Muito embora sua formação nos leve a refletir sobre as crenças de cunho popular, não poderíamos conceber a Quimbanda como unicamente uma seita ou segmento religioso. Nos últimos anos ela tem sido objeto de estudos em diversas áreas como a psicologia moderna e o ocultismo, revelando a Quimbanda mais como um sistema prático de Magia do que uma religião propriamente dita.
Alguns praticantes alegam ser a Quimbanda complementar a Umbanda. Quero deixar claro que este pensamento vem de pessoas com pouco conhecimento. O fato de na Umbanda ter uma “linha negativa”, não significa ser isto uma Quimbanda. Lembremos-nos de que estamos falando de segmentos distintos, ou pelo menos, paralelos.
Seguindo a ótica, a Quimbanda é um sistema prático de Magia por que esta calcada em “princípios universais” e não sincréticos. E ainda que paire uma ampla resistência sobre estes aspectos por boa parte dos praticantes “da velha guarda”, nossos Guias e Mentores, aqueles que incorporamos no dia-a-dia dos terreiros, corroboram com uma visão mais ampla de desenvolvimento, conduzindo seus aparelhos (médiuns) por uma trilha de sabedoria e evolução prática. E não simplesmente por uma rotina de consultas e sacrifícios diários em prol de uma ideologia espiritualista.
Nenhuma entidade de Quimbanda ajuda outrem por que esta buscando alguma “luz”. Em verdade nós é que buscamos esta luz. Há uma relação intrínseca entre o médium e seus guias, e os trabalhos no interior do templo visam uma projeção maior, a descoberta do “verdadeiro templo”. O desenvolvimento das virtudes através das práticas e preceitos ali realizadas.
Quimbanda é uma projeção da nossa realidade. Nela tudo se processa mediante “troca de energias”, de bem elaborados acordos; bem como nosso dia-a-dia. Para realizar um bom negócio, muitas vezes, buscamos parcerias, aliados, sociedades, conselheiros. Portanto, Aprendemos, vivenciamos e compartilhamos entre irmãos as nossas experiências. Somos uma sociedade livre e de auto-expressão.
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