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sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Raça Negra e a Opinião de Allan Kardec


Afinal, as idéias colocadas em O Livro dos Espíritos e na Revista Espírita são preconceituosas ou não?


Por Norberto Peixoto


Após o término de uma palestra, que sempre ocorre antes da sessão de caridade, nesta oportunidade o tema central sendo “A universalidade das manifestações espirituais”, me procura uma mulher da assistência, bastante triste, com os olhos marejados e me faz a seguinte pergunta:

- Por que os espíritas proíbem os pretos velhos de se manifestarem? Sinto a presença de uma mentora preta velha e não permitem a manifestação nos trabalhos mediúnicos, o que me deixa com uma tristeza e abafamento no peito. O que eu devo fazer?

Como ela, existem muitas pessoas passando pelo mesmo “abafamento”, sendo cerceadas de manifestarem mediunicamente as formas espirituais em conformidade com suas afinidades e compromissos cármicos evolutivos. Vários médiuns, infelizmente, ainda que de forma velada, pelo temor de que seus companheiros de centro espírita fiquem sabendo que eles freqüentam uma choupana de Umbanda, têm clamores, queixas e dúvidas semelhantes ao exposto e que acabam se repetindo. Constatamos, na prática, que o preconceito racial espirítico sobressai-se assustadoramente, só que ninguém fala sobre o assunto. É uma espécie de tabu.

A proibição de manifestação de Espíritos na forma astral de pretos velhos e caboclos – para ficar só nestas duas – é monitorada e desestimulada nos centros espíritas “ortodoxos”, e estes Espíritos são tratados como obsessores ou, no mínimo, como entidades menos esclarecidas, não importando o conteúdo de suas mensagens.

Responder à pergunta “porque os espíritas proíbem a manifestação dos pretos velhos e caboclos” não é tão fácil, se a intenção é nos aprofundarmos e encontrarmos a gênese espírita que possivelmente motiva a cultura refratária, preconceituosa e de exclusão racial de muitos médiuns em relação às formas dos Espíritos mentores que se aproximam deles. Claro que, em se tratando de Espíritos sofredores, nas sessões mediúnicas com a finalidade de atendê-los, é permitido as manifestações. Mas quando o “matreiro” preto(a) velho(a) ou “altivo” caboclo(a) se apresenta como mentor no centro espírita, aí o caldo desanda e dê-lhe doutrinação nos “pretinhos” e na “caboclada” do lado de lá. Isto me faz lembrar da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de Zélio de Moraes, e da tentativa de doutrinação desta entidade missionária dentro de um centro espírita carioca afiliado à Federação Espírita Brasileira. Esta entidade, de grande evolução, é uma das principais responsáveis pela consolidação da Umbanda na Terra. Já naquela época, em 1908, o cerceamento dos Espíritos que se apresentavam com suas vestes perispirituais na aparência negra ou indígena era costumeiro nas mesas “Kardecistas”.

Mas afinal, qual a consideração de Allan Kardec e do Espiritismo em relação aos negros africanos?

Fomos pesquisar e encontramos na Revista Espírita, de abril de 1862, o artigo “A perfectibilidade da raça negra”, exarando a opinião do ilustre estudioso e pedagogo francês. O artigo começa com a seguinte pergunta: A raça negra é perfectível?

Para quem não sabe, a perfectibilidade é um neologismo criado por Rousseau para exprimir a capacidade que o homem possui de aperfeiçoar-se. Logo, Kardec, ao perguntar se a raça negra é passível de aperfeiçoamento, demonstra, no mínimo, dúvida.

Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo, escritor e teórico político. Uma das figuras marcantes do Iluminismo francês defendeu que todos os homens nascem livres, e a liberdade faz parte da natureza do homem.

