A
Linha do Oriente, ou dos Mestres do Oriente, é parte da herança da Umbanda, com
elementos de um passado comum, berço de todas as magias e alicerce básico das
religiões.Entre todos os povos do oriente, desde a mais remota antiguidade, há
uma sólida e autêntica tradição esotérica, dita a sabedoria oculta dos
patriarcas, os mistérios religiosos dos povos antigos, que só tem chegado até
nós em pequenos fragmentos.
A
Linha do Oriente abrigou as diversas entidades que não se encaixavam nas
matrizes indígena, portuguesa e africana, formadoras do povo brasileiro. Essas
entidades preservam conhecimentos milenares; são sábios que ajudam seus irmãos
encarnados, independentemente de sua origem religiosa; são espíritos que não
encarnam mais, mas que querem auxiliar os encarnados e desencarnados, em sua
evolução rumo ao Divino, pois quem aprende tem que usar o que aprendeu. Os mais
altos conhecimentos esotéricos da antiguidade são conhecidos, no plano astral,
pelas entidades que se manifestam nessa Linha. São conhecimentos magísticos e
espiritualistas desaparecidos no plano material e preservados no astral,
mantidos com essas entidades, cada qual com o que era sabido na religião de seu
povo. A Linha do Oriente tem enviado uma quantidade imensa de espíritos para a
Corrente Astral de Umbanda. São entidades que vêm com a missão de humanizar
corações endurecidos e fecundar a fé, os valores espirituais, morais e éticos
no mental humano.
Diversos
templos umbandistas não têm por hábito trabalhar com essa linha, talvez por
desconhecerem os benefícios que os povos ligados às suas diversas falanges
podem nos proporcionar. Se as evocarmos, com certeza seus guias nos darão a
cobertura e as orientações necessárias e os consulentes poderão usufruir de
seus magníficos trabalhos, principalmente relacionados à cura, campo em que
gostam de atuar. A Linha do Oriente é regida por Pai Oxalá, irradiador da fé
para a dimensão humana, e por Pai Xangô, fogo e calor divino, com entidades
atuando nas irradiações dos diversos orixás. Tem como patrono um espírito
conhecido, em sua última encarnação, como João Batista, irradiador de muita
luz, sincretizado com Xangô do Oriente e conhecido como Kaô. Era primo-irmão de
Jesus Cristo e o batizou nas águas do Rio Jordão e tem o comando dos povos do
oriente, onde se manifestam espíritos de profetas, apóstolos, iniciados,
cabalistas, anacoretas, ascetas, pastores, santos, instrutores e peregrinos. A
Linha do Oriente, apesar de não ser oriente no sentido geográfico,
popularizou-se e teve seus momentos gloriosos no Brasil nas décadas de 50 e 60,
ocasião em que as tradições orientais budistas e hinduístas se firmaram, entre
os brasileiros praticantes de modalidades ligadas ao orientalismo. Espíritos
falando nomes desconhecidos por nossa gente, que tiveram encarnações como
indianos, tibetanos, chineses, egípcios, árabes e outros, incorporavam nos
terreiros do Brasil, ao lado das linhas de ação e trabalho dos caboclos e
pretos-velhos, sem esquecermos os espíritos ciganos.
A
Linha do Oriente ou Linha dos Mestres do Oriente ainda está atuante e
beneficiando aqueles que a invocam e a oferendam. A saudação para essa linha é
“Salve o Povo do Oriente!”. Alguns usam saudar como “Kaô”! (João Batista) e
também “Salve o Povo da Cura!”.
Por
Mãe Lurdes de Campos Vieira
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