"Ninguém acende uma lâmpada e a coloca num lugar onde ficará escondida, ou sob uma tigela. Ao invés disso, coloca-se ela de pé, assim aquele que entrar pode enxergar a luz." "O reino de Deus está dentro de vós." "Eu sou o caminho, a verdade e a vida." Mestre Jesus Cristo.
Espiritualizando
Fé Racional
"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)
Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. Deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar.
Nenhum mistério resiste à fragilidade da Luz. Conhecer a Umbanda é conhecer a simplicidade do Universo.
Para
os iorubás, a tradução literal de Orixá poderia ser: “Senhor da cabeça” ou
“Senhor da luz” (Arashá: Ara = Luz + Shá = Senhor/ Orixá: Ori = Cabeça + Xá =
Senhor). Na verdade, acho impossível falar sobre Orixás sem considerarmos o
contexto histórico e cultural das religiões africanistas, que mencionaremos
modesta e superficialmente: “uma visão simplificada”, conforme anuncia o
subtítulo. Esse contexto é o reforçador do entendimento, para muitos
umbandistas, de que os Orixás são espíritos altamente evoluídos e que já
tiveram existência corpórea na Terra. Entretanto, também há aqueles que afirmam
que Orixás são emanações da energia divina, como diferentes aspectos dessa
mesma energia, e nunca foram “pessoas”, nunca foram seres humanos
individualizados. Por outro lado, existem até versões que vislumbram, nos
Orixás, semelhanças e identificações com divindades de culturas muito antigas:
para os defensores dessa vertente, podemos citar, como exemplo, a
correspondência entre Zeus (deus grego do trovão e dos raios, impulsivo e
sensual, que tem como símbolo um machado duplo) e Xangô: divindade iorubá que
governa raios e trovões, amante ardoroso, que tem como símbolo um oxé (machado
de duas lâminas).
A
polêmica não é pequena, e já deu curso a inúmeros debates acalorados. Não temos
a resposta final, mas respeitamos as diferentes versões apresentadas pelos
estudiosos da Umbanda.
Os
Orixás africanos: uma visão simplificada
Originariamente,
o conceito de Orixá poderia ser entendido como um objeto de culto à ancestralidade
dos iorubás, com a transformação em divindade de um determinado antepassado –
não qualquer um, mas aquele com descendência numerosa e socialmente importante
para a comunidade. Essa “divinização” ocorreria em um momento de paroxismo
existencial ou emocional (raiva, medo, tristeza). Ogum, por exemplo, antigo
soberano da localidade de Irê, teria se transformado em Orixá depois de
transtornado por culpa, arrependimento e tristeza, após um ataque de fúria que
o fez aniquilar sua cidade. Quanto a Xangô, segundo consta, teria chegado à
divinização como Orixá ao deixar seu reino, Oyó, com a companhia da esposa Oiá,
sentindo-se abandonado e desmerecido. Essas situações dramáticas, esses
momentos de profunda transformação na vida do indivíduo, levariam, entre outras
coisas, à aquisição de vínculos com objetos ou forças da natureza. A atribuição
do controle dos raios a Xangô, a representação da pedra do raio (e das
pedreiras como seu ponto de força), por exemplo, teriam explicação nessa
associação de poder divino (e desses objetos ou forças) ao Orixá.
A
história desses processos de transformação do humano em divino deu origem a uma
série de lendas, que registram a atribuição de características peculiares ao
personagem, como a manipulação dos metais a Ogum, ou a caça e seus apetrechos a
Oxossi. O poder excepcional e a raiz familiar atribuídos ao Orixá explicam a
sua “força” e dão um sentido comunitário ao culto, que acaba assumindo uma
distribuição regional bastante marcada: em algumas regiões da África, estão presentes
divindades que não estão em outras localidades. A posição de destaque de um
Orixá vai depender, então, das características históricas, políticas e
culturais de uma dada região; papéis atribuídos a uma determinada divindade
podem ser assumidos por outra, de acordo com sua importância local. Iemanjá,
por exemplo, era muito cultuada na região de Egbá e muito pouco em Ijexá, onde
predomina o culto a Oxum.