Importante registrar que, nos séculos passados, o conhecimento dos europeus sobre a cultura africana era escasso

No artigo em questão, Allan Kardec, inicialmente, faz uma longa introdução para falar dos corpos e dos Espíritos que os animam, inferindo que cada espírito tem o corpo que merece e que umas raças evoluem e outras não, o que ocasionaria que, conforme os espírito evolui, vamos também ocupando corpos em outras raças mais evoluídas, o que nos leva a ir reencarnando em raças diferentes conforme avança a nossa evolução espiritual. Então raças inferiores oportunizariam corpos também inferiores e não comportariam a encarnação de Espíritos mais evoluídos numa determinada etnia.

Perfectibilidade da raça negra

Transcrevemos na integra os últimos parágrafos, conclusivos, do referido artigo, para que os leitores possam beber direto da opinião de Kardec:

“Chegamos agora a perfectibilidade das raças; esta questão, por assim dizer, está resolvida pelo que precede: não temos senão que deduzir-lhe algumas conseqüências. Elas são perfectíveis pelo Espírito que se desenvolve através de suas diferentes migrações, em cada uma das quais adquire, pouco a pouco, as qualidades que lhes faltam; mas, à medida que as suas faculdades se estendem, falta-lhe um instrumento apropriado, como a uma criança que cresce são necessárias roupas maiores; ora, sendo insuficientes os corpos constituídos para seu estado primitivo, lhes é necessário encarnar em melhores condições, e assim por diante, à medida que progride.

As raças são também perfectíveis pelo corpo, mas isso não é senão pelo cruzamento com as raças mais aperfeiçoadas, que lhes trazem novos elementos que as enxertam, por assim dizer, os germes de novos órgãos. Esse cruzamento se faz pelas emigrações, pelas guerras, e pelas conquistas. Sob esse aspecto, há raças, como famílias, que se abastardam se não se misturam com sangues diversos. Então, não se pode dizer que isso seja a raça primitiva pura, porque sem cruzamento essa raça será sempre a mesma, seu estado de inferioridade relacionado à sua natureza; ela degenerará em lugar de progredir, e é o que a conduz ao desaparecimento num tempo dado.

A respeito dos negros escravos, diz-se: “São seres tão brutos, tão pouco inteligentes, que seria trabalho perdido procurar instruí-los; é uma raça inferior, incorrigível e profundamente incapaz”. A teoria que acabamos de dar permite encará-los sob uma outra luz; na questão do aperfeiçoamento das raças, é preciso ter em conta dois elementos constitutivos do homem: o elemento espiritual e o elemento corpóreo. É preciso conhecê-lo, um e o outro, e só o Espiritismo pode nos esclarecer sobre a natureza do elemento espiritual, o mais importante, uma vez que é este que pensa e que sobrevive, ao passo que o elemento corpóreo se destrói. Os negros, pois, como Espíritos, sem duvida, são uma raça inferior, quer dizer, primitiva; são verdadeiras crianças às quais pode-se ensinar muita coisa; mas, por cuidados inteligentes, pode-se sempre modificar certos hábitos, certas tendências, e já é um progresso que levarão numa outra existência, e que lhes permitirá, mais tarde, tomar um envoltório em melhores condições. Trabalhando para o seu adiantamento, trabalha-se menos para o presente do que para o futuro, e, por pouco que se ganhe, é sempre para eles um tanto de aquisições; cada progresso é um passo adiante, que facilita novos progressos.

Sob o mesmo envoltório, quer dizer, com os mesmos instrumentos de manifestação do pensamento, as raças não são perfectíveis senão em limites estreitos, pelas razões que
desenvolvemos. Eis por que a raça negra, enquanto raça negra, corporeamente falando, jamais alcançará o nível das raças caucásicas; mas, enquanto Espíritos, é outra coisa; ela
pode se tornar, e se tornará, o que somos; somente ser-lhe-á preciso tempo e melhores instrumentos. Eis porque as raças selvagens, mesmo em contato com a civilização,
permanecem sempre selvagens; mas, à medida que as raças civilizadas se ampliam, as raças selvagens diminuem, até que desapareçam completamente, como desapareceram as raças dos Caraíbas, dos Guanches, e outras. Os corpos desapareceram, mas em que se tornaram os Espíritos? Mais de um, talvez, esteja entre nós.

