uma faculdade que confere "pedigree" a quem a
possui. As pessoas que dizem sair do corpo são alvo de muitas atenções e
se tornam o centro de convergência dos interesses nas salas de visita.
Todos querem aprender como é que se faz isso, se são necessários muitos exercícios,
o que é que o viajante vê e ficam loucas para fazer esse tipo de turismo sem
passaporte. Querem visitar as "moradas da Casa do Pai" com a
mesma sofreguidão com que almejam, algum dia, conhecer Londres. Paris ou
Nova Iorque. Os mais atrevidos (e mais burros) querem sair do corpo para
verem suas amantes ou namoradas tomando banho ou mudando de roupa antes de
dormir, escutar o que é que elas dizem na sua ausência ou descobrir algum
segredo de família que lhes possa render alguma vantagem, seja ela pecuniária
ou não.
Caso você seja um dos raros
casos de pessoas que, de fato, já trazem de berço a faculdade de sair do corpo
e dessa saída guardar consciência,
ainda assim é de todo recomendável que você estude essa faculdade com toda a
honestidade e procure alguém que faça o mesmo ou que tenha estudado isso há
mais tempo. Não saia do corpo com a mesma facilidade com que sai para ir
ao cinema, ao teatro ou a um show de rock. Tal como o sono, a saída do
corpo é uma experiência de pré-morte física, o que significa que, não tomando
as devidas precauções, você pode fazer uma viagem sem volta...
Ao destacar-se do corpo
físico o corpo astral a ele ainda está unido por uma tênue corda elástica, cuja
ruptura desencadeia a morte física
instantânea. Logo, alguém que não interessa quem possa ser, seja esse
alguém uma pessoa encarnada ou desencarnada, tem de ficar tomando conta dessa
"corda", a fim de que ela não se rompa nem seja unida
compulsoriamente a outras cordas menos luminosas atreladas a entidades sombrias
do Astral Inferior. Trata-se, portanto, de uma aventura arriscada,
executada fora do corpo físico, que tem a sua razão de ser mais profunda e que
não se resume numa simples saída como quem sai para comprar pão. A finalidade
maior das saídas do corpo são o aprendizado oculto e as curas a longas distâncias.
Recomendamos fortemente
que os leitores não se deixem seduzir pela saída do corpo e que só o façam
devidamente escorados em suas proteções humanas e divinas.
Saibam os que ainda não
sabem que a manipulação das cartas divinatórias (tarô, baralho cigano, etc) é
composta de 80% de intuição e de 20% de técnica oracular. Quanto mais
intuitiva for a taróloga ou a cartomante mais precisa serão suas interpretações
sobre a disposição das cartas. Em casos especiais uma entidade invisível
lhes sopra ao ouvido o que devem dizer ao consulente.
E também o que não devem
dizer...
A vida de um médium
autêntico, ou seja, aquele cuja paranormalidade é a de "incorporar"
guias ou mentores espirituais para fins de atendimento aos necessitados não é e
nem pode ser igual à vida que todos vivem, sob pena de sua aura se tornar, pelo
mau comportamento, infensa à atuação da influência do guia, mas propensa à
atuação de obsessores. A reincidência contínua no mesmo erro pode levar,
como aconteceu a José Arigó, para citar apenas um exemplo, à interrupção brusca
do fio da vida, a fim de que o sensitivo rebelde não acumule mais karma
negativo.
Portanto, seja qual for a
sua paranormalidade, cuide dela e não se deixe nunca seduzir pela vaidade com
relação aos dons possuídos, pois isto
também conduz à abertura de flancos na sua aura, por onde entrarão influências
avessas ao seu equilíbrio emocional. O
guia espiritual terá dificuldades em se aproximar e, de repente, não conseguirá
mais influcenciá-lo(a),o que mexerá com os seus nervos e poderá conduzir, até,
a uma mistificação consciente de sua parte. As pessoas se afastarão,
deixarão de vir ao seu encontro e, em breve, você será desmascarado(a) por
qualquer pesquisador de fundo de botequim.
Cuidado com
"inspirações" falsas ou com falsos juízos alheios a respeito do seu
estilo de escrever, tocar um instrumento, pintar ou esculpir . Você pode
pintar semelhante às técnicas de um Matisse ou de um Delacroix, mas isso não
quer dizer que você esteja sendo um médium desses espíritos.
Você pode esculpir à moda
do Aleijadinho, mas isso não significa que Antônio Francisco Lisboa esteja ao
seu lado na hora do trabalho. Você pode produzir versos alexandrinos
magníficos no estilo satírico de Guerra Junqueiro, mas isso não lhe autoriza a
julgar ou a deixar que pensem que o exímio poeta português esteja escrevendo
pelo seu punho. É fácil imitar estilos de escrever e, por vezes, fazemo-lo
inconscientemente. Se, por exemplo, ficarmos lendo livros de um mesmo
autor durante muito tempo nosso inconsciente tende a absorver o seu estilo e
escreveremos quase que como ele. Portanto, todo o cuidado é pouco no
sentido de chegar a conclusões apressadas. Devemos estar permanentemente
atentos no sentido de não nos deixarmos levar pelos truques do nosso
inconsciente, já que ele pode levar a ilusões muito desagradáveis quando
desmascaradas.