Ainda
descrevendo seu surgimento como figura mítica, ao evoluir da condição humana
para a divina, o Orixá passaria a utilizar-se do corpo físico de um de seus
descendentes (o elégùn) para manifestar-se, reassumir características de sua
personalidade original e desempenhar o papel simbólico de “ancião”, responsável
por resolver problemas, arbitrar conflitos, reforçar normas de conduta e manter
a harmonia do grupo social.
Equalizando
a atuação dos diversos Orixás, estaria Olodumaré, o Deus Supremo, inalcançável
pelos humanos, cujas necessidades deveriam ser contempladas pelos Orixás,
criados por ele para essa função e investidos de atribuições/
papéis/ferramentas particulares a cada um (a guarda das pedreiras/ o exercício
da justiça/ o uso do machado – no caso de Xangô), numa espécie de representação
das manifestações da natureza e do poder divino. Reunidas, as diferentes
características dos Orixás acabam representando um conjunto de arquétipos,
complementares entre si.
As
religiões africanistas no Brasil e o sincretismo religioso
Durante
mais de três séculos, milhares de africanos – tornados cativos – foram trazidos
ao Brasil. Sua presença agregou à cultura brasileira elementos presentes até
hoje na linguagem, na culinária, nas tradições sociais… e na religião – esta, a
princípio, como um efeito inesperado: era indesejável, até certo ponto, o
“culto estranho a divindades estranhas”; inúmeras iniciativas de doutrinação
católica e de repressão aos cultos africanistas estão registradas na História.
Por outro lado, nuances distintas de crença caracterizavam as diferentes nações
(kêto, nagô, etc). Então, até certo ponto, a prática religiosa de raiz tribal
era incentivada pelos escravagistas como forma de manter certo senso de
identidade e rivalidade entre as diferentes etnias cativas – não como uma forma
de condescendência inocente, mas como uma avaliação calculista de que estimular
dissonâncias e rivalidades étnicas era um instrumento de fragmentação social
entre a população escrava, impedindo a formação de grandes grupos e o
surgimento de revoltas e levantes.
Por
outro lado, numa permanente ambivalência, havia a necessidade de “catequização”
dos cativos, atendendo a finalidades diversas: era uma afirmação “aceitável”
para justificar a vinda de tantos africanos às terras brasileiras; era, também,
recomendável evitar que os negros sofressem o mesmo processo por parte de
colonizadores protestantes que ameaçavam infiltrar-se no território (fazia-se
imperioso catequizá-los antes que os protestantes o fizessem). Por fim, ainda
havia o medo das crenças africanistas, julgadas bárbaras.
A
contradição e a ambivalência entre os movimentos de catequização compulsória e
de tolerância calculada permaneceram como um pêndulo, oscilando durante todo o
período da escravatura. Pergunto-me se essa ambivalência não estaria refletida,
até hoje, no olhar de grande parte da população brasileira – que às vezes
procura a Umbanda ou o Candomblé quando necessário ou urgente, mas não deixa de
se afirmar espírita, católica, protestante ou o que seja, quando indagada sobre
sua confissão religiosa.
O
alvorecer da Umbanda e as menções aos Orixás
Em
seu livro “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda”, publicado em
1933, Leal de Souza faz esta menção aos Orixás na Umbanda:
“Cada
uma das sete linhas de umbanda e demanda tem vinte e um orixás.
O
orixá é uma entidade de hierarquia superior e representa, em missões especiais
(…) o alto chefe de sua linha. (…)
Os
orixás não baixam sempre, sendo poucos os núcleos espíritas que os conhecem.
(…) Em oito anos de trabalhos e pesquisas, só tive ocasião de ver dois orixás,
um de Euxoce (Oxóssi), o outro de Ogum, o orixá Mallet.”
O
livro anterior de Leal de Souza, “No Mundo dos Espíritos”, foi escrito em 1925
e seria o primeiro livro conhecido a fazer referência ao vocábulo Umbanda;
nele, porém, não há citações referentes a Orixás. Pelo que vimos, no entendimento
do autor, seriam espíritos de grande elevação, manifestando-se mediunicamente
em ocasiões excepcionais. Muitos umbandistas, ainda hoje, pensam dessa forma,
provavelmente derivada dos cultos africanos originais.
