“O Céu é meu Teto; a Terra é minha Pátria e a Liberdade é minha Religião”
Os Espíritos Ciganos são também, uma linha de trabalhos espirituais que
busca seu espaço próprio, pela força que demonstram em termos de caridade e
serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do
bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e
tem seu alicerce em entidades conhecidas. Encontraram na Umbanda um lugar quase
ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.
Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os
pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues
às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma
maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais
se identificam e se apresentam.
São entidades oriundas de um povo muito rico de estórias e lendas, foram na
maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua
origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o
desapego as coisas materiais.
Dentro da Umbanda... seus fundamentos são simples, não
possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual.
São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com
água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do
Oriente, com cristais , incensos, pedras energéticas, com as cores, com os
quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia
branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.
Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas,
preferindo trabalhar “encostadas” e são entidades que trabalham exclusivamente
para o bem.
Santa Sara Kalli é sua orientadora para o bom andamento das missões
espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah
é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum
sincretismo.
Ciganos na Umbanda, são espíritos desencarnados homens e mulheres que
pertenceram ao povo cigano Os ciganos em geral, tem seus rituais específicos e
cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais. A santa protetora do povo
cigano é “Santa Sara Cali”. Dentro da Umbanda trabalham para o progresso
financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espirituais, os espíritos
ciganos trabalham para a cura de doenças espirituais.
O Povo Cigano é guardião da LIBERDADE. Seu grande lema é: “O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e
a Liberdade é minha religião”, traduzindo um espírito essencialmente nômade
e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente cerceadas pelos
sistemas aos quais estão subjugadas. A vida é uma grande estrada, a alma é uma
pequena carroça e a Divindade é o Carroceiro.
Em sua maioria, os ciganos são artistas (de muitas artes, inclusive a
circense); e exímios ferreiros, fabricando seus próprios utensílios domésticos,
suas jóias e suas selas. Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e
vagabundos, os ciganos tornaram-se um espelho onde os homens das grandes
cidades e de pequenos corações expiaram suas raivas, frustrações e sonhos de
liberdade destruídos. Pacientemente, este povo diferenciado, continuou sua
marcha e até hoje seus estigmas não sararam.
Na verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, lê os olhos das
pessoas (os espelhos da alma) e tocam seus pulsos (para sentirem o nível de
vibração energética) e só então é que interpretam as linhas das mãos. A prática
da Quiromancia para o Povo Cigano não é um mero sistema de adivinhação, mas,
acima de tudo um inteligente esquema de orientação sobre o corpo, a mente e o
espírito; sobre a saúde e o destino.
A família é a base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia
rígida no interior dos grupos. O comando normalmente é exercido pelo homem mais
capaz, uma vez que os ciganos respeitam acima de tudo a inteligência. Este
homem é o Kaku e representa a tribo na Krisromani, uma espécie de tribunal
cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade, com a função
de punir quem transgride, a rígida ética cigana. A figura feminina tem sua importância
e é comum haver lideranças femininas como as phury-day (matriarca) e as bibi
(tias-conselheiras), lembrando que nenhum cigano deixa de consultar as avós,
mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte.
Esse povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para o cigano a
vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã.
Onde quer que estejam, os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e
ornamentos, e, principalmente por seus hábitos ruidosos. São um povo cheio de
energia e grande dose de passionalidade. São tão peculiares dentro do seu
próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de
liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema.
O líder de cada grupo cigano, chama-se Barô/Gagú e é quem preside a Kris
Romanis (Conselho de Sentença ou grande tribunal do povo rom) com suas próprias
leis e códigos de ética e justiça, onde são resolvidas todas as contendas e
esclarecidas todas as dúvidas entre os ciganos liderados pelos mais velhos. O
mestre de cura (ou xamã cigano) é um Kakú (homem ou mulher) que possui dons de
grande para-normalidade. Eles usam ervas, chás e toques curativos. Os ciganos
geralmente se reúnem em tribos para festejar os ritos de passagem: o
Nascimento, a Morte, o Casamento e os Aniversários; e acreditam na Reencarnação
(mas não incorporam nenhum espírito ou entidade). Estão sempre reunidos nos
campos, nas praias, nas feiras e nas praças.
O misticismo e a religiosidade, fazem parte de todos os hábitos da vida
cigana. A maior parte deles acredita em um único deus (Dou-la ou Bel) em eterna
luta contra o demônio (Deng). Normalmente, assimilam as religiões do lugar onde
se encontram, mas jamais deixam de lado o culto aos antepassados, o temor dos
maus-olhados, a crença na reencarnação e na força do destino (baji), contra a
qual não adianta lutar. O mais importante para o Povo Cigano é interagir com a
Mãe Natureza respeitando seus ciclos naturais e sua força geradora e provedora.
A sexualidade é outro ponto importante entre os ciganos. E, ao contrário
do que se imagina, eles têm uma moral bastante conservadora. Alguns mitos
antigos falam da existência das mães-de-tribo, que tinham um marido e um
“acariciador”. Outros falam das gavalies de la noille, as misteriosas noivas do
fim de noite, com quem os kakus se encontravam uma única vez, passando desde
então, a ter poderes especiais. Mas o certo mesmo é que os ciganos se casam
cedo, quase sempre seguindo acordos firmados entre as duas famílias. Não recebem
nenhum tipo de iniciação sexual e ter filhos é a principal função do sexo.
Descobrir os seios em público é comum e natural, mas nenhuma mulher pode
mostrar as pernas, pois da cintura para baixo todas são merimé (impuras). Vem
daí a imposição das saias compridas e rodadas para as mulheres, que também são
proibidas de cortar os cabelos, e nunca sentam à mesma mesa que os homens.
Ironicamente, como praticantes da magia e das artes divinatórias, são elas que
cada vez mais assumem o controle econômico da família, pois a leitura da sorte
é a principal fonte de renda para a maioria das tribos. O resultado é uma
situação contraditória, em que o homem manda, mas é a mulher quem sustenta o
grupo.
Os Ciganos são “povos das estrelas” e para lá voltarão quando morrerem
ou quando houver necessidade de uma grande evacuação. Há milênios eles vem
cumprindo sua missão neste Planeta, respeitando e reverenciando a Mãe Natureza,
trocando e repassando conhecimento. Eles pregam a necessidade urgente de pisar
na superfície desse lindo “planeta água” (símbolo da emoção e da sensibilidade
que preenche nossos corações) observando não só a violência praticada contra as
minorias, como também os incríveis gestos de solidariedade humana mostrados via
satélite ou pela Internet, na mesma velocidade da luz ou do pensamento humano,
nessa era de virtualidade nem um pouco caracterizada pelas mais elementares
virtudes.
OBS.: este texto foi retirada de uma Palestra
apresentada pela Cigana Sttrada ( do clã Kalon) na 7ª edição do “Encontro para
a Nova Consciência”, em Fevereiro de 1998, em Campina Grande-PB
HERMOSA INFORMACION PARA MI YA QUE ME GUSTA APRENDER,, MUCHAS GRACIAS..
ResponderExcluir