Dissemos, e repetimos, o Espiritismo abre horizontes novos a todas as ciências; quando os sábios consentirem em levar em conta o elemento espiritual nos fenômenos da Natureza, ficarão muito surpresos em ver as dificuldades, contra as quais se chocavam a cada passo, se aplainarem como por encanto; mas é provável que, para muitos, será preciso renovar o hábito. Quando retornarem, terão tido o tempo de refletir, e trarão novas idéias. Encontrarão as coisas muito mudadas neste mundo; as idéias espíritas, que repelem hoje, terão germinado por toda parte e serão a base de todas as instituições sociais; eles mesmos serão educados e nutridos nessa crença que abrirá, ao seu gênio, um novo campo para o progresso da ciência. À espera disso, e enquanto estão aqui, que procurem a solução deste problema: Por que a autoridade de seu saber, e suas negações, não detêm, por um único instante, a marcha, dia a dia mais rápida, das idéias novas?

As opiniões de Kardec expostas neste artigo não fazem parte da codificação espírita. Nesta época, ele não poderia saber que muitos imperadores, generais governantes e religiosos, muitos romanos, prussianos e otomanos, bem como o clero sacerdotal católico espanhol, português e italiano – em peso ligados à “santa” inquisição – encarnavam como negros e já estavam no Brasil escravizados bem antes da época dos seus escritos. Seguindo o encarnando numa raça “inferior”, cai por terra a sua teoria da imperfectibilidade da raça negra, pois corpos inferiores não poderiam dar vida a Espíritos superiores, dado que eles vinham de raças e corpos mais evoluídos de encarnações anteriores, antes da encarnação como primitivos negros escravos vindos para o Brasil.

A questão racial e a justiça da reencarnação, na visão de Kardec

Em O Livro dos Espíritos, encontramos a questão 222, que trata da pluralidade das existências – das reencarnações sucessivas. Kardec colocou seis perguntas pelas quais contrapõe à crença contraria à reencarnação para ter a confirmação nas respostas dos Espíritos. A sexta questão coloca em analise a perfectibilidade das raças de acordo com as idéias de superioridade e estagnação evolutiva Kardequiana. Seguem as seis questões:

- “Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, (…) perguntamos:

1º Por que mostra a alma aptidões tão diversas e independentes das idéias que a educação lhe fez adquirir?

2º Donde vem a aptidão extra normal que muitas crianças em tenra idade revelam, para esta ou aquela arte, para esta ou aquela ciência, enquanto outras se conservam inferiores ou medíocres a vida toda?

3º De onde provêm, em uns, as idéias inatas ou intuitivas que noutros não existem?

4º De onde vêm, em certas crianças, o instituto precoce que revelam para o vicio ou para as virtudes, os sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza, contrastando com o meio em que elas nasceram?

5º Por que, abstraindo-se da educação, uns homens são mais adiantados do que os outros?

6º Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomardes de um menino hotentote recém-nascido e o educardes nos nossos melhores liceus, farei dele algum dia um Laplace ou um Newton?” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, FEB.)

Observem a lógica perfeita do raciocínio das questões formuladas por Kardec, fruto de um sentimento de injustiça dos que não têm a reencarnação como crença, conquanto, inevitavelmente, uns acham que são mais ou menos favorecidos que outros pela Providência Divina. E é nesse contexto que ele coloca a pergunta racial, demonstrando que não se admitindo a reencarnação, Deus seria injusto ao nascermos uns negros e outros brancos, ou seja, alguns inferiores e outros superiores. Assim Kardec, a priori, assume na questão formulada em O Livro dos Espíritos que o negro – hotentote – é inferior ao branco europeu, e traz o conhecimento da reencarnação para que possamos entender essa diferença.

Todavia, justiça seja feita: a questão 222 está entre aquelas que não constituem uma pergunta direta aos Espíritos superiores responsáveis pelas respostas para a codificação, mas considerações do próprio codificador. Ao todo, são 11 páginas da lavra de Allan Kardec, contendo argumentos sólidos de sua inteligência e perspicaz senso de observação e análise.

