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"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Nicodemos (O Entrevistador Noturno)


         
         Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - junho/2005

Ele era um dos homens mais ricos da sua terra. Talvez a quinta fortuna dos seus dias. Era um vencedor. Pertencia à seita dos fariseus, portanto, à elite judaica.
Ao tempo de Jesus, deveriam existir uns 6.000 fariseus e ele era um dos principais entre os judeus e considerado mestre em Israel.
Seu nome significa aquele que vence as pessoas: Nicodemos. Existem três registros à sua pessoa, todos no quarto Evangelho.
O primeiro se encontra nos apontamentos de João 3,1-21 e narra o seu encontro noturno com Jesus.
Os tempos eram difíceis e a Judéia respirava intranqüilidade. Nicodemos pede uma entrevista a Jesus e vai ao Seu encontro, altas horas da noite.
Esgueira-se pelas colunas, anda pelas ruas olhando para trás, com medo de estar sendo seguido.
Enquanto, normalmente, os que andam à noite, pela cidade de Jerusalém, portem archotes com resina para iluminar o caminho, ele teme ser identificado, reconhecido e anda às escuras.
Desde que ouvira referências ao Homem de Nazaré começara se inquietar. Algo lhe dizia que deveria ouvi-Lo, conhecê-Lo. No entanto, como poderia, sem se expor?
Jesus se hospeda em casa de amigos, fora dos muros da cidade. Na varanda, na noite de primavera, aguarda. Três pancadas se ouvem. João, que O acompanha, se ergue e recebe o que chega.
Na véspera, ocorrera o episódio de Jesus exortar aos mercadores do Templo, dizendo-lhes de que haviam transformado a Casa do Pai em uma casa de vendas.
O fato andava de boca em boca, naturalmente, por muitos acrescido de detalhes nem ocorridos. De toda forma, a política na Judéia era complicada e os ouvidos da espionagem se multiplicavam por todos os recantos de Jerusalém.
Por conhecer o que havia na alma do homem que lhe solicitara a secreta entrevista, Jesus concordara em recebê-lo. Um encontro em casa de alguém que não levantaria suspeitas. Uma ida altas horas da noite.
A Luz do Mundo fala ao intelecto e ao inquieto coração de Nicodemos. O "nascer de novo" mais lhe suscita inquirições. Não que desconhecesse a lei judaica dos renascimentos, deseja antes entender o verdadeiro processo.
"O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de ter eu dito: necessário é nascer de novo. O espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é tudo aquilo que é nascido do Espírito."
Jesus vai além das indagações do doutor da Lei e lhe confia algo acerca do futuro próximo. Nicodemos não é um discípulo, nem parente. Mas é a ele que Jesus revela Seu destino sobre a Terra, pela primeira vez.
Era o início do Seu ministério, Sua primeira viagem a Jerusalém: "Ninguém subiu ao céu a não ser o Filho do homem, ele, que desceu do céu. Do mesmo modo que Moisés elevou a serpente no deserto, assim deve ser elevado também o Filho do homem, para que todo o homem que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna."
Quando a madrugada se tingia de escarlate, o Mestre e o amigo se despediram.
O segundo momento em que Nicodemos é citado é em João 7, 37ss. Jesus fora assistir às cerimônias litúrgicas, no meio do povo.
No último dia da festa dos Tabernáculos, Ele viu o sacerdote, por entre o som das trombetas, colher água, em um vaso de ouro, na fonte de Siloé, tornar a subir a montanha e derramá-la sobre o altar dos holocaustos.
Finda a cerimônia, o povo ainda no átrio do Templo, Jesus, do alto da escada semicircular de 15 degraus, bradou:
"Quem tiver sede venha a mim e beba! Quem crer em mim, brotar-lhe-ão do interior torrentes de águas vivas."
A explanação que o Mestre deu a seguir impressionou o povo e inquietou os sacerdotes. Emissários foram despachados para O prender, mas ninguém O ousou tocar.
Retornaram de mãos vazias. O Sinédrio reunido discute. Não é somente a plebe ignorante que aplaude Jesus. Muitos personagens ilustres O seguem.
Nicodemos recorda seu colóquio noturno com Ele e O defende com desassombro:
"Acaso a nossa lei condena um homem sem primeiro o ouvir e inquirir o que fez?"
Tal defesa lhe valeu a acusação de galileu, o que era sinônimo de discípulo do Nazareno.Sofismando, as vozes exaltadas afirmam que da Galiléia não pode vir profeta algum. O Nazareno é um impostor. Estavam tão enceguecidos pela paixão, que esqueciam que eram filhos da Galiléia os profetas Jonas e Nahum.
A assembléia discutiu muito e acabou por se dissolver, sem nada resolver, afirma o historiador evangélico.
Quantas outras vezes terá Nicodemos defendido Jesus, sem que houvesse registros, porque ele, pela sua humildade, não o revelou a ninguém?
Mas João não o esqueceria. Ser-lhe-ia eternamente grato por sua atitude corajosa, ao se concretizar a morte de Jesus.
E o menciona como aquele que auxiliou José de Arimatéia a conceder sepultamento digno ao corpo do Mestre. Diligenciou a retirada do corpo da cruz, auxiliou a embalsamar o corpo, rapidamente, face ao sábado judaico que logo se iniciaria.
Sua derradeira homenagem foi comprar 100 libras de essências odoríferas e um grande lençol de linho precioso para envolver o corpo.
As anotações evangélicas não vão além. Esteve Nicodemos no Sinédrio, na tenebrosa noite do julgamento do Senhor das estrelas? Se presente, terá sido sua voz a única a se erguer em favor do acusado?
De toda forma, Nicodemos se mostrou amigo Daquele de quem recebeu não somente esclarecimentos, mas confiança na célebre entrevista noturna.
E justiça lhe seja feita, se num primeiro momento foi ouvi-Lo às ocultas, teve a ousadia de defendê-Lo perante os demais membros do Sinédrio. E muita coragem para se expor, providenciando-Lhe a sepultura.
É de nos perguntarmos se não terá ele sofrido represálias do Sinédrio, perseguições, demissão do seu cargo, como conseqüência do seu gesto.
Era sim, um amigo fiel do Mestre de Nazaré.

Bibliografia:


01. FRANCO, Divaldo Pereira. Nicodemos, o amigo. In:___. As primícias do reino. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Rio [de Janeiro]: SABEDORIA, 1967.
02. ROHDEN, Huberto. A sepultura de Jesus. In:___. Jesus nazareno. 6. ed. São Paulo: UNIÃO CULTURAL. v. II, nº 190.
03.________. Último dia da festa dos tabernáculos. Op. cit. v. II, nº 91.
04.SALGADO, Plínio. O amigo. In:___. Vida de Jesus. 21. ed. São Paulo: Voz do Oeste, 1978. cap. 21.
05.VAN DER OSTEN, A . Nicodemos. In:___. Dicionário enciclopédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.

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