Os
Orixás na Umbanda Esotérica
A
corrente de pensamento que defende a chamada Umbanda Esotérica começou a se
formar logo nas primeiras décadas do século XX, notoriamente durante o “1º
Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda”, em 1941. Confesso minha
incapacidade de compreensão de conhecimentos tão herméticos; acho sempre uma
incógnita ler autores esotéricos, mesmo os recomendados pela minha Casa, como
W. W. Matta e Silva. Alguns dirão que esoterismo é assim mesmo, que
conhecimentos muito profundos são para poucos, que os iniciados precisam
trilhar um longo caminho para ter acesso a um saber oculto, etc. Bem, se é
assim, fico aqui me contentando em absorver a coisa toda pelas “beiradas” e
apresentando os conteúdos que encontrei; fico devendo maiores interpretações de
minha parte.
Podemos
começar com F. Rivas Neto. Em seu livro, “Umbanda Proto-síntese Cósmica”,
existe uma divisão de Orixás nestes sucessivos graus de hierarquia: “Orisha”
Virginal, Causal, Refletor, Original, Supervisor, Intermediário e Ancestral.
Pelo que pude entender, os Orixás que formam as Sete Linhas da Umbanda como
conhecida na literatura (“Orixalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Yorimá, Yori e
Yemanjá“) ocupam o status de Orisha Ancestral. Aparentemente, os Orishas
descritos pelo autor são emanações da Divindade Suprema:
Nesse
mesmo Cosmo Espiritual havia uma realidade acima de todos os Seres Espirituais,
sendo essa a realidade absoluta, o Supremo Espírito, o Qual denominamos, sem
defini-lo ou limitá-lo, como Deus. Assim, nesse Cosmo Espiritual, a Suprema Luz
Espiritual estende suas Vibrações Espirituais aos primeiros 7 Puros Espíritos,
na chamada Coroa Divina, ou seja, aquelas Potestades de Sublime Luz que
estendem suas Vibrações a todos os Seres do Cosmo Espiritual. São os 7
Espíritos Virginais por nós denominados ORISHAS VIRGINAIS.
Roger
Feraudy, por sua vez, é conhecido por seu rico trabalho artístico na área
musical (integrou o conhecido Samba Trio) e por sua dedicação à Umbanda
Esotérica na Fraternidade do Grande Coração; autor de vários livros, entre eles
“Umbanda, essa desconhecida”, no qual declara:
Os
Orixás são os grandes arquitetos siderais ou construtores de sistemas solares,
e nós, seres humanos, devemos a eles nossa evolução intelectual e física.
São
também chamados de Hierarquias Criadoras e se ocupam da construção do Universo.
Completaram sua própria evolução em idades e universos pretéritos. Poderíamos
dizer que, em épocas imemoriais, foram indivíduos como nós (guardadas as
devidas situações de cada época, impensáveis para o homem atual).
Orixás
são divindades, também conhecidos como os Mensageiros do Senhor ou Luz do
Senhor ou ainda As Sete Emanações do Senhor. A origem do nome Orixá vem da
palavra Purushá, do idioma sânscrito, o idioma sagrado que deu origem a todas
as línguas, em sua raiz.
Já
para o conhecido autor Rubens Saraceni,
A
Umbanda prega que as divindades de Deus (os orixás) são seres Divinos dotados
de faculdades e poderes superiores aos dos espíritos e tem nelas um dos seus
fundamentos religiosos, recomendando o culto a elas e a prática de oferendas
como uma das formas de reverenciá-las, já que são indissociadas da natureza
terrestre ou Divina de tudo o que Deus criou.
O
autor descreve a existência dos Sete Tronos de Deus: Trono da Fé (representado
por Oxalá); o Trono do Amor (Oxum); o Trono do Conhecimento (Oxossi); o Trono
da Justiça (Xangô); o Trono da Lei (Ogum); o Trono da Evolução (Obaluaê) e o
Trono da Geração (Iemanjá).