Opinião de Kardec e não dos Espíritos

Obviamente, não podemos afirmar que as idéias de inferioridade da raça negra sejam também dos Espíritos superiores – ainda bem! Cremos que, nesta questão, Allan Kardec deixou passar a sua opinião pessoal, a qual, comprovadamente, em nenhum momento foi corroborada pelos Espíritos responsáveis por O Livro dos Espíritos, o que torna este importantíssimo livro de estudos incólume ao equivoco de Kardec.

Posteriormente, Kardec considera que Deus é justo. O erro é não considerarmos que teremos diversas encarnações, e que estamos comparando pessoas em degraus diferentes da sua “evolução espiritual”. Ou seja, um menino negro do sudoeste da África, da etnia hotentote, jamais será um Newton ou Laplace, mesmo estudando nos liceus europeus em mesma condição de igualdade com os meninos de lá. É claro que isso é um equivoco e não baseia em opinião cientifica abalizada decorrente de estudos metodológicos comparativos e pesquisas amostrais documentadas. Se assim fosse, não teríamos na história, Martin Luther King e Nelson Mandela, e atualmente, um negro chamado Barack Hussein Obama, advogado e político bem-sucedido, o 44º presidente dos Estados Unidos da América, já que seria possível um corpo de negro ser animado por um espírito brilhante e intelectualmente superior como mencionados.

Reforçamos que Allan Kardec tinha, para si, classificado rigidamente as raças em superiores, colocando os europeus como mais evoluídos.

Kardec segue escrevendo sobre os chineses em relação aos europeus:

“O progresso não foi, pois, uniforme em toda a espécie humana; as raças mais inteligentes naturalmente progrediram mais que as outras, sem contar que os Espíritos, recentemente nascidos na vida espiritual, vindo a se encarnar sobre a Terra desde que chegaram em primeiro lugar, tornam mais sensíveis a diferença do progresso. Com efeito, seria impossível atribuir a mesma antiguidade de criação aos selvagens que mal se distinguem dos macacos, que aos chineses, e ainda menos aos europeus civilizados” ( Allan Kardec, A Gênese, Ed. Lake, São Paulo, 1ª edição, comemorativa do 100º aniversário dessa obra, p. 187, o sublinhado e o negrito são nossos).

“Um chinês, por exemplo, que progredisse suficientemente e não encontrasse na sua raça um meio correspondente ao grau que atingiu, encarnará entre um povo mais adiantado”. (Allan Kardec, O que é o Espiritismo, Edição da Federação Espírita Brasileira, Brasília, 32ª edição, sem data, pp. 206-207. A edição original de Qu’est CE que Le Spirisme é de 1859).

Se os chineses são menos evoluídos enquanto raça, imaginemos como não seria a China hoje se eles fossem evoluídos como os europeus?

Creio que o que escrevemos explica a raiz e a gênese da preferência por Espíritos brancos, clérigos, doutores, eruditos, europeizados e judaico-cristãos nas lides mediúnicas espíritas em detrimento dos pretos(as) e caboclos abrasileirados nas mesas e na literatura espírita. Faz parte do inconsciente coletivo que envolve – e não poderia se diferente – o mediunismo.

É claro que não queremos colocar a memória e o espírito de Allan Kardec em situação delicada perante as outras raças e, particularmente, contra os negros. Todavia, como qualquer homem, ele foi influenciado pelas injunções culturais e sistema de valores de sua época (grifo nosso). Especialmente quanto aos africanos, se mostrou equivocado, como podemos verificar nos seus escritos na revista espírita e nas suas opiniões em O Livro dos Espíritos, o que de nenhuma maneira desmerece o “pentateuco kardequiano” e sua importância.

Allan Kardec parte de um sentido estético estreito para desembocar numa conclusão racial limitada e errônea do biótipo africano, enquanto supostamente inferior ao branco. Necessariamente, isso não quer dizer que Kardec fosse racista, o que, cremos, seria contrário aos seus princípios éticos e humanistas.

