A
vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está
presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os
trabalhos de magia.
A
vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica, uma forte sensação
de poder. Ela funciona como uma alavanca psíquica, despertando os poderes extra-sensoriais
em estado latente.
Muitos
umbandistas acendem velas para seus Guias de forma automática, num ritual
mecânico, sem nenhuma concentração. É preciso muita concentração e respeito ao
acender uma vela, pois a energia emitida pela mente do médium irá englobar a
energia do fogo e, juntas, irão vibrar no espaço cósmico, para atender a razão
da queima dessa vela.
Se
uma pessoa evoca suas forças mentais, com a ajuda da magia das velas, no
sentido de ajudar alguém, irá receber em troca uma energia positiva; mas, se
inverter o fluxo das energias psíquicas, utilizando-as para prejudicar qualquer
pessoa, o retorno será infalível e as energias de retorno serão sempre mais
fortes, pois voltam acrescidas da energia de quem as recebeu.
Ao
acender velas para as almas, para o anjo-da-guarda, para os pretos-velhos,
caboclos, para a firmeza de pontos, Congá, para um santo de sua preferência ou
como oferenda aos Orixás, é importante que o umbandista saiba que a vela é
muito mais para quem acende do que para quem está sendo acesa, tendo a mesma
conotação do provérbio popular que diz: "A mão de quem dá uma flor, fica
mais perfumada do que a de quem a recebe."
Não
é conveniente, ao encontrar uma vela acesa no portão do cemitério, nas
encruzilhadas, embaixo de uma árvore, ao lado de uma oferenda, apagá-la por
brincadeira ou por outra razão. Devemos respeitar a fé das pessoas. Quem assim
o cometer, deve ter em mente que poderá acarretar sérios problemas (desequilíbrio),
de ordem espiritual, com sua atitude.
VELAS
QUEBRADAS OU USADAS
Nos
trabalhos de Umbanda existe uma grande preocupação com o uso de velas virgens
ou que não estejam quebradas. A princípio pensei tratar-se de mera superstição,
mas depois compreendi que a vela virgem estava isenta da magnetização de uma
vela usada anteriormente, evitando assim um choque de energias, que geralmente
anula o efeito do trabalho de magia. Somente no caso da vela quebrada encontrei
um componente supersticioso: psicologicamente a pessoa acredita que um trabalho
perfeito precisa de instrumentos perfeitos.
FÓSFORO
OU ISQUEIRO
Em
muitos Terreiros existe uma recomendação para só se acenderem velas com palitos
de fósforos, evitando acendê-las com isqueiro ou em outra vela acesa.
Normalmente
os Terreiros fazem uso de pólvora, chamada de fundanga, nos trabalhos de
descarrego. O enxofre que a pólvora contém também está presente nos palitos de
fósforo. Ao entrar em combustão, a chama repentina, dentro de um ambiente
místico, provoca uma reação psicológica muito eficiente, além de alterar
momentaneamente a atmosfera ao seu redor, devido à sua composição química em
contato com o ar. A mente do médium capta essas vibrações que funcionam como um
comando mental, autorizando-a a aumentar seu próprio campo vibratório,
promovendo, desta forma, uma limpeza psíquica no ambiente. Não é a pólvora que
faz a limpeza, mas a mente do médium, se ele conseguir ativá-la para este fim.
VELA
DE SETE DIAS
Na
Umbanda alguns médiuns ficam em dúvida sobre se a vela de sete dias tem a mesma
eficiência de sete velas normais. Sabemos, de acordo com a Psicologia, que um
comportamento pode ser modificado através do reforço. No fato de se acender uma
vela, isoladamente, não há nenhum tipo de reforço que se baseie na repetição.
Assim, ao acender uma vela durante sete dias, as pessoas são reforçadas
diariamente em sua fé, e, repetindo os pedidos, dentro desse ritual de magia,
ficam realmente com maiores probabilidades de despertar a própria mente e
alcançar os seus propósitos. Na prática, constatamos que dificilmente uma vela
de sete dias queima durante todo esse tempo.
Lembretes:
Não
recomendamos, aos Umbandistas, fazerem velas com restos de outras velas.
Os
restos de velas estão impregnados das energias mentais de quem as acendeu. Aproveitar
esses restos é o mesmo que querer aproveitar os restos dessas energias; como
não sabemos com qual intenção as velas foram acesas, haverá fatalmente um choque
entre diversas energias.
Se
precisar apagar a vela que esteja sendo usada ritualisticamente, JAMAIS o faça
soprando a vela. Velas de ritual só podem ser apagadas com abafador ou
com os dedos, jamais sopre essas velas.
Amados
Irmãos de Umbanda, chegaremos em um momento na Umbanda, em que o Homem deverá
estar plenamente consciente de que sua força mental é a sua grande aliada e
nunca a sua inimiga. Deverá libertar-se gradativamente dos valores exteriores
criados por sua mente e valorizar-se mais. Seu grande desafio é superar a si
mesmo. Em vez de acender uma vela, deverá acender sua chama interior e
tornar-se um iluminado, e, com o brilho dessa chama sagrada, mostrar o caminho
aos seus irmãos.
Livro A Umbanda do
III Milênio – Túlio Alves Ferreira – Editora Pensamento Ione Aires Yananda. Alguns trechos foram
retirados da Internet, mas não continham a devida autoria.
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