Como
vimos, não há correspondência exata entre os Tronos de Deus e as Sete Linhas
mencionadas normalmente pela doutrina umbandista. O autor faz uma descrição
dessas instâncias, que exemplifico aqui:
Xangô
é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando
nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e
despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir
contínuo.
Até
aí, tudo bem, né? Meu problema com os textos de Saraceni começam quando ele vai
se aprofundando:
O
Trono Regente Planetário se individualiza nos sete Tronos Essenciais, que
projetam-se energética, magnética e vibratoriamente e criam sete linhas de
forças ou irradiações bipolarizadas, pois surgem dois pólos diferenciados em
positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e
feminino, universal e cósmico.
Uma
dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a
linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade natural
cósmica do Fogo Divino).
Na
linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Egunitá são os pólos
magnéticos opostos. Por isto eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica
por excelência. Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Egunitá
polariza-se com o eólico Ogum, criando duas linhas mistas ou linhas regentes do
Ritual de Umbanda Sagrada.
O
Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no pólo positivo da
linha do Fogo Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais
de nível intermediário, pontificadas pelos Xangôs regentes dos pólos e níveis
vibratórios intermediários da linha de forças da Justiça Divina. Estes sete
Xangôs são Orixás Naturais; são regentes de níveis vibratórios; são
multidimensionais e são irradiadores das qualidades, dos atributos e das
atribuições do Orixá maior Xangô.
Então,
né… acho que não peguei o “espírito da coisa”. Deve ser limitação minha. Muita
gente curte o trabalho do Saraceni e utiliza seus conhecimentos com
desenvoltura. Afinal, se o problema é hermetismo, o que não dizer de W. W.
Matta e Silva? Autor consagrado, de influência notória dentro da Umbanda de
orientação esotérica, Pai Matta deixou vários livros, como “Umbanda de Todos
Nós”:
Vamos
começar, portanto, demonstrando que SETE são realmente as Vibrações Originais
ou Linhas e de SETE em SETE são os Orixás de cada uma.
Antes,
porém, vamos dar uma definição do que sejam VIBRAÇÕES: São as manifestações de
uma LEI em harmonia, que afere o Número, o Peso, a Quantidade e a Medida, do
Átomo aos Turbilhões, emanadas em origem pelos SETE Seres de pura luz espiritual,
ou seja, os SETE Espíritos de Deus (…)
Esta
palavra, que é ORISHÁ ou ORISÁ, foi por contração, extraída da primitiva
ORISHALÁ ou ORISA-NLÁ e tem sua origem nas línguas Árabes, Persa, Egípcia,
Sânscrita, Vatan ou Adâmica etc., que havia chegado à raça negra, de outros
povos, especialmente dos Árabes… (…)
Os
Sete Espíritos de Deus coordenam essas vibrações que regem o movimento no
Cosmos para todo os sistemas planetários, ou seja, do original, o Universo
Máter (esta definição está “clara e hermética”. Depende do evolutivo de quem a
leia).
Ficou
esquisito? Pois é, como se trata de uma citação, conservei as maiúsculas, a
caixa-alta e as frases exatamente como estão: sim, leitor, o texto é confuso –
tanto pelo estilo peculiar (muita maiúscula, muita viagem, muita sucessão de
idéias que vão, vão, vão e não voltam ao assunto proposto) quanto pelo próprio
conteúdo, já que Orixá é mesmo um assunto complicado – como tudo o mais que se
lê num livro de Matta e Silva. Deixo claro que não é desaprovação: é a confissão
da minha incapacidade de compreender, fazer o quê?