Há que se considerar que o negro XIX não é igual ao negro de hoje, assim como nenhuma outra raça o é, muito menos os chineses, que construíram uma potencia econômica. Com o advento da civilização e da urbanização das cidades, obviamente, todas as raças dos diversos países passaram a conviver em grupos sociais mais aptos para reencarnação de Espíritos de maior porte intelectual e moral, em função das leis de afinidade que regem o processo palingenésico – reencarnações sucessivas.

Influência cultural

Importante registrar que, nos séculos passados o conhecimento dos europeus sobre a cultura africana era escasso. Sociedades africanas de características totêmicas coexistiam nessa época com culturas alhures bem desenvolvidas, como uma forma notável de organização do estado, com rei, ministros, militares e funcionários, além do que, apresentavam um sistema agrário auto-suficiente e estrutura religiosa, teológica e de crença cosmogônica bastante evoluídas, como acontece com os nagôs – yorubás – até os dias atuais.

É incorreto rotular a obra kardequiana de racista – pura e simplesmente – como fazem certos irmãos mais exaltados com a proibição de manifestação dos pretos(as) velhos(as) e também dos caboclos nos centros espíritas. Essa palavra possui uma carga semântica muito forte inadequada para definir suas posições de doutrina. Seria o mesmo que taxá-lo de machista devido a sua posição em relação à mulher ou de direitista e ultrarreacionário, pelas posições contrárias ao socialismo e ao movimento proletário francês.

Por outro lado, não dá para “dourar a pílula” e ser condescendente com o codificador da doutrina espírita. Ele manifestou, explicitamente, no que escreveu – e as letras têm memória pela eternidade – um preconceito em relação ao negro.

Longe de ser racista, podemos afirmar que ele tinha uma idéia preconceituosa para com essa etnia – assim como a grande maioria dos intelectuais europeus da época – mesmo não havendo nenhum indicio de que ele tenha discriminado algum individuo ou grupo de origem negra, seja no movimento espírita ou fora dele.

Assim como Allan Kardec se equivocou em relação à raça negra e aos chineses, na sua teorização intitulada “A perfectibilidade das raças” e nos seus dizeres em O Livro dos Espíritos – o que nada tem a ver com os Espíritos superiores responsáveis pela codificação do Espiritismo – assim, também, nos dias de hoje permanecem os equívocos das humanas criaturas e falíveis espíritas, como também o somos. Cabe a cada um de nós procurar o ambiente que nos faça sentir à vontade para manifestarmos os nossos mentores, seja preto(a) velho(a), branco(a) velho(a), caboclo novo, chinês amarelo, cigano ébano, hindu adolescente, criança, freira ou doutor…, seja no centro espírita ortodoxo, espiritualista universalista ou nesta Umbanda de todos nós, de todas as raças, cheiros, sons e cores. Hoje em dia, temos a liberdade de escolha e não somos obrigados a nenhum constrangimento, especialmente no tocante a algo tão importante como é a mediunidade para os nossos Espíritos endividados tão sedentos de evolução. Afinal, alguém conhece um espírito perfeito encarnado como médium?

Fica a nossa mensagem para os espíritas que sentem “abafados” por não poderem manifestar seus mentores conforme suas predileções raciais: mudem de centro para arejarem suas mediunidades, eis que, por ora, os centros não vão mudar. Não joguem fora seus mandatos mediúnicos, tão dolorosamente conseguidos antes de encarnarem. Não deixem os obreiros do lado de lá com “ a pá e a colher de pedreiro na mão” pelo fato de que não aceitam o uniforme que eles usam para a nossa própria segurança e evolução. O nome do local na Terra e a forma e preferência racial dos Espíritos é o que menos importa diante do edifício que urge ser construído: a caridade com amor incondicional.

Retirado das Páginas 44, 46, 47, 48, 49 da Revista Cristã de Espiritismo – Ano IX – Edição 69 – Editora Minuano





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