Luxo
na Umbanda?
Necessidade
espiritual ou vaidade do(s) médium(ns)?
Vamos
refletir sobre:
"Necessidade x Vaidade x
Humildade"
Não
está acontecendo um exagero de vaidade na Umbanda (não da religião, mas dos
adeptos)?
Entre
muitos aspectos, podemos citar como exemplo a vestimenta e os paramentos:
quando o médium tem uma entidade ou outra que usa um apetrecho de trabalho (um
chapéu, um lenço, uma bengala ou mesmo outro elemento), nota-se que a
necessidade desse material é do guia, ou seja, aquele espírito usa o chapéu, o
lenço etc. para realizar seu trabalho, dentro do seu fundamento.
Mas,
quando TODAS as entidades que trabalham com o mesmo médium, ou todas do mesmo
terreiro (mesmo em médiuns diferentes) precisam se paramentar, não seria mais
coisa do(s) médium(ns), na maioria das vezes semi-consciente(s), do que do(s)
espírito(s) atuante(s)?
Na
internet, revistas e jornais, podemos ver com facilidade, fotos em que o mesmo
médium (ou todos do terreiro), quando incorporado(s) apresenta(m)-se da
seguinte forma: o baiano está vestido de cangaceiro, os falangeiros de seu Zé
Pelintra (“linha de malandros”), usa terno, bengala e chapéu, o boiadeiro
parece um capataz ou um coronel fazendeiro, o caboclo se veste imitando um índio
(já que o de modo geral, os artigos encontrados, como cocares, não são
genuinamente indígenas, e muitos não têm nenhuma semelhança aos paramentos que
eram utilizados pelos povos ancestrais de nosso continente, ou mesmo pelos
índios atuais), o Ogum veste roupa de soldado romano e tem uma linda espada (se
possível, cravejada de brilhantes), o erê (criança) traja roupas infantis
(macacãozinho, vestidinho colorido etc), o cigano com vestes características do
povo (e lógico, quanto mais colorido, melhor), o Exu usa capa, tridente e
cartola, o marinheiro usa uma “farda” como se fosse um autêntico capitão da
marinha americana, etc. Isso quando não resolvem por um “trono” no meio do
terreiro, colocando a entidade numa posição de rei dentro da casa (já existem
tronos especialmente confeccionados para Exus e que são vendidos aos “olhos da
cara” nas casas de artigos religiosos).
O
que vocês acham? Será que existem mesmo médiuns ou casas onde TODAS as
Entidades atuantes precisam se paramentar?
Seria
coincidência esses espíritos escolherem, todos ao mesmo tempo, esse médium ou
essa casa, para se paramentar?
Isso
não seria contrário ao principal lema da Umbanda: “HUMILDADE e SIMPLICIDADE”-
tão ensinado pelos nossos sábios Pretos-Velhos?
A
roupa branca (símbolo de igualdade), aos poucos estaria deixando de ser a FARDA
dos soldados do exército do Pai Oxalá, já que até em dias de giras comuns estão
usando roupas cada vez mais esplendorosas?
Será
que festa de entidade ou Orixá precisa mesmo desse luxo todo, deixando, às
vezes, um local sagrado como um templo umbandista mais parecido com uma ala de
escola de samba, onde todo mundo fica "fantasiado"?
Esse
colorido todo não facilita a indução à mistificação, ou no mínimo, ao animismo,
já que o médium que gastou tanto dinheiro com toda essa parafernália, não vai
querer deixar tudo aquilo guardado?
Ou
será que os guias, que sempre foram exemplos de humildade e simplicidade, é que
são (ou estão ficando) cada vez mais vaidosos (o que não acredito)?
Irmãos-de-fé,
filhos da nossa amada Umbanda: apesar do respeito às diferenças, certas
questões poderiam e deveriam ser melhor estudadas ou revistas pelos seguidores
do Mestre Oxalá, afinal de contas, a Umbanda veio para dar espaço a todos os
filhos do Pai Celestial, principalmente aos simples e humildes (encarnados e
desencarnados), muitas vezes não aceitos em outros segmentos religiosos. Com
toda essa parafernália utilizada atualmente, como os mais necessitados se
encaixarão, já que muitos não podem comprar uma “roupa de Exu”, que muitas vezes,
custa mais do que eles ganham por um mês de trabalho?
Lembremos
que o brilho que devemos mostrar não é no luxo da vestimenta, ou seja, o lado
externo, pois tudo isso é ilusório, já que roupa não tem força espiritual. O
que realmente importa é a essência divina que existe em cada um de nós, filhos
de Deus (encarnados e desencarnados). Esse brilho, que brota no âmago do ser é
que deve ser mostrado e melhor ainda, doado, a todos aqueles que necessitam.
Isso sim agrada ao Pai, aos orixás e seus Falangeiros de Luz.
Por Sandro da Costa Mattos
Isso é Umbanda... Temos em Nosso Amado Mestre Jesus o exemplo de Humildade, Caridade e Amor!
Umbanda é Roupa Branca e Pé no
chão!
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