Na
verdade, podemos encontrar termos utilizados por Matta e Silva, Rivas Neto e
Roger Feraudy nas obras da Teosofia, conjunto de conhecimentos filosóficos e
religiosos sistematizados por Helena Blavatsky. Autores como Madame Blavatsky e
Charles Webster Leadbeater publicaram numerosos livros sobre o assunto, e até
hoje inúmeros estudiosos se esforçam para compreender esses conhecimentos,
reunidos em sociedades e agremiações pelo mundo todo. Uma delas é a Sociedade
Teosófica no Brasil. Muitas informações contidas nos autores da Umbanda
Esotérica aparecem em obras como “A Doutrina Secreta”, “Glossário Teosófico” e
muitas outras. Confesso que arrisquei a leitura d’A Doutrina Secreta, mas
sucumbi à minha ignorância e às minhas limitações. Quanto ao Rubens Saraceni,
não consegui encontrar fontes bibliográficas que possam ter dado raiz à sua
produção literária. Tive a impressão de que se trata de material da lavra
pessoal do autor e de seus longos anos de experiência sacerdotal. Acho que, no
cenário atual, a Umbanda Esotérica ainda é para a compreensão de poucos, mesmo
que merecedora de estudo e admiração.
Encontrei
maior facilidade com as explicações de Ramatis:
“Os
orixás são aspectos da Divindade, altas vibrações cósmicas que se rebaixam até
nós, propiciando a apresentação da vida em todo o Universo. Cada um dos orixás
tem peculiaridades e correspondências próprias na Terra: cor, som, mineral (…)
que fundamentam a magia na Umbanda por linha vibratória” (“A Missão da
Umbanda”).
E,
por fim, encontrei mais alento nas palavras da querida Mãe Iassan Ayporê Pery,
dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery, em sua obra Umbanda Mitos e
Realidade:
A
compreensão básica de Orixá na Umbanda é de um complexo de energias,
manifestado na terra através da força da natureza criada por Deus.(…)
A
Umbanda cultua um único Deus, logo é monoteísta e os Orixás não são divindades
ou semideuses, mas sim, complexos vibratórios e energéticos, criados e emanados
do Astral Superior, (…)
Ordinariamente
entendemos a manifestação do Orixá, através das forças da natureza, é o máximo
que conseguimos, pois em sua essência verdadeira é pura luz. E como entender
isso? É como querer entender e explicar Deus, tarefa impossível a qualquer um
de nós. (…)
Temos
a tendência a acreditar ou pensar que cada Orixá é o reino ao qual está
associado, entretanto Orixá é muito mais do que isso, e é exatamente esse
“muito mais do que isso” que não conseguimos explicar em palavras; mas,
grosseiramente falando, é o amor de Deus espalhado e ao mesmo tempo condensado
em 7 raios básicos, destinados ao planeta Terra, que objetivam, ao chegarem
aqui traduzidos pelos diversos planos e sub-planos pelos quais passaram, nos
auxiliar no nosso karma, e que se manifestam através das forças e reinos da
natureza. O Orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. (…)
Na
realidade o que a Umbanda fez foi “organizar” as manifestações divinas, em uma
linguagem que pudéssemos compreender. (…)
Impressão pessoal
Acredito que, ao contrário
da crença iorubá ou das palavras de Leal de Souza, os Orixás propriamente ditos
não são nossos ancestrais desencarnados ou espíritos diferenciados, que se
destacaram quanto à velocidade do processo evolutivo. Por outro lado, se
pensarmos que constituem um grupo de seres inteligentes, é questão de lógica
imaginarmos que, um dia, foram criados “simples e ignorantes” como todos os
demais espíritos – mesmo que há “milhões de milênios”, na noite dos tempos.
Pelo menos, é o que encontramos na Questão 115 do “Livro dos Espíritos” de
Allan Kardec.
Acrescento que achei
sensacionais as palavras de Mãe Iassan; deu seu recado de forma simples e
objetiva (quisera eu ter esse dom, e talvez entediasse menos os meus
leitores…). Se tivesse que escolher uma abordagem, ficaria com ela. Acredito,
também, que, apesar de não devermos deixar de lado o estudo e a reflexão sobre
o assunto, precisamos manter a busca pelo contato com a irradiação divina que
todos nós recebemos por parte dos Orixás, a todo momento. Creio que isso seja
indispensável, e todos deveríamos ter uma imagem mental, uma referência, um
“link” rápido para conexão com os Orixás. No que você pensa, por exemplo, ao
ouvir um ponto de Oxóssi? Que imagem vem à sua mente quando faz uma prece a
Iemanjá? E Nanã? Que sentimentos ou sensações físicas aparecem ao concentrar
sua atenção no congá, na imagem de Jesus representando Oxalá? Afinal, quem são
essas figuras pra você? Qual a importância delas na sua vida, no seu cotidiano?
