Todo aquele que estuda sobre o esoterismo das religiões sabe que não existe fenômeno material sem seu substrato astral e vice-versa! Sabe, também, que todas as Entidades Astrais, sejam de que Plano Espiritual forem e qualquer que seja a denominação que se lhes dê, necessitam do fator “meio”, ou seja, de suporte material adequado para se revelarem no Plano Material.
Assim, também os Símbolos Sagrados de Umbanda (Lei de Pemba) não são meros sinais gráficos materiais. Na verdade, eles reproduzem as estruturas esquemáticas dos Campos de Forças do Mundo Astral e, assim, refletem o fluxo e a atuação das Forças Sutis Astrais sobre as Forças Elementares Cósmicas, Planetárias e Terrestres.
Desta forma, com os Símbolos Sagrados de Umbanda, podemos invocar, fixar e/ou irradiar a Força Astral (Axé) de uma Entidade Espiritual em determinados Pontos Riscados que, ritualisticamente fixados em suportes materiais bem preparados, passam a se constituir em Meio de Comunicação entre a Entidade Espiritual e seus devotos, tal e qual acontece com um Médium, um Congá ou um Assentamento. É dentro dessas condições que os Símbolos Sagrados de Umbanda têm larga aplicação na Magia Talismânica, mormente no preparo e consagração de Guias, Sinetes e outros Talismãs.
Já existe toda uma literatura Umbandista sobre o “como” e o “porque” preparar-se tais objetos talismânicos e até amuletos. Mas, em toda essa literatura não existia nenhuma referência de como se situar o Ser Humano – agente ou paciente – dessa Magia de Pemba e nem como classificá-lo ou individualizá-lo nessas condições. Abordar esse “esquecido” tema foi o objetivo principal do livro – Pemba, A Grafia Sagrada dos Orixás -, de Mestre Itaoman, publicado em 1990 e do qual se extraem os apontamentos elucidativos que se seguem.
O Ser Humano é, por excelência, o Ponto de Junção entre o Plano Espiritual e o Plano Material porque suas funções cerebrais transmitem a percepção do Mundo Físico, captadas por seus cinco sentidos básicos, à sua Consciência Individual, a qual tem o poder de aperceber-se, para além dos reflexos instintivos, daqueles substratos astrais contidos nesses contatos, gerando a percepção extra-sensorial.
Por isso mesmo, a Matemática Pitagórica relacionou o Ser Humano à Entidade Matemática Cinco (número 5) , justamente pela existência dos cinco sentidos humanos : visão, audição, tato, olfato e gosto. Daí decorre o fato da Geometria Esotérica relacioná-lo com o Polígono Piramidal por este objeto ter cinco (5) superfícies: quatro verticais inclinadas e uma base horizontal plana.
A Magia Talismânica Heleno-Semita simboliza-o pelo Pentagrama, a famosa Estrela de Cinco Pontas, por assim melhor poder expressá-lo em sua Dupla Polaridade :
Positiva – Uma só de suas pontas apontando para cima;
Negativa – Uma só de suas pontas apontando para baixo.
O Pentagrama em posição positiva é o símbolo do Ser Humano harmônico e evolutivo, com seus desejos e instintos submetidos à sua consciência; o Pentagrama em posição negativa é o símbolo do Ser Humano desajustado e regressivo em conflito consigo mesmo, cuja consciência está subjugada aos seus instintos.
Um Talismã Mágico, de origem européia medieval, demonstra claramente os conceitos acima expressos.
O pentagrama apresenta-se nas duas posições antagônicas, positiva e negativa, conforme se veja seu verso ou seu anverso : Os nomes de Adam e Eve, personagens míticos semitas, contrapõem-se aos nomes de Samael e Lilith, o Arcanjo do Sol e a Potestade da Lua Negra; Uma figura humana contrapõem-se à figura do Bode Expiatório.
No círculo exterior, apresentam-se letras do alfabeto hebraico, as quais têm relações específicas com a Kabalah e que podem ter caráter defensivo ou retaliatório.
Assim, a Estrela de Cinco Pontas é um símbolo talismânico universal da Raça Humana e tem-se notícias de seu uso no Tantrismo (Índia e Tibet), na Cabala (Judéia), no Pitagorismo (Grécia), na Magia (Europa Medieval), na Teosofia (nas modernas Europa e Américas). Então, também nós o utilizamos no Esoterismo da Umbanda. Por que não???
Pois, sendo o Ponto de Junção por excelência entre o Material e o Imaterial, qualquer Ser Humano na condição de “médium” precisa e depende de manter atuante, equilibrada e benéfica a sua condição de “receptor de percepções extra-sensoriais” procurando sempre repor as energias bio-elétricas que seu corpo físico dispende na prática de cultos esotéricos, caritativos ou não. Para isso, ele precisa estar em sintonia harmônica com a Vibração Sutil que emana de seu Orixá Regente Planetário, cuja Força Sutil dinamizava os Astros Celestes que regiam a Natureza no momento em que aquele Ser Humano sorveu o primeiro Hausto de Vida em seus pulmões, ou seja, no momento de seu nascimento.
Precisa, também, saber conjugar eficientemente esta Vibração de seu Orixá Regente Planetário com a Vibração de seu Orixá de Cabeça, ou seja, aquele a quem, por escolha própria antes de sua atual reencarnação, seu Espírito imortal (Ori Orun = Cabeça no Além), ajoelhado perante Olorum (Deus), decidiu ou precisou dedicar sua futura “Cabeça na Terra” (Ori Aiye = intelecto ou personalidade).