Para uma pessoa que tenha
bom ouvido e algum conhecimento musical não será muito difícil criar alguma
composição que lembre muito o estilo deste ou daquele grande mestre da música.
Antônio Carlos Jobim, por exemplo, tinha muitas semelhanças em suas obras
com a música de Villa-Lobos e Ravel, embora conservasse estilo próprio.
PRECAUÇÕES EXTERNAS:
Vá aprendendo, aos poucos,
a não se deslumbrar com muita facilidade ante alguns fenômenos que lhe pareçam
fantásticos,
insólitos ou
inexplicáveis. Coloque a emoção na gaveta e pise com cautela no campo
fenomênico. Nem tudo é o que parece.
Hoje as assim chamadas
sessões de materialização estão se tornando cada vez mais raras, embora fossem
a "coqueluche" dos
primórdios do século
XX, só rivalizando com as sessões de mesa acompanhadas de batidas
("raps") no tampo da peça como formas de comunicação. Se for a
alguma examine o ambiente de cabo a rabo antes e depois da reunião. A
presença da fraude é uma constante nesses ambientes. Raras, raríssimas
foram e continuam sendo as materializações autênticas.
Desconfie de quem se gaba
da própria paranormalidade. Examine a profilática distância quem se
orgulha da força mental que tem ou que adquiriu através de exercícios.
Olhe de esguelha para quem se autopromove quanto a dons paranormais ou que
gosta de se exibir entortando garfos ou encurvando colheres. Grandes
ilusionistas, como Houdini e David Copperfield, foram homens que produziram
verdadeiros milagres diante dos olhos alheios, mas nem por isso aceitavam o
mundo sobrenatural.
Aprenda, mesmo a
contragosto, que você vive, há muito tempo, num mundo de ateus, cépticos,
trapaceiros e hedonistas. Assim sendo, proteja com as cores do silêncio e do
anonimato a sua paranormalidade para não acontecer de duvidarem dos seus dons
ou de armarem arapucas insidiosas contra você. Resista, o mais que puder,
aos apelos da mídia. Bons paranormais não viram atração de programas de
auditório nem se prestam a aumentar o IBOPE das grandes emissoras.
Seu coração e sua mente
são as peças mais importantes do seu EU. Não descure delas! Essas peças
são, ao mesmo tempo, as
páginas mais
importantes desta vida que você está vivendo agora, seja qual for o seu nome,
credo, nacionalidade ou raça. Será observando os
sentimentos que você abriga no coração e os pensamentos que lhe são mais
freqüentes que DEUS saberá exatamente quem você é e que méritos autênticos
possui por baixo, por vezes, de uma pretensa religiosidade ou, se quiser, de
uma religiosidade de fachada.
Se a Magia ou o Esoterismo
lhe forem simpáticos não se perca no turbilhão dos pentáculos ou mandalas.
Use a paranormalidade que houver aperfeiçoado através desses
conhecimentos ocultos para contribuir, do seu modo e jeito, para ajudar a quem
precisa. Se houver uma disposição sua disso nesse sentido não deixarão de
surgir oportunidades de AMAR SERVINDO e de SERVIR AMANDO.
No bastante extenso mundo
dos OPERÁRIOS DA GRANDE OBRA, que se estende para além das galáxias conhecidas,
você terá um papel a desempenhar e esse papel é tão importante quanto qualquer
outro. No AMOR e no SERVIÇO não existem hierarquias, pois todas as peças
humanas, quando bem afinadas com o EU SUPERIOR, trabalham em uníssono com as
invisíveis filigranas da HARMONIA UNIVERSAL. Portanto, todos os trabalhos
e todas as contribuições, partam elas de onde partirem, têm igual valor dentro
do TODO a que pertencem.
Não há pessoas superiores
nem inferiores. O que há - e isso não podemos negar! - são pessoas que já
chegaram mais perto de
Deus e outras que
ainda estão longe ou em processo de aproximação. Afinal, somos beduínos a
cruzar o mesmo deserto e é sempre no mais profundo âmago de nossos desertos
íntimos que encontramos a TRILHA SAGRADA que conduz ao Templo da Esfinge.
Seja como médium
kardecista, médium de Umbanda, médium de Candomblé, autoridade em Magia ou com
alto destaque nos conhecimentos do Ocultismo, da Bruxaria, do Paganismo, do
Xamanismo, do Esoterismo ou de qualquer outro "ismo" que lhe permita reunir
poderes a serviço do mundo, olhe sempre com muita cautela ao seu redor para que
você não seja nem vítima das ciladas do Astral Inferior ou de qualquer
sentimento que o faça sentir melhor do que os outros.
Não permita que MAYA o
iluda desse modo tão ridículo! Lute contra as tentações da fama e resista o
quanto possa às carícias do elogio. Dispense aplausos e queira sempre ser
igual a todos, sem distinção, porque, afinal de contas, mesmo parecendo
diferente, você, no fundo, é um ser humano igual a todos os seres humanos.
Sheik Al Kaparra
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