FONTES:
Pierre
Fatumbi Verger, “Orixás”, Editora Corrupio, 2002
Leal
de Souza, “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda”, Editora do
Conhecimento, 2008 (2ª edição)
F.
Rivas Neto, “Umbanda Proto-síntese Cósmica”, Editora Pensamento-Cultrix,
2007
Roger
Feraudy, “Umbanda, essa desconhecida”, Editora do Conhecimento, 2006
Rubens
Saraceni, “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada”, Editora Madras, 2003
W.
W. Matta e Silva, “Umbanda de Todos Nós”, Icone Editora, 2009
Norberto
Peixoto, “A Missão da Umbanda”, pelo espírito Ramatis, Editora do
Conhecimento, 2006
Mãe
Iassan Ayporê Pery, “Umbanda Mitos e Realidade”, disponível para download
no site do Centro Espiritualista Caboclo Pery
Os livros do Rubens são extremamente bons, porém, um pouco repetitivos... Não podemos dizer que o que ele diz nos livros é algo que não tem nexo, pois foi fruto de muita pesquisa. É claro que ele colocou muitas coisas das opiniões dele e de seus mentores, mas todo autor de Umbanda é assim. A Umbanda é uma religião livre, sem codificador, isso dá a liberdade de todo o autor colocar a sua opinião no livro. Assim como tem livro de W.W da Matta e Silva que ele cita Zé Pelintra e Caboclos Boiadeiros como seres atrasados e do baixo astral (Macumbas e Candomblés na Umbanda), pois esta é a opinião dele. Egunitá talvez seja estranha na comunidade Umbandista, muitas vezes considerada somente qualidade de Iansã, mas concordo totalmente com um ótimo autor de Umbanda esotérica "Os Orixás existem e já existiam, independente da religião que se professe, não vejo problema em cultuar este ou aquele." Valeu! Parabéns pelo blog, o conteúdo é muito bom!
Olá Dennis, A D O R E I esse seu texto, muito bem escrito, muito correto, gostei muito da tua humildade em aceitar tua dificuldade de compreender sobre o assunto apresentado de maneira tão emblemática por alguns autores, que sem desmerece-los, pois trazem muitos ensinamentos, mas onde também fica claro um ego gritando: "sou culto e tenho tanto conhecimento e tenho a verdade sobre tal assunto", quando sabemos que o imponderável não se explica, ou quando se explica é na simplicidade que reside o conceito. Concordo contigo em gênero,número e grau também fico com as elucidações objetivas de Mestre Ramatis que acredito ter descido das altas esferas para acabar com os formalismos e rótulos,conceitos arcaicos e mistificados, tornando-os claros e simples para qualquer um entender. Assim como as explicações mais do que objetivas de Mãe Iassan, e concordo com ela quando diz que querer explicar os Orixás (mesmo tendo uma explicação) é como querer explicar o Criador Incriado, pois são suas emanações divinas, que como Ele, são como o ar que respiramos não o vemos, mas sentimos e não podemos viver sem Eles, pois são parte do Cosmo e da Criação, sendo agentes da mesma. E como bem disseste, ao ouvir um ponto cantado de cada um dos Orixás ou quando estamos nos pontos de força da natureza, a emoção, a vibração que se sente, a afinidade maior ou menor com esse ou aquele, é isto que vale pois é a conexão da alma com aquela divindade, é nisto que temos que nos ligar, é nisto que temos que pensar, pois é na prática pura e simples e não no conceito rotulado que está as bençãos que querem nos passar.Aproveito para parabenizá-lo pelo seu blog, é lindo e com certeza está trazendo ensinamentos e desmistificando muitos conceitos errôneos que andam por aí. Peço-lhe licença, pois vou postar esse seu texto no meu bloguinho Ametista de Luz: http://www.ametistadeluz.blogspot.com.br/ - se quiser conhecer passa lá, comecei há pouco tempo, mas creio que ele tb está fazendo a parte de levar conhecimento e demolir com mitos e conceitos pré-estabelecidos. Grande Abraço. Namastê!_/\_
A Umbanda não é responsável pelos absurdos praticados em seu nome, assim como Jesus Cristo não é responsável pelos absurdos que foram e que são praticados em Seu nome e em nome de seu Evangelho. Caboclo Índio Tupinambá.