Como vimos, o Orixá Regente Planetário é determinado pela data de nascimento e a ele estão ligados seu Arcanjo e Anjo de Guarda; mas, seu Orixá de Cabeça”, a quem estão ligados seu “Santo” e seu “Eshu Guardião”, só pode ser determinado por um Babalaô, através de um Jogo Divinatório como o Tabuleiro de Ifá, o Colar de Ifá ou, como último recurso, os Búzios. Para esta determinação, não há outra alternativa ou escapatória.
Portanto, na Magia Talismânica de Umbanda, não é o bastante representar o Ser Humano pelo Pentagrama; é necessário também :
Classificá-lo por Forças Sutis Espirituais, Astrais e Planetárias;
Individualizá-lo em seus outros relacionamentos espirituais com a sua Falange Espiritual, com seus Guias e/ou Protetores;
Nominá-lo por seu nome astral e/ou iniciático;
Graduá-lo em função do mérito que venha alcançando nas pelejas em prol de seus próximos.
E, para isso, a Magia Talismânica de Umbanda tem seus próprios símbolos sagrados para representar aos seus Ôrixás, Guias e Protetores, aos Planetas e Signos Zodiacais, às Forças Elementares da Natureza, à Numeralogia e Grafia Sagrada com que cria e grafa Nomes Próprios e/ou Iniciáticos, bem como pode representar os Vórtices e Canais de Energias Sutis que percorrem o organismo intra e supra corpóreo do Ser Humano, caminhos de energias estes que são, também, controlados pelo Imolé Eshu Bara, o Senhor Guardião do Corpo e dos Caminhos do Destino de cada um de nós, os quais ele abre ou fecha conforme os méritos e os deméritos de nossas ações conscientemente perpetradas.
Com o conjunto desses Símbolos e com sua Grafia Sagrada, à qual os Umbandistas denominam por Lei de Pemba, a Umbanda não precisa recorrer à simbologias de origem egípcia, tântrica, hebraica, grega ou latina para compor seus Sinetes ou Talismãs.
É de se notar, também, que as representações das formas geométricas (e a matemática que as inspiraram), não são propriedade exclusiva de nenhuma civilização ou época. Elas existem desde sempre na Natureza : a espiral da casca de um caracol, o oval de um seixo rolado, o triângulo de uma lasca de sílex, o cubo, a pirâmide, o hexágono e muitas outras formas encontráveis nos minérios e cristais, a forma poligonal de uma estrela-do-mar!
Não há aqui espaço para o ensinamento das correlações entre os Símbolos Sagrados de Umbanda e os símbolos de outras procedências, tais como Astrologia, Alquimia, Cabala e Magia. Mas, realmente, a correlação existe e quem quiser aprofundar-se no assunto em questão pode referenciar-se no livro de Mestre Itaoman acima citado, embora seja difícil encontrá-lo nas livrarias.
Por isso mesmo, vamos limitar-nos a apresentar os doze Sinetes Astrais básicos referentes aos doze Signos Zodiacais, de forma que cada pessoa possa encontrar aquele referente à data de seu nascimento e, então, utilizar-se dele, por sua conta e risco, para obter proteção contra “temporais astrais” que, infelizmente, certos ambientes ou pessoas mal vibrados podem ocasionar.
O material em que devem ser confecionados é aquele referido como o metal característico do Signo Zodiacal.
Sobre um dos seus lados, cada Sinete Astral tem gravado os Símbolos Umbandistas relativos ao Signo Zodiacal, o Planeta Regente, o Orixá de Nascimento, a Força Sutil do Elemento da Natureza, o símbolo do Vórtice Astral captador de energias sutis de seu organisno extra-corpóreo e o símbolo astral sintético da Entidade Espiritual Guardiã de seu corpo físico e astral, ou seja, seu Imole Eshu Bara.
Em seu outro lado, tem signos cabalísticos não reveláveis publicamente, ou seja, só são reveláveis dentro da relação Mestre-Discípulo.
Cada um desses Sinetes Astrais é, pois, comum a todas pessoas nascidas sob esse mesmo Signo Astral e por todas elas podem ser utilizados, é evidente que para grafá-los magisticamente é necessário ter-se sido iniciado na Lei de Pemba de Umbanda, a Grafia Sagrada dos Orixás.
OS SINETES ASTRAIS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Com muito mais razão, a Individualização, a Graduação Astral, o Nome Iniciático e demais possibilidades de defesa e/ou retaliação inerentes à Simbologia Astral de um Sinete Talismânico de Umbanda, só devem ter confiada sua elaboração a um verdadeiro Babalaô da Corrente Astral do AumBhanDan, ou seja, a um militante graduado da Umbanda Esotérica.
Só ele poderia elaborar um Sinete Astral com o Círculo de Proteção Magística, poderoso e atuante, igual ao que abaixo apresentamos e que corresponde, neste caso hipotético e demonstrativo, a uma pessoa nascida sob o Signo de Sagitário; individualizada por um nome de batismo Paulo da Silva; graduada como médium de Preto Velho, sob a proteção da Vibração Original de Yorimá ou Obaluaiyé e do Senhor Eshu Pinga-Fogo, protegida toda essa classificação, individualização e graduação sob a invocação protetora dos Sons Sagrados ou Mantra Umbandístico : Sammany – Yaracy – Yaci – Anacauam.
Toda essa correspondência Astral, Espiritual e Magística acima citada está expressa apenas num dos lados (verso) do Sinete Astral.
FACE ANTERIOR DE UM SINETE ASTRAL DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Cada Umbandista deveria conhecer o seu Sinete Astral de Proteção Individual Mana, Aché e Benção.
Trechos adaptados do livro de autoria de Mestre Itaoman, “Pemba, a Grafia Sagrada dos Orixás” – Publicado pela Editora Thesaurus.
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