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"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

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Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar.

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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Uso das Ervas na Umbanda


Os poderes das ervas são conhecidos desde os princípios dos tempos. Várias são as civilizações que se utilizaram ou ainda se utilizam das propriedades mágicas, curativas, espirituais e religiosas atribuídas às ervas ou ao reino vegetal, seja através da presença de uma divindade vegetal, agrícola ou através do seu uso nas suas liturgias e/ou na sua medicina(1).

Existem registros da sua utilização desde as eras mais remotas, como pinturas rupestres em cavernas, passando por todo o mundo antigo e medieval, até ao contemporâneo.

Existe uma forte cultura sobre o uso das ervas no antigo Egito, na Palestina, na Babilônia, em todo o mundo árabe, mas também na Índia, na China, em Roma, Alexandria, Europa medieval, nos territórios celtas, nórdicos, indígenas, etc., sempre com uma função de grande importância, seja na religiosidade, na medicina, na alimentação, na cosmética e até mesmo no comércio. Por isso, a Umbanda não traz nada de novo ao usar as ervas nos seus rituais religiosos e magísticos. Muitas outras religiões ancestrais já recorriam às ervas para os mais variados fins, como cura, limpeza, sortilégios, elixires, iniciação, etc. E a Umbanda absorveu parte desse conhecimento, principalmente os que vieram dos cultos naturais, nomeadamente os de nação, os vários candomblés existentes e o Catimbó.

No entanto a Umbanda fundamenta-se de forma diferente das outras religiões das quais herdou vários conhecimentos. Assim, possui um entendimento diferente sobre o uso das ervas sem contudo negar ou desrespeitar os conhecimentos transmitidos e os dogmas presentes em outras tradições religiosas.

Podemos dizer que seu uso é mais “livre”, o que não quer dizer irresponsável, pois é preciso todo um conhecimento prático, espiritual e intuitivo para se atingir determinado fim nos seus ritos e trabalhos.

Cada erva recebe uma imantação, uma energia divina que a distingue das outras. E cada erva tanto pode receber a imantação de um único Orixá, o que é raro devido a complexidade existente no mundo vegetal, como de vários Orixás. Assim se estabelece uma analogia vibratória da qualidade da erva com determinados Orixás. Por isso escutamos dizer que tal erva é de Oxalá, outra é erva de Xangô, erva de Iemanjá, etc. E cada uma dessas ervas, de acordo com as suas características, tem fins ritualísticos específicos. Por exemplo, um banho de “espada de Ogum” (Sansevieria trifasciata) não possui o mesmo efeito energético, terapêutico e espiritual que um banho de “Cipó Caboclo” (Davilla rugosa) nem de um banho de “tapete de Oxalá” (falso boldo / Coleus Barbatus).

A Umbanda utiliza as ervas principalmente para preparação de banhos, defumações e amacis(2) entre outras finalidades. Diferente do que muitos pensam, existe toda uma ciência por detrás dos banhos e das defumações.

(1) As antigas medicinas estavam intimamente ligada à espiritualidade ou religiosidade.
(2) Banhos de iniciatórios com várias finalidades.

Autor: Heldney Cals

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