Caboclo Índio Tupinambá
"...Onde quer que Você esteja... meu Menino... Estarei Sempre com Você... Anauê!"
Luz Crística
Pense Nisso...
"Estudo, requer meditação. A meditação leva a conclusões. E as conclusões fazem com que as pessoas modifiquem os seus hábitos e suas atitudes" – Dr. Hermann (Espírito) por Altivo Pamphiro (Médium)
Obras Básicas da Doutrina Espírita - Pentateuco Espírita
Os livros do Rubens são extremamente bons, porém, um pouco repetitivos...
ResponderExcluirNão podemos dizer que o que ele diz nos livros é algo que não tem nexo, pois foi fruto de muita pesquisa. É claro que ele colocou muitas coisas das opiniões dele e de seus mentores, mas todo autor de Umbanda é assim. A Umbanda é uma religião livre, sem codificador, isso dá a liberdade de todo o autor colocar a sua opinião no livro. Assim como tem livro de W.W da Matta e Silva que ele cita Zé Pelintra e Caboclos Boiadeiros como seres atrasados e do baixo astral (Macumbas e Candomblés na Umbanda), pois esta é a opinião dele.
Egunitá talvez seja estranha na comunidade Umbandista, muitas vezes considerada somente qualidade de Iansã, mas concordo totalmente com um ótimo autor de Umbanda esotérica "Os Orixás existem e já existiam, independente da religião que se professe, não vejo problema em cultuar este ou aquele."
Valeu! Parabéns pelo blog, o conteúdo é muito bom!
Olá Dennis, A D O R E I esse seu texto, muito bem escrito, muito correto, gostei muito da tua humildade em aceitar tua dificuldade de compreender sobre o assunto apresentado de maneira tão emblemática por alguns autores, que sem desmerece-los, pois trazem muitos ensinamentos, mas onde também fica claro um ego gritando: "sou culto e tenho tanto conhecimento e tenho a verdade sobre tal assunto", quando sabemos que o imponderável não se explica, ou quando se explica é na simplicidade que reside o conceito. Concordo contigo em gênero,número e grau também fico com as elucidações objetivas de Mestre Ramatis que acredito ter descido das altas esferas para acabar com os formalismos e rótulos,conceitos arcaicos e mistificados, tornando-os claros e simples para qualquer um entender. Assim como as explicações mais do que objetivas de Mãe Iassan, e concordo com ela quando diz que querer explicar os Orixás (mesmo tendo uma explicação) é como querer explicar o Criador Incriado, pois são suas emanações divinas, que como Ele, são como o ar que respiramos não o vemos, mas sentimos e não podemos viver sem Eles, pois são parte do Cosmo e da Criação, sendo agentes da mesma. E como bem disseste, ao ouvir um ponto cantado de cada um dos Orixás ou quando estamos nos pontos de força da natureza, a emoção, a vibração que se sente, a afinidade maior ou menor com esse ou aquele, é isto que vale pois é a conexão da alma com aquela divindade, é nisto que temos que nos ligar, é nisto que temos que pensar, pois é na prática pura e simples e não no conceito rotulado que está as bençãos que querem nos passar.Aproveito para parabenizá-lo pelo seu blog, é lindo e com certeza está trazendo ensinamentos e desmistificando muitos conceitos errôneos que andam por aí. Peço-lhe licença, pois vou postar esse seu texto no meu bloguinho Ametista de Luz: http://www.ametistadeluz.blogspot.com.br/ - se quiser conhecer passa lá, comecei há pouco tempo, mas creio que ele tb está fazendo a parte de levar conhecimento e demolir com mitos e conceitos pré-estabelecidos. Grande Abraço. Namastê!